Comunicação Não Verbal: Além das Palavras

Comunicação Não Verbal: Além das Palavras

Temos tendência a considerar que a comunicação se resume àquilo que dizemos, ou seja, às palavras que usamos e à mensagem que transmitimos. Contudo, a comunicação interpessoal vai além das nossas palavras, englobando também as mensagens implícitas na comunicação não verbal.

A comunicação não verbal tem um papel importante quando transmitimos a nossa mensagem. Ela contribui para que o que dizemos seja recebido de forma mais eficiente, e é fortemente influenciada pelo nosso subconsciente.

A comunicação não verbal não é um substituto da comunicação verbal, é sim um reforço e um complemento.

Em seguida, vamos apresentar vários tipos de comunicação não verbal e algumas dicas para que possa potenciar a sua comunicação.

Como controlar e melhorar a nossa comunicação não verbal?

A compreensão da importância da comunicação não verbal é fulcral pois, embora nunca devamos descurar a mensagem, esta tem grande impacto em quem a recebe. Além disso, temos menos consciência e controlo sobre a nossa comunicação não verbal devido ao seu carácter mais natural e intuitivo, pelo que devemos ter mais atenção.

A comunicação não verbal ajuda-nos a: 

  • Reforçar o que as nossas palavras dizem. Por exemplo, quando acenamos com a cabeça enquanto dizemos sim ou quando inclinamos a cabeça para o lado ao ouvir alguém. 
  • Transmitir o nosso estado de espírito e criar uma ligação com a audiência, através da imitação das expressões e posicionamento de outra pessoa.
  • Dar feedback, quando sorrimos e acenamos enquanto estamos a ouvir alguém, dando a confirmação de que estamos a prestar atenção.
  • Regular o fluxo de comunicação, através de sinais que indicam às pessoas que terminamos ou desejamos falar.

Funções e Dimensões da Comunicação Não Verbal

A comunicação não verbal tem, essencialmente, três funções

  1. Substituir uma expressão ou frase.
  2. Atribuir valor à mensagem.
  3. Adicionar pausas e gesticulação ao discurso. 

Ao usarmos a comunicação não verbal, complementamos a mensagem e há uma maior compreensão do que estamos a querer transmitir. 

É um tipo de comunicação fortemente baseado na observação e inclui as nossas expressões faciais, o tom, a voz, a gesticulação e a linguagem corporal. Enumeramos então algumas dimensões da linguagem não verbal:

  • Movimentação corporal (cinética). Por exemplo, movimentação das mãos e acenar ou abanar a cabeça. Por norma, esta dimensão é fácil de controlar.
  • Contacto visual.
  • Postura: Forma como nos sentamos ou estamos de pé.
  • Paralinguagem: Aspetos da voz para além da fala, como o ritmo e o tom.
  • Proxémica: Forma como usamos o espaço ao nosso redor enquanto comunicamos.
  • Expressões faciais, como por exemplo sorrir, piscar o olho, franzir a testa.

Como usar a comunicação não verbal para criar uma boa primeira impressão?

A primeira impressão é formada nos primeiros três a cinco segundos em que estamos com alguém pela primeira vez. É nesse momento que captamos atenção e criamos empatia.

O ser humano tende a procurar confirmar a sua perceção inicial (confirmation bias) e o “gostar de alguém” na primeira impressão é definido pela forma como a pessoa se comporta e pelo facto de poder ser parecido com alguém que conhecemos. 

Mas por que razão criamos esta primeira impressão? A primeira impressão é formada com base:

  1. Na empatia genuína: Achamos que a pessoa é parecida connosco ou com alguém de quem gostamos.
  2. Na forma como a pessoa se apresenta, colocando a pessoa num contexto social.
  3. Nos seus comportamentos.

Estes aspetos não podem ser controlados. Contudo, existem outros que estão dentro do nosso controlo, nomeadamente, o contacto visual. Devemos manter contacto visual durante pelo menos 5 segundos e garantir que se alguém olha para nós, também olhamos para essa pessoa. 

Como posicionar o corpo numa apresentação?

Em diversas situações, incluindo numa exposição oral, devemos, de igual forma, estabelecer contacto visual com a audiência. Adicionalmente, devemos ter uma postura expansiva, com os pés à largura dos ombros, numa posição confortável, sem balançar o corpo.

Caso estejamos sentados, devemos optar por inclinar o corpo ligeiramente para trás. Para além disso, o volume e ritmo de conversação podem contribuir para uma melhor compreensão por parte do público.

Há outros aspetos que devem ser tidos em conta, como a posição do queixo – também chamada de “linha da confiança”. O queixo deve estar na horizontal, favorecendo a credibilidade e o controlo do nervosismo.

Adicionalmente, a rotação do corpo deve ser feita, permitindo-nos preencher espaço no palco sem nos mexermos. O umbigo deve apontar para o local de interesse, permitindo personalizar uma resposta ou intervenção e criando uma maior ligação. Para além disto, devemos tentar gesticular com impacto, de forma a complementar a mensagem. 

No caso da comunicação por videochamada, devemos prestar atenção aos fatores que facilitam a valorização da comunicação não verbal. Para tal, devemos enquadrar a nossa posição na câmara e estar num local bem iluminado, com um fundo simples. A gesticulação não deve ser ignorada e o contacto visual deve ser mantido.

 

Em suma, a comunicação não verbal desempenha um papel essencial nas interações humanas. Por meio de gestos, expressões faciais, postura e até mesmo tom de voz, transmitimos intenções, emoções e significados que complementam a nossa mensagem.

Compreender e interpretar adequadamente a comunicação não verbal é fundamental para construir relacionamentos mais autênticos e eficazes. Desta forma, melhoramos a maneira como nos expressamos, e aprimoramos a nossa capacidade de empatia e conexão com os outros.


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