Conselhos de Alto Impacto e com Visão de Futuro

Artigo: Conselhos de Alto Impacto e com Visão de Futuro - parte do PFCC - Programa de Formação de Conselhos Consultivos da Board Academy Br

Hoje fecharei a série de 15 artigos publicados nos últimos dois meses como parte do Programa de Formação de Conselhos Consultivos da Board Academy Br . Posso dizer que foi o início de uma longa e bela jornada que terei pela frente como Conselheiro Consultivo.

O tema não poderia ser mais relevante: Conselhos de Alto Impacto e com Visão de Futuro, ministrado pelo experiente e competente Eduardo Gomes, MBA, CCA IBGC .

Para começarmos o debate, vamos falar de futuro. O que define o futuro? Quais as preocupações essenciais um bom Conselho deve ter? Quais a variáveis impactam o futuro do seu negócio?

As respostas são complexas, passando por temas legais e riscos de litígio, até mudanças geopolíticas e pressões externas de diversos stakeholders. O diagrama abaixo ilustra bem as principais tendências que impactam qualquer empresa ou negócio.

Nesse contexto, o Conselheiro atual estar muito bem-preparado, analisando temas os mais variados, desde política monetária, mudanças climáticas e demográficas, até conflitos internacionais e temas de alta relevância e impacto nos negócios, com a agenda ESG.

A pesquisa abaixo realizada pela Edelman indica que as três maiores preocupações de CMOs/CCOs sobre impactos futuros em seus negócios são: 1) temas trabalhistas; 2) cyber-segurança e crimes cibernéticos; e 3) disrupções ou problemas nas cadeias de suprimentos.

Logo em seguida aparecem 4) ativismo; 5) temas relacionados a diversidade e inclusão; e 6) fake news e desinformação.

Hoje nada disso deve ser novidade para os executivos, administradores, profissionais em geral e conselheiros. Mas pense que há apenas 7 anos, até as eleições americanas presidenciais de 2016 que elegeram Donald Trump, o assunto fake news era pouco relevante, não sendo até o momento uma preocupação real para os ambientes político-econômicos do mundo em geral. Hoje, além de ser uma realidade preocupante, as fake news estão sendo potencializadas pelo uso das tecnologias, como contas em redes sociais gerenciadas por robôs e, desde o final de 2022, com o advento das novas IAs baseadas em tecnologia generativa (ChatGPT dentre outros).

Aliado a esse cenário, vale lembrar que a pandemia da Covid-19 gerou ainda mais incerteza ao redor do mundo, impactando todos os modelos e segmentos de negócios. Veja abaixo a dimensão dos níveis de incerteza econômica gerados pela pandemia em comparação a outras crises globais.

A solução é aprendermos a gerenciar em cenários de extrema incerteza, quando nada mais parece normal.

Mas o que define a incerteza? Em geral, sua magnitude e duração. Como bem destacado por Eduardo Gomes, se tomarmos a Covid-19 com parâmetro para análise, o nível de incerteza gerado pela pandemia não encontra precedentes na história da humanidade, seja em sua duração, seja na magnitude.

“A magnitude da incerteza que as organizações enfrentam, que é definida pela frequência e pela extensão das mudanças nas informações sobre a pandemia, implica em que o modelo operacional deve permitir o aprendizado contínuo e a formulação flexível de respostas à medida que as situações evoluem.

A duração da crise, por sua vez, ultrapassou em muito as previsões iniciais dos analistas; os planejadores, agora, esperam operar em modo de crise por um longo período.”

A crise gerada pela Covid-19 invalidou a maioria das premissas usadas nos planejamentos estratégicos das empresas. Os modelos de gestão tradicionais não se mostraram eficazes durante a pandemia. Os planos multianuais desenhados em 2019/20 foram praticamente exterminados. Os gestores se viram diante de uma nova realidade em constante mudança, com impactos sem precedentes. Cadeias de suprimentos globais foram interrompidas, fábricas ficaram paradas, pessoas trancadas em casa sem consumir, sem produzir. Oferta e demanda foram altamente impactadas em todos os setores. O turismo por um lado sofreu imediatamente uma queda de demanda a quase zero do dia para a noite. No outro extremo, o e-commerce cresceu exponencialmente, gerando a necessidade imediata de que todos os negócios se tornassem online em curtíssimo espaço de tempo, por uma questão de sobrevivência. As empresas, por sua vez, tiveram que se ajustar rapidamente e fazer suas equipes produzirem em ambiente de home office, distante dos escritórios tradicionais. Tudo isso gerou inúmeros desafios que ainda estão sendo compreendidos e solucionados. O que podemos dizer é que agora o “novo normal” não será jamais como foi anteriormente. Existem um mundo antes e depois da pandemia. Isto é fato!

E como se preparar nesse cenário de tamanha incerteza? O Conselho do Futuro deve evitar vieses, como o 1) excesso de otimismo, 2) a instabilidade informacional, 3) a resposta errada, 4) a paralisia por análise e 5) o esgotamento organizacional. O quadro abaixo explica em maiores detalhes cada um dos vieses:

Pensando na evolução do Conselho dentro de qualquer empresa, o modelo sugerido pela Korn Ferry ilustra as etapas a serem percorridas desde o Conselho Elementar (focado no compliance básico) até o Ativo Estratégico (capaz de antecipar o futuro):

E o Conselheiro do Futuro, para estar apto a participar do Conselho de mais alto nível, deve desenvolver seis competências e mentalidades (mindsets) essenciais para agir em cenários de alta incerteza:

E então, o que achou do texto? Traga suas reflexões, comente e compartilhe à vontade!