Conselhos de Alto Impacto e Visão de Futuro
Artigo: Conselhos de Alto Impacto e Visão de Futuro - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br
Olhar para o futuro e adotar uma visão de longo prazo tem sido uma demanda crescente no campo da Governança Corporativa. Um exemplo disso é a BlackRock, a maior empresa de investimentos do mundo, que exige que todas as empresas em seu portfólio apresentem planos claros para a criação de valor sustentável a longo prazo.
Sabemos que equilibrar o curto e o longo prazo é uma tarefa desafiadora, assim como enfrentar crises econômicas, pandemias, mudanças climáticas, e reduzir injustiças sociais e raciais. Esses são desafios que tanto executivos quanto conselheiros precisam encarar de forma decisiva.
Nesse cenário, o papel do conselho se torna fundamental. Mas como os conselheiros podem se adaptar a essas novas realidades? Quais princípios e práticas de governança corporativa devem ser adotados para garantir uma visão de futuro e uma criação de valor duradoura?
No livro Talento, Estratégia e Riscos de Bill McNabb, Ram Charan e Dennis Carey, os autores trazem uma abordagem interessante ao sugerir a redefinição do conceito de TSR. Tradicionalmente, TSR (Total Shareholder Return) mede o retorno total ao acionista, uma métrica que muitas vezes leva as empresas a priorizarem o curto prazo em detrimento do sucesso sustentável. No entanto, os autores propõem um novo TSR: Talento, Estratégia e Risco. Essa abordagem coloca o foco na gestão de pessoas, na formulação de estratégias robustas e na mitigação de riscos, aspectos essenciais para a criação de valor a longo prazo.
Quando o conselho e a empresa, conseguem acertar o novo TSR com eficiência, ou seja, trabalhando de forma integrada nos pilares de talento, estratégia e risco, a melhoria do antigo TSR, ou melhor, o impacto positivo no retorno total ao acionista, acontece de maneira natural.
Entretanto, é fundamental que tanto o conselho quanto a empresa trabalhem com uma visão voltada para o futuro. Isso significa estar atento às tendências, ameaças e riscos que podem afetar o desempenho a longo prazo. A seguir, apresentamos uma figura com algumas tendências que têm o potencial de impactar profundamente os negócios:
Mas, como se preparar para o futuro?
Estar atento às tendências do setor, acompanhar os movimentos dos concorrentes, participar de feiras e congressos e buscar inovações em outros mercados que possam ser adaptadas são práticas essenciais. Outra iniciativa importante é a implementação de um programa de inovação aberta, que envolve a colaboração com fontes externas, como startups, universidades, clientes e até mesmo concorrentes para acelerar a busca por soluções inovadoras.
Além das tendências futuras, é necessário pensar também na gestão de crises. Crises, sejam previsíveis ou não, como ataques cibernéticos, desastres naturais problemas reputacionais ou pandemias, são uma realidade para empresas de todos os portes.
Um exemplo recente e de fácil entendimento é a pandemia de Covid 19 que afetou muito a economia global e as empresas. E no meio da crise, houve um momento de extrema incerteza em que as empresas não sabiam duração e como seria o futuro, se falava muito do “novo normal”, mas como seria mesmo este “normal”, muitas perguntas eram feitas, muitas dúvidas sobre o amanhã, sobre como as empresas estariam após a pandemia, se conseguiriam sobreviver, se poderiam se recuperar da crise.
Recomendados pelo LinkedIn
E como gerenciar em um momento de extrema incerteza?
A palavra-chave aqui é ADAPTAÇÃO!
Nas operações diárias das empresas, a incerteza é um fator constante. Inúmeros eventos imprevisíveis, com consequências variadas, fazem parte da rotina organizacional. Para mitigar esses riscos, gestores e colaboradores são treinados e condicionados a seguir estruturas, políticas e processos que visam minimizar incertezas e proporcionar previsibilidade nas operações. Contudo, quando uma crise de proporções graves surge – como uma recessão econômica, uma pandemia ou uma ruptura significativa no mercado – os modelos tradicionais de gerenciamento podem se revelar insuficientes. A estrutura que outrora oferecia segurança e eficiência pode se tornar um entrave em momentos de alta volatilidade.
Em crises profundas, a incerteza atinge níveis extremos. Nesse cenário, os métodos tradicionais de gestão, com suas regras e processos rígidos, frequentemente falham em responder à velocidade necessária. A única solução viável é a adaptação rápida e contínua.
Adaptação, neste contexto, significa ser ágil o suficiente para rever estratégias, reestruturar processos e redirecionar recursos de maneira quase imediata. O que funcionava em tempos normais pode não ser mais relevante, e os líderes precisam estar preparados para mudar suas abordagens em tempo real, tomando decisões baseadas em informações parciais ou incompletos.
Voltando ao conceito de Talento, Estratégia e Risco, é essencial destacar a importância das pessoas nesse processo. O gerenciamento de talentos deve iniciar com a gestão dos próprios talentos dentro do conselho e expandir para toda a empresa para que em momentos de crise, as pessoas sejam capazes de adaptar-se rapidamente às mudanças necessárias.
E como seriam estes conselheiros para formarem conselhos de alto impacto?
Conselhos de alto impacto são compostos por conselheiros que apoiam e colaboram com seus CEOs, trabalhando em parceria. Eles valorizam a diversidade de ideias e reconhecem que diferentes perspectivas fortalecem a tomada de decisão. Esses conselhos também são caracterizados pela capacidade de dar e receber feedbacks de forma construtiva, criando um ambiente de confiança, sem espaço para orgulho ou arrogância. A empatia e o tratamento digno são adotados como princípios fundamentais, e o trabalho coletivo é essencial para o desenvolvimento contínuo.
Um conselho coeso e de alto desempenho não apenas serve como um exemplo positivo para a organização, mas também influencia diretamente a cultura empresarial, promovendo um ambiente de respeito, colaboração e confiança.
Conclusão
A criação de valor a longo prazo é um desafio constante para conselhos e empresas, exigindo uma visão estratégica clara e a capacidade de adaptação. Conselhos de alto impacto desempenham um papel fundamental ao equilibrar talento, estratégia e risco, adotando uma mentalidade focada no futuro. Esses conselhos não apenas ajudam suas empresas a prosperarem, mas também definem o padrão para a governança corporativa eficaz. Ao promover um ambiente de colaboração, confiança e diversidade, eles garantem que suas empresas estejam preparadas para os desafios e oportunidades do amanhã.
Referências:
· Material do PFCC – Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy
· Livro: Talentos, Estratégia e Riscos – Bill Macnaab, Ram Charan, Dennis Carey;
Sócia e Diretora Comercial Marketing na Muwiz | Especialista em valorização de negócios | Palestrante | Mentora de Negócios
2 mExcelente artigo Elisa Carvalho
Conselheiro no CRC/PE (4 anos), formação "Conselheiro Consultivo Board Academy". Finanças. MBA (ESG, DPO, Sist.de gestão, GRC, Governança Corportiva em IA, Seg da TI, Mestrando Aud_Int gestão emp.) Auditoria, Compliance.
3 mGenial
Conselheiro, investidor em startups e consultor
3 mMuito bom 👏👏👊
Obrigada pela clareza na série de artigos escritos e que dão a visão da importância de um conselho de alto impacto 👏🏻👏🏻👏🏻
DASA Oncologia- Hospital 9 de Julho- Médica Assistente Tumores Femininos
3 m👏🏼👏🏼