"Continuar de novo..."
Tanta ênfase e inegável valor são dados à expressão “começar de novo...” Mas me pergunto se nessa valorização do eterno recomeçar, não negligencia-se o continuar... Começar é difícil... Recomeçar mais ainda... Mas do que adianta começar, e corajosamente recomeçar, se não houver o continuar?
Começar é realmente imprescindível. Mas os começos, em geral, têm um grande aliado: o entusiasmo. A visualização por vezes fantasiosa do que será a realização. Ainda não há o real contato, a intimidade com a ação. Que quando se aproxima de nós pela sua execução de fato, por vezes perde o encanto... Nessa hora nos é pedido, não insistência, e sim, persistência. Concretiza-se aí a real proposta. E o processo de realização das nossas expectativas começa a engrossar em substância, numa espiral de aprofundamento. Quando aí se avança, saindo da superficialidade do planejado, sentindo agora a resistência ao nosso movimento, adensa-se também a qualidade da satisfação pelo realizar, penetrando suas profundezas, imprevistos e dificuldades. São estes que adensam e perpetuam o prazer da conquista.
A ousadia dos que começam perde seu valor sem a continuidade. Começar rima com sonhar... Realidade com continuidade... Que vai garantir a ação, o movimento, a realização como um processo fluido e não um ideal ponto estático e finito. A própria Teoria da Mecânica dos Fluidos parte da Equação da Continuidade...
Assim, a capacidade de começar de novo é realmente um mérito, desde que não seja uma fuga do continuar, ação essencial e determinante para o realizar de fato. Desde que não seja um apego a viver apenas na superficialidade do entusiasmo da iminência do realizar. Sem a coragem de efetivamente penetrar e enfrentar a travessia. Trata-se, pois, de indispensável parceria:
O começar abre a porta. O continuar atravessa.
Ana Alice Trubbianelli - www.artengenhariamental.com
Analista de RH Sênior • Employee Experience Specialist • Business Partner • DHO • Consultor Interno • Coordenador RH • Especialista em RH • Gerente RH
6 aAna Alice, e digo mais, sentimos falta da acabativa! Se continuar já é difícil, terminar então se torna uma realidade cada vez mais distante... Adorei seu artigo!.