Esta nossa tão CriativaMente!...

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Morfologicamente, o cérebro humano está dividido em dois hemisférios. Segundo Zamboni (2006), o hemisfério esquerdo é racional, analítico e sequencial. A ele cabe o pensamento lógico, a realização de operações matemáticas, tendo comunicação direta com a consciência através do pensamento linear, decorrente dos processos racionais que lhe são inerentes e responsáveis pela construção da linguagem verbal. O hemisfério direito é sintético, intuitivo, acolhendo a realidade de forma global, decorrente de processos perceptivos e sensitivos.

É num equilíbrio dinâmico e harmônico que Zamboni (2006) identifica na mente humana o intuitivo e o racional como complementares: “Não existe a suplantação de uma em detrimento da outra, existem formas complementares do conhecimento, regidas pelo funcionamento das diversas partes de um cérebro humano e único” (ZAMBONI, 2006, p.23).

Assim, embora seja comprovada a especialização das funções dos hemisférios cerebrais, identificam-se movimentos integratórios entre suas duas partes. E a ponte que se constrói entre elas é uma das principais características que diferenciam o ser humano – a Criatividade: “O que ocorre frequentemente dentro de um trabalho criativo é a existência de sequências de momentos intuitivos, seguidos de ordenações racionais” (ZAMBONI, 2006, p. 34). Segundo Angeloni (2002), também para Damásio (1996) a criatividade é produto da interação entre razão e intuição. Em confluência, Tudda e Santos (2011) definem a criatividade como competência humana resultante da interação de todas as habilidades da estrutura mental.

Assim, a criatividade pode ser concebida como a ponte que se constrói entre intuição e intelecto, razão e emoção, com vias de mão dupla. Inerente ao ser humano, o ato criativo, portanto, não se restringe a universos específicos.

No contexto empresarial, Barros e Morais (2004) constatam que, as pessoas são mais estimuladas a usar seu hemisfério esquerdo: racional, lógico e sequencial. Assim, segundo estes autores, não há carência de força criativa nas empresas e sim não se permite sua emergência decorrente do diálogo com o hemisfério direito – intuitivo, sensível, perceptivo e imaginário – pouco estimulado em decorrência de restrições e cisões paradigmáticas: “Precisamos, pois, proporcionar estímulos ao lado direito do cérebro. Para isso, será necessário romper com certos padrões” (BARROS e MORAIS, 2004, p.110).

A proposta que trago com a ArtEngenharia - Engenharia Mental através da Arte, explorando o movimento dialógico entre Arte e Engenharia para o desenvolvimento do potencial humano nas organizações, caminha, justamente, nesta direção. Segundo Morin (1998), o conhecimento, seja qual for, necessita da imaginação e da intuição, não existindo uma inteligência fria e pura, unicamente lógica. O lógico e o racional acionam o imaginário e o sensível, que por sua vez estimulam e dão sentido ao racional e lógico. O próprio Einstein, segundo Zamboni (2006), considerava a imaginação a mais poderosa faculdade psíquica do homem. O grande impulsionador da ação criativa.

Texto extraído do projeto:

TRUBBIANELLI, Ana Alice. Estratégias inovadoras para o desenvolvimento de competências fundamentais aos profissionais das organizações contemporâneas integrando Arte e Engenharia. Projeto de Intervenção - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências da Vida, Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Desenvolvimento do Potencial Humano nas Organizações, Campinas, 2013.]

Ana Alice Trubbianelli / www.artengenhariamental.com

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