Credicard, do Itaú, estreia no mercado de adquirência com modelo de venda de terminais e pagamento em até D+2
Matéria originalmente publicada no Flash CardMonitor, edição de 16 a 23 de julho de 2018.
O Itaú Unibanco também entrou no nicho de venda de maquininhas. Na semana passada, a instituição oficializou o lançamento da marca Credicard no mercado de adquirência, com uma linha de terminais criada para atender pequenos comerciantes e autônomos. O processamento da nova adquirente 'full' será feito pela FirstData, dona das maquininhas BIN. A parceria se dará na forma de prestação de serviço, com pagamento de fee à First Data, sem acordo de profit sharing.
Segundo o Itaú, as primeiras opções de maquininhas lançadas são a Pop Credicard e a Mega POP Credicard. Uma terceira deve chegar ao mercado ainda este ano. A Pop, carro chefe da família, será vendida por 12x de R$ 29,90 e poderá ser solicitada via site.
Último banco a investir neste segmento, o Itaú aposta em uma proposta de pricing diferenciada para atrair clientes. As operações de débito terão taxa de 1,99% sobre o valor de cada venda e as de crédito à vista, de 3,98% – com recebimento em 1 dia útil e até 2 dias úteis, respectivamente. A venda do terminal teve início na sexta-feira (20/07), embalada por uma campanha protagonizada pela cantora Ivete Sangalo. Clique aqui para assistir.
A estratégia também coloca uma marca 'top of mind' para brigar pelos MEIs sem canibalizar a Rede, a principal credenciadora do Itaú, cuja oferta de serviços e preço são mais robustos. Enquanto a Rede determina sua taxa numa negociação individual de cliente a cliente, a Credicard terá uma oferta de preço único, permitindo que o lojista receba em um prazo mais curto, mas embutindo no preço o custo de capital. A expectativa do banco é vender entre 100 mil e 150 mil maquininhas nos próximos meses e capturar cerca de R$ 1 bilhão em transações até o fim do ano. A instituição calcula que do mercado de R$ 350 bilhões em processamento de cartões paraMEIs, apenas 20% já foram tomados pelos concorrentes.
A seguir, leia a entrevista concedida à CardMonitor por Marcos Magalhães, diretor-executivo do Itaú Unibanco e presidente da Rede. O executivo fala a respeito da nova operação:
CardMonitor - Porque a escolha da First Data como parceira para o novo negócio? O processamento não poderia ser feito pela Rede?
Marcos Magalhães – Sim, poderia ter sido feito pela Rede. Mas, a gente decidiu aproveitar o projeto que já estava em andamento como um experimento nesse sentido. Poderia ter sido feito em casa, indubitavelmente, mas como temos feito muitas coisas com a First Data em cartões do lado do emissor há muito tempo, a gente experimentou fazer algo em adquirência.
CM - Essa escolha se deu em busca de algum ganho em agilidade, manutenção de sistema, conforme se cogitou no mercado?
MM - Essa é uma resposta que podemos dar só daqui a seis meses. No primeiro momento, é muito mais na linha da gente experimentar e fazer coisas com parceiros da casa, que tradicionalmente nos atendem muito bem.
CM - Essa parceria também seria um teste para uma possibilidade de expansão da Rede no mercado internacional?
MM - Não temos uma agenda, uma ambição de internacionalização do negócio de adquirência. Não existe aqui nenhum planejamento nesse sentido. Não faz parte do escopo da discussão ou da parceria com a First Data uma atuação fora do Brasil.
CM - Como vocês pretendem mapear e atrair a nova clientela?
MM - Primeiro, acreditamos que este é ainda um mercado inexplorado. Apesar de já ter alguns players bastante grandes e relevantes atuando, se trata ainda de um segmento subpenetrado. A oportunidade é de expansão. À medida que este segmento for se integrando aos pagamentos eletrônicos haverá muito entrante e nós queremos capturar uma parte desse público. Não é uma entrada no sentido de "rouba- monte", mas estamos buscando de fato ter uma fatia importante de participação nesse novo segmento, que estava fora do nosso escopo de atuação enquanto adquirente tradicional. Agora que está patente como um segmento maduro, que conseguimos entender mais a dinâmica e aferir o tamanho da oportunidade, vamos buscar uma participação de share compatível com que a gente tem no mercado como um todo.
CM - Como os novos clientes serão abordados?
MM - A ideia é com que a gente faça, fundamentalmente, o uso de canais digitais. Não estamos contemplando aqui utilizar a agência do banco, até porque a sobreposição de público com este tipo de canal no nosso caso é muito baixa. Não é tipicamente um público que transita nos canais das nossas agências, portanto, não é um canal relevante para a oportunidade que nós desenhamos. E, como é um produto e um segmento diferente do que a Rede tradicionalmente opera, também não faremos uso das equipes da adquirente para distribuir o produto. A gente vai buscar muito mais uma solução de autosserviço.
CM - O pricing promete ser um grande diferencial da Pop Credicard. Além das taxas competitivas, o que mais é possível destacar como atrativo? O que o lojista pode esperar?
MM - Quisemos criar um produto absolutamente simplificado e, por conta disso, colocamos o pagamento em prazo curto. Toda a venda em crédito, à vista ou parcelada, será liquidada em D+2 e isso nada mais é que uma simplificação. Entendemos que a liquidação antecipada é algo desejado e necessário, uma vez que esse público trabalha com pouco capital de giro. Ao ter essa simplicidade, há também um ganho de eficiência operacional. Nessa mesma linha, os canais de atendimento também serão muito simplificados. De partida já temos um portal, com todos os mecanismos modernos de atendimento, de chatbot, inteligência artificial, para antecipar demandas e questões de clientes. A nossa ideia é dar a melhor experiência de autoatendimento nos canais digitais para esse público.
Presidente na Prevident Assistencia Odontologica
6 aQue saudades da Credicard. Agora com Itaú a marca vai ganhar destaque novamente no segmento.