Criatividade não é um departamento

Criatividade não é um departamento

Essa foi a frase dita por Patrícia Weiss durante o evento "O poder de gerar conexão emocional e transformação de histórias relevantes", também apelidado de Brand Storytelling #2, cujo primeiro eu também assisti e rendeu um artigo por aqui.

A convite da Casa Firjan, Patrícia, dessa vez, além de compartilhar seu conhecimento e vivência na área, chamou duas pessoas que também têm muita história para contar: Henrique Molina , gerente criativo da Walt Disney Company Brasil, e Andréa Rubim , Head da Johnnie Walker Brasil.

Se você não teve a oportunidade de participar deste evento e nem do Brand Storytelling #1, vou aproveitar para fazer um leve apanhado do que Patricia falou sobre, até porque ela, gentilmente, também fez essa recapitulação durante o Brand Storytelling #2.

Para mim, as lições mais importantes foram:

Boas histórias são compartilhadas porque são interessantes, não porque falam sobre uma marca.

Se hoje a único formato para se contar uma história fosse por meio de vídeos curtos, ao estilo Tik Tok, por conta, principalmente, da Geração Z, os últimos 2 anos não haveriam filmes de sucesso com 3 horas de duração.

Brand Storytelling NÃO É MARKETING.

O objetivo de uma história não é vender produtos. É humanizar uma marca.

Para complementar essas grandes lições, que eu fortemente incentivo a internalizar na hora de pensar em brand storytelling, vamos a dois exemplos incríveis que foram apresentados por Henrique e Andréa.

Henrique mostrou um case bem interessante para um projeto em parceria da Intel com a National Geographic. Intitulado, "Hack the city", foram produzidos 4 episódios de 15 minutos, onde por meio de design e tecnologia, pessoas tinham boas ideias para resolver grandes problemas de uma cidade grande.

O projeto era para mostrar a potência de um novo processador da Intel? Não diretamente, mas fica implícito. O projeto deu visibilidade a comunidades desvalorizadas, a artistas e resolveu os problemas apresentados em cada episódio? Certamente. Contou uma boa história? Sim! Tanto que a série rendeu um Emmy.

Andréa Rubim trouxe um case que eu achei lindo. Não sei se vocês sabem, mas na época de ouro da bossa nova, com Tom Jobim e cia, existia Alaíde Costa, que muitos a reconhecem como a mãe da Bossa Nova, mas foi totalmente negligenciada por não seguir o padrão imposto de como deveria aparentar um músico de bossa nova e não foi sequer cogitada como convidada para um evento em 1962, no Carnegie Hall, em Nova York, que apresentou o estilo musical para o mundo.

Então a Johnnie Walker e a agência AlmapBBDO tiveram uma ideia quando teve um novo evento comemorativo, em 2023, no Carnegie Hall e Alaíde Costa foi esquecida, de novo: apresentar a mãe da bossa nova para o mundo.

Como? Comprando espaço em um grande jornal para fazer uma "errata" ressaltando a importância de Alaíde Costa para o movimento musical e patrocinando um show de Alaíde no Carnegie Hall. PS: Ela foi ovaciada por 3 minutos.

Para se criar boas histórias é preciso ter boas ideias e também uma boa disposição para contá-las. Henrique ressaltou que o processo criativo é contínuo e que não surge em um estalar de dedos. É resultado de um caminho extenso.

Andréa complementou dizendo que quanto mais centrado no propósito, maiores as chances de vir um bom resultado. E que não é mesmo uma jornada linear.

Contar uma boa história exige imaginação, criatividade, e, acima de tudo, propósito.




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