Crise? Criatividade!
A crise mundial chegou e acelerou todos os processos de transformação digital, sejam pessoais, profissionais ou empresariais. É claro que a intensidade desta transformação varia de caso a caso, seja ela de forma inesperada ou planejada, nas empresas estruturadas e nas menos organizadas. Não há mais espaço para o discurso vazio da Transformação Digital como um modismo passageiro apenas. Certo das tendências da vida pós-covid, muitos artigos e matérias mostram e abordam estas mudanças com profundidade e em detalhes, mas não tenho esta pretensão aqui.
Quero explorar o cenário das micro, pequenas e médias empresas, e sei que os desafios são imensos. Iniciando pela sobrevivência, depois pela resiliência e persistência de continuar em frente. O grau de maturidade digital de cada negócio será medido por uma combinação de estratégia, capacidade de envolvimento e investimento. Cada empresa será um caso, mas o importante é analisar, aprender e compartilhar estas novas experiências. Isso será a base para qualquer adaptação, possibilitando seguir seu próprio caminho e aliados à capacidade efetiva na geração de valor e estratégia de cada negócio.
Compartilho com vocês uma experiência de sucesso e que pode parecer peculiar, mas que retrata bem a importância do famoso “jogo de cintura” para atingir o que todos empresários conhecem bem.
Logo aqui na esquina da minha casa tem uma quitanda, daquelas bem tradicionais, mas minimamente informatizada, porém trata-se de um negócio lucrativo, e que sempre funcionou bem. Quando foi decretado o confinamento, a Quitanda foi duramente atingida em seu faturamento. Contudo, rapidamente contando com uma experiência que não se aprende com teorias e modelos econômicos, em dois dias, senhor Manoel, dono do estabelecimento, criou uma estratégia, baseada no seu maior ativo: a criatividade. Ele correu pelos prédios da redondeza distribuindo um pequeno formulário para as pessoas fazerem compras e pedirem pratos executivos na hora do almoço. E assim, ele começou a passar todos os dias no fim da tarde recolhendo os pedidos para entregar no dia seguinte pela manhã.
Na semana passada, por coincidência, encontrei com ele (senhor Manoel), durante a minha caminhada diária pelo prédio, e pude constatar numa rápida conversa os resultados de uma estratégia simples e criativa. Ele me informou que o faturamento subiu para um nível acima de antes da quarentena e que a logística de entrega, que ele já tinha, ficou mais simples (entenda-se mais barata). Ele utiliza o Whatsapp como ponto de contato direto e para os clientes mais antigos ele manteve a “velha” conta corrente, que é quitada no final de cada semana, ou seja, ainda faz fiado para os fregueses. Observem a simplicidade.
Acredito que os micros, pequenos e médios empresários de uma forma geral, assim como o senhor Manoel, vão encontrar seus próprios caminhos, pois os ingredientes principais, que são a criatividade e resiliência para enfrentar qualquer desafio, não falta para esta turma.
Vamos em frente!
Profissional com ampla experiência no Varejo, no segmento de Distribuição e Revenda de Combustíveis e Franquias.
4 aMuitas vezes a solução está na atitude mais simples, enquanto muita gente se preocupa em buscar teorias sofisticadas.
CIO | CTO | NoCoder | Promotor de Transformação Digital
4 aMuito bom esse caso, que inclusive mencionei no video de hoje da série Longo & Strack do Mundo Exponencial.
Analista de Sistemas
4 aÉ possível ver claramente que este momento de crise traz grandes oportunidades de fazer as coisas de forma diferente. Além de ter quer repensar sua vida por conta da pandemia, o cidadão começa a repensar seus formatos de consumo. E aí está uma grande oportunidade de mexer a colher no caldeirão chamado mercado. É o momento em que alguns formatos já consolidados, envergam frente a uma brusca mudança de direção dos clientes. A expressão "pensar fora da caixa" nunca foi tão oportuna. Parabéns pelo artigo Alberto Blois.