CS e Vendas Integrados: Como essa estratégia pode fidelizar, reter clientes e impulsionar receita

CS e Vendas Integrados: Como essa estratégia pode fidelizar, reter clientes e impulsionar receita

Hoje, quando comecei a escrever sobre esse tema, me perguntei: por que demorei tanto para falar sobre isso? Realmente espero que vocês gostem.

Ao longo da minha trajetória em vendas e na construção de negócios, um ponto sempre chamou minha atenção: a falta de valorização e uso estratégico do time de Customer Success (CS). Muitas empresas ainda veem o CS como um “suporte premium” ou uma extensão do atendimento, enquanto, na verdade, essa área é peça-chave para reter clientes e impulsionar novas receitas.

5 Frases frequentes de reclamação de times de CS

  1. "Nosso time está sobrecarregado e sempre lidando com problemas urgentes."
  2. "Não temos metas ou KPIs claros, fica difícil saber se estamos no caminho certo."
  3. "Parece que estamos só resolvendo problemas, e não conseguimos ser proativos com os clientes."
  4. "A empresa não enxerga nosso papel como estratégico para a receita."
  5. "Não recebemos informações suficientes do time de Vendas sobre o histórico do cliente."

Principais motivos de churn

  1. Falta de acompanhamento contínuo: Clientes que sentem que não são bem assistidos ou que só são procurados quando têm problemas tendem a perder o interesse.
  2. Onboarding ineficiente: Uma primeira experiência ruim pode desmotivar o cliente e aumentar a insatisfação desde o início.
  3. Produto/Serviço não atende às expectativas: Quando o que foi prometido durante a venda não corresponde ao uso real.
  4. Falta de alinhamento de valor: Quando o cliente não percebe o valor contínuo do produto ou serviço em sua rotina, tende a sair.
  5. Suporte inadequado: Demora ou ineficiência na resolução de problemas gera frustração e pode levar à decisão de cancelamento.


Por que é estratégico olhar para CS?

Dados mostram que o custo de adquirir um novo cliente é de 5 a 25 vezes maior do que o de manter um cliente atual (Harvard Business Review), e a taxa de conversão para clientes existentes é de 60% a 70%, comparada aos 5% a 20% para novos clientes (Marketing Metrics). Então, por que tantas empresas ainda negligenciam o potencial da sua base? Um CS bem posicionado pode ser 10x mais estratégico do que tem sido hoje.

Quando se enxerga a jornada do cliente de forma integrada entre Vendas e CS, o cenário muda completamente. O cliente passa a se sentir mais acolhido, e não como apenas mais um número. A seguir, compartilho o que aprendi sobre essa integração e como o CS pode, sim, ser um impulsionador de crescimento e fidelização quando alinhado ao time de vendas.

A passagem de bastão: Onde o time de Vendas começa e o CS deveria continuar

O time de Vendas é responsável pela abertura desse relacionamento com o cliente. É nessa fase que o vendedor, além de entender as dores e necessidades do cliente, precisa alinhar expectativas e preparar o terreno para o sucesso. Quando a venda é fechada, começa um momento crítico: a passagem do cliente para o CS.

Muitas vezes, essa “passagem de bastão” é feita de forma superficial, com pouca troca de informações. Isso gera uma quebra de continuidade no relacionamento e faz com que o cliente se sinta desamparado, como se estivesse começando do zero. Idealmente, o vendedor deveria entregar o cliente para o CS com um briefing completo: quais foram as promessas feitas, quais são as expectativas e onde estão as oportunidades de expansão.

O que normalmente dá errado na relação entre Vendas e CS

É comum ver times de CS operando sem uma direção clara, com poucos indicadores e, pior, sem metas de retenção ou expansão. Um erro frequente é um CS reativo, que espera problemas aparecerem para então agir, enquanto o ideal é que o CS seja proativo e estrategicamente posicionado para antecipar as necessidades do cliente. Outro erro comum é a falta de um plano de expansão personalizado para clientes estratégicos, com detalhes específicos da empresa, personas envolvidas e projeções de crescimento.

Muitas empresas também buscam um perfil de CS mais vendedor, que traga habilidades de persuasão e relacionamento para facilitar o crescimento da carteira. Isso permite que o CS seja mais do que um suporte, tornando-se um verdadeiro parceiro no desenvolvimento do cliente, com foco em reter e expandir as contas. Além disso, o CS precisa ter metas claras e indicadores, alinhados à meta de crescimento geral da empresa. Para muitas organizações, cerca de 20% a 30% do crescimento da receita deveria vir da expansão e retenção dentro da base de clientes.

O Cenário Ideal: Um CS estratégico e alinhado com Vendas

Para que o CS seja, de fato, uma área estratégica, ele precisa de metas bem definidas, KPIs que reflitam seu impacto no negócio e uma comunicação alinhada com o time de Vendas. Esse alinhamento pode ser alcançado com algumas práticas essenciais:

  • Metas de crescimento de carteira: Um dos principais focos do CS deveria ser a expansão de contas na carteira atual. A Bain & Company descobriu que um aumento de 5% na retenção de clientes pode gerar um crescimento de lucro de até 95% em alguns setores. Metas de crescimento em cada conta, projeções de receita com cross-sell e up-sell e o acompanhamento desses indicadores são fundamentais para que o CS também contribua para a meta geral da empresa.
  • Modelo de variável para o time de CS: Assim como em Vendas, o CS deveria trabalhar com metas e um modelo de variável, mas focado no crescimento da carteira e não em qualquer venda pontual. A ideia é que, se o CS perder um cliente, a meta inclua a reposição dessa receita, além de incentivos sobre o que exceder o crescimento vindo de novas aquisições.
  • Rituais entre vendas e marketing: Para que o CS seja estratégico, é importante ter rituais frequentes entre Vendas e Marketing. Isso inclui reuniões de alinhamento sobre perfis de clientes, construção de jornadas e campanhas focadas na retenção e fidelização. Esses rituais ajudam a criar estratégias mais coordenadas e garantem que os times trabalhem em um objetivo comum.
  • Régua de relacionamento por tiers de clientes: A criação de uma régua de relacionamento para diferentes tiers de clientes (desde o menor até o mais estratégico) permite que o CS atue de maneira personalizada, mantendo a comunicação contínua e relevante para cada perfil. Clientes estratégicos, por exemplo, podem receber um acompanhamento mais próximo, revisões de performance e até consultorias para garantir que estejam aproveitando ao máximo as soluções oferecidas.
  • Plano de expansão personalizado para clientes estratégicos: O CS deve criar um plano de expansão detalhado para cada cliente estratégico, incluindo informações sobre o setor da empresa, personas principais e oportunidades de expansão. Esse plano deve ser constantemente atualizado com projeções de crescimento e novas oportunidades de cross-sell e up-sell.
  • Construção de cases de sucesso: Clientes satisfeitos e bem-sucedidos são ótimos aliados para novos negócios. O CS pode desenvolver cases com os clientes mais estratégicos, mostrando como a solução oferecida impacta diretamente os resultados. Esses cases servem tanto para fortalecer a marca quanto para suportar as equipes de Vendas e Marketing em novas prospecções.

Benefícios de um CS Alinhado com o Time de Vendas

Ter um time de CS estratégico e bem estruturado, que trabalhe em parceria com Vendas, traz uma série de benefícios, como:

  • Redução do churn e aumento da retenção: Um cliente que se sente assistido e valorizado tem mais chances de permanecer e consumir mais.
  • Maior receita por cliente: Com cross-sell e up-sell bem trabalhados, o CS consegue expandir a conta e melhorar o ticket médio. Estudos indicam que clientes fidelizados têm uma taxa de recompra 50% maior e gastam até 31% a mais comparado aos novos clientes (Invesp).
  • Experiência do cliente diferenciada: O CS consegue antecipar problemas e oferecer soluções personalizadas, o que aumenta a satisfação e as chances de recomendação.
  • Contribuição para a meta geral da empresa: Um CS proativo e estratégico consegue trazer um crescimento significativo para a empresa, com metas de expansão e retenção que contribuem para 20% a 30% da receita anual.
  • Insights estratégicos para novas vendas: A interação constante do CS com o cliente fornece ao time de Vendas uma compreensão mais profunda das preferências e necessidades reais de cada perfil, otimizando futuras prospecções.

Reflexão final

Integrar Customer Success e Vendas vai além de uma prática recomendada: é uma abordagem estratégica que transforma a experiência do cliente e impacta diretamente nos resultados financeiros. A partir do momento em que CS é visto como um impulsionador de receita, com metas e indicadores claros, ele deixa de ser apenas um suporte e se torna um parceiro fundamental no crescimento do negócio.

Empresas que entendem o valor dessa parceria conseguem fidelizar clientes, reduzir o churn e criar oportunidades de expansão constantes dentro da carteira. Cada interação se torna uma chance de agregar valor e reforçar o relacionamento, mostrando ao cliente que ele não está apenas adquirindo um produto ou serviço, mas fazendo parte de uma jornada de sucesso.

No final, a integração entre CS e Vendas não apenas maximiza a receita, mas também transforma clientes em defensores da marca, fortalecendo a reputação e gerando resultados sustentáveis. E isso, sim, é um diferencial competitivo de alto impacto.

Gostou das dicas? Já use-as para desenhar seu plano para 2025 e depois me conta como foi.

Jonas V.

Engenheiro Civil | Pós-Graduando em Arquitetura, Construção e Gestão de Edificações Sustentáveis | SDR no Stant | Pós-Júnior

2 m

Muito bom, é essencial a integração entre CS e Vendas para a expansão e evolução das empresas!

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