Cuidado: o ágil pode cegar você!
A evidência é clara: um pequeno, mas necessário número de cuidados faz a diferença entre uma abordagem de gestão de desempenho eficaz e justa e outra, inadequada e inconsequente. Organizações que tomam o cuidado de vincular os objetivos dos colaboradores às prioridades de negócios, investem em capacitação dos seus líderes (formais ou não) e diferenciam recompensas para desempenhos realmente superiores são reconhecidas, de dentro para fora, como ambientes realmente prósperos e justos. Não enxergar isto, pode lhe colocar na direção do abismo.
As organizações que pretendem ser ágeis devem se projetar para estabilidade e dinamismo. Alta tecnologia, decisões rápidas e ajustamento frequente de rota são apenas parte do jogo. Não se pode abandonar os fundamentos que dão estabilidade até mesmo àquilo que se mantém em constante movimento. E criar vantagem competitiva, em condições de voláteis, incertas, complexas e ambíguas (VUCA) passa por dar segurança e espaço à sua equipe.
Equipes habilitadas e autônomas são a base para a agilidade. Mas as organizações ágeis de fato praticam verdadeiramente o empoderamento de seu pessoal, muitas vezes permitindo que as equipes definam seus próprios objetivos e padrões de recompensa, num exercício de desenvolvimento de liderança participativa.
E há empresas que arriscam a substituição de objetivos individuais planejados para seus colaboradores por objetivos das próprias equipes. Em call-centers, por exemplo, isto tem consistentemente apresentado ganhos de produtividade superiores aos alcançados com outros modelos, além de obter um notável aumento na capacidade de articulação e coesão de todos.
É claro que a natureza descentralizada das organizações ágeis e o empoderamento criam um risco de se criar um caos. Uma maneira de se evitar isso é apresentar extrema transparência nos objetivos e no desempenho esperado. No Google, no LinkedIn e em outras empresas normalmente citadas como exemplos a serem seguidos, a alta direção expõe suas metas para todos, sem rodeios ou subterfúgios.
Se você, como gestor, duvida de que este tipo de transparência traz diversos benefícios consistentes e duradouros, observe os resultados que aquelas empresas alcançam. E se você, como colaborador, duvida que sua organização consiga criar este ambiente, faça-se duas perguntas: você tem se posicionado de forma a dar sustentação a este ambiente? E você tem realmente certeza de que seu crescimento está vinculado a permanecer no futuro exatamente onde você já está?
A resposta sincera a estas perguntas pode lhe surpreender.
Osmar Rezende de Abreu Pastore é educador corporativo e palestrante.
Entre em contato conosco e conheça nossas palestras e workshops sobre este e diversos outros temas.