Cultura do propósito e amor como ferramentas para a geração de valor e transformação de vidas.
O INÍCIO DE UMA GRANDE E VERDADEIRA AMIZADE
Era novembro de 2012, e contratado pelo então gerente do escritório regional do Sebrae AL em Arapiraca, Arestides Bezerra, fui convidado a palestrar no I Seminário de Móveis e Design, realizado na cidade de Arapiraca no estado de Alagoas. O objetivo desse evento foi apresentar ao público conhecimentos sobre o mercado, inovação, design, tecnologia e sustentabilidade na fabricação de móveis.
O seminário também reuniu nomes como Marcelo Rosenbaum, designer que ficou conhecido por participar do quadro “Lar Doce Lar”, no programa do Luciano Huck, a arquiteta Marta Melo e o designer Cristian Ulmann.
O pós-evento gerou grande repercussão e particularmente para mim um networking incrível com as instituições locais e participantes.
O ENCONTRO
Abril de 2013, em viagem de missão e curadoria com o meu amigo Maurício Siqueira – Fundador da Siq Markenting - para o Salone Internazionale del Mobile em Milão, estávamos responsáveis por vários grupos de designers, arquitetos e marceneiros de vários lugares do Brasil.
Após um dia inteiro na feira, quando retorno ao hotel e ainda na recepção solicitando minha chave, inesperadamente escuto meu nome por algumas pessoas, que se aproximam e se apresentam como os marceneiros que estavam na minha palestra em Arapiraca. Para minha surpresa disseram que passaram o dia falando da minha palestra e a sintonia que meu conteúdo trazia diante do que estavam presenciando na feira.
Lá mesmo com o Manuel Silva e Ronilvo (os dois marceneiros que se apresentaram) marcamos para o jantar uma reunião com o vice-presidente do sindicato Nairon Monteiro e a gestora do APL Cléa Mascarenhas.
Antes do jantar no próprio hotel me reuni com o grupo, em torno de 8 pessoas e com um papel e caneta na mão apresentei uma proposta de capacitação que abordaria, design thinking de serviços, design estratégico, branding e desenvolvimento de produtos. E lá mesmo já deixamos firmado entre nós a parceria que viria a ser um grande sucesso.
Já em São Paulo, enviei uma proposta oficial de capacitação que foi aprovada e programada para julho/13.
O DESAFIO
“...não se trata apenas de móveis, mas de histórias de pessoas que com sorrisos e mãos preenchem nossas casas de alegria. PAIXÃO EM SER MARCENEIRO”
Julho de 2013, início do treinamento para o grupo que reunia aproximadamente 20 marcenarias com umas 30 pessoas entre proprietários e marceneiros. Me lembro como se fosse hoje, o vice-presidente do sindicato Sr. Nairon Monteiro, antes de eu iniciar o treinamento me chama de lado e explica que a grande maioria não queria fazer o treinamento proposto e que não viam sentido em fazer uma capacitação em design. A maioria queria capacitações técnicas de uso de máquinas e ferramentas para produção de móveis e temas como gestão da empresa e financeira.
A gestora do grupo Sra. Cléa Mascarenhas também conversou comigo e falou um pouco do perfil de cada participante, tínhamos entre eles algumas marcenarias já de médio porte com ótima estrutura e saúde financeira sustentável, mas a grande maioria eram pessoas simples, com suas marcenarias em pequenos galpões e algumas até em garagem com estruturas precárias e situação financeira prejudicada.
Então eu tinha um grande desafio pela frente, e a pedido da gestora estimular a criatividade e capacidade de produzir móveis diferenciados, já que todos trabalhavam com móveis sob medida e apenas reproduziam o que o cliente queria ou copiavam algum modelo solicitado pelo cliente.
Logo de cara, pedi para que se apresentasse e falassem o que eles faziam, qual era o negócio deles, e sem nenhuma surpresa todos falaram a mesma coisa, ou seja, produção de móveis sob medida conforme solicitação do cliente ou projeto do designer/arquiteto.
Em seguida, eu questionei o grupo todo: “é só isso que vocês fazem? Onde está a diferenciação e o valor de vocês? Onde vocês querem chegar? Qual é o propósito de vocês?”, nesse momento todos olharam com desconfiança e com várias incertezas, inclusive de estar ali.
E para deixá-los ainda mais apreensivos eu disse, o que vocês esperam de mim? E continuei, vocês estarão esses 5 dias a noite comigo e no último dia qual é a expectativa de vocês?
Recebi algumas respostas, e todas eram sobre o produto, o móvel e seus atributos e que isso fosse suficiente para melhorar as finanças da empresa.
Mais surpreendidos ainda ficaram quando respondi que eu não ia falar sobre móveis, nem de atributos e que não íamos criar móvel nenhum, imaginem a situação.
Naquele momento eu estava com várias perguntas para mim mesmo:
Percebam que as questões não tinham nada a ver com coisas, e logo após em frações de segundos eu soltei a seguinte fala, “Amigos escrevam aí no papel e depois guardem com carinho na pastinha de vocês: Eu os levarei ao palco”, imaginem a cara deles quando disse isso. E para falar a verdade, nem eu sabia exatamente o que eu queria com essa fala, mas sinceramente foi o que saiu do coração.
Logo em seguida, disse que o motivo de eu estar ali, primeiro era fazê-los entender, que antes de fabricar móveis eles lidavam e se relacionavam com seres humanos, seus clientes, fornecedores, colaboradores, arquitetos, designers e com eles mesmos.
De nada adiantaria aprender técnicas, contas, projetos se não aprendessem a servir, e a proposta foi essa: Vamos sair daqui e se colocar no papel de consumidores, vamos identificar o que é servir. E entender que quando nos interessamos pelos problemas dos outros, naturalmente eles se interessarão pela sua empresa, ou seja, a confiança é uma virtude que precisa estar presente.
Passamos 2 noites em campo, vivenciando o outro lado do balcão, registrando, conversando e participando da jornada do usuário e suas experiências. As outras 2 noites levamos para a sala de aula o material coletado em campo e fizemos um levantamento e análise sobre as necessidades, problemas, dores, barreiras e oportunidades, com isso identificamos vários erros cometidos no atendimento e relacionamento que as empresas que ali estavam cometiam, e muitas vezes sem colocar como prioridade ou não perceberem mesmo.
No último dia já estávamos próximos e amigos, como disse a autenticidade e o interesse pelo problema das pessoas é que atraem elas para perto de nós, eu não estava presente apenas nos treinamentos no período da noite como normalmente acontecia com os consultores contratados, eu fazia questão de visitá-los em seus ambientes de trabalho, com um bate papo informal, mas que proporcionava muitas reflexões.
No final da capacitação saímos com várias diretrizes para serem aplicadas imediatamente, eram diretrizes viáveis e possíveis de serem implantadas sem investimento e com os próprios recursos, apenas com a criatividade e um processo mais humanizado.
A CONFIANÇA
Dias após o meu retorno para São Paulo, recebo uma ligação da gestora do projeto Sra. Cléa Mascarenhas para que eu enviasse uma proposta de mais um treinamento para aquele APL (Arranjo Produtivo Local) e agora para produzir algo, e o mais interessante essa solicitação veio a partir dos próprios marceneiros. Lembram que a grande maioria no início não queria tal capacitação.
E lá vou eu mais uma vez para uma das cidades mais aconchegantes e com as mais belas praias que já vi, eram mais 5 noites e agora para que produzíssemos móveis.
1° dia, desafio agora era encantar e ser desejado, então lancei uma pergunta: O que eles gostariam de produzir?
A maioria queria produzir móveis que eram facilmente encontrados em lojas e no varejo de móveis, então questionei: Vocês querem mesmo produzir esses modelos? Será que vão conseguir gerar mais valor e competir com essas grandes do varejo?
E com um certo silêncio fiz mais um questionamento: Por que não começamos contando uma história que faz parte da vida de vocês, algo simbólico da região e que é relevante para a cidade? O que vocês acham?
Percebi que os olhos deles brilharam com a proposta e toparam imediatamente participar, então, aproveitando que estavam animados, já pedi para que eles se organizassem em 6 grupos.
O Tema proposto foi: Histórias que encantam e inspiram.
Pedi para que cada grupo puxasse da memória lembranças de seus ancestrais, histórias e lendas, algo que fizesse sentido estar ali, orgulho de ser alagoano e resgatar um símbolo importante, que representasse a cidade tanto no aspecto cultural, social quanto da sua própria natureza. Então no primeiro dia cada grupo escreveu qual era esse símbolo e o que isso representava na vida deles.
Como foi lindo cada pessoa do grupo contar uma história, suas origens, tradições, e memórias afetivas. Começamos a estabelecer uma relação sincera de amizade e confiança, havia nesse momento o respeito e sem julgamentos sobre cada um.
E no 2° dia, pedi para que trouxessem catálogos, fotos, revistas, artigos sobre o tema escolhido, então, com a ajuda do sempre amigo e parceiro de projetos Eduardo Peroni, (Eduardo esteve presente em vários projetos e contratado para me ajudar na operação e materialização) ajudamos cada grupo a desenvolver um painel semântico.
Painel Semântico é, geralmente, uma colagem de fotos, ilustrações e outros elementos gráficos. Ainda que possa conter algum texto, ele é, principalmente, uma forma visual de representar ideias e de se expressar através de imagens.
Com o painel semântico finalizado, passei algumas diretrizes e dicas de narrativa, disse a eles que falar sobre o tema, tinha que ser como uma arte de contar histórias, de falar com o coração para que transmitissem a mensagem de maneira inesquecível.
Durante a apresentação de cada grupo, mais uma vez ficou nítido para mim que aquele momento tinha sentido e significado para cada um deles, havia participação de todos, estávamos felizes e libertos de preconceitos.
A cada minuto que passava na sala de aula, ficava mais claro para eles que os grupos não iam competir para ganhar sobre o outro grupo ou alguém, o que sempre foi transmitido para nós sobre competição, mas, que a nossa competição seria sobre ganharmos juntos, não precisava ter segundo ou terceiro colocado para sermos o primeiro. Comecei a perceber a essência de cada um do grupo, aquilo que naturalmente fazia e era mais relevante do que o outro, e essa conexão seria importantíssima para que o resultado fosse o que melhor eles pudessem fazer diante das condições que tínhamos.
Esse é o conceito de APL – Arranjo Produtivo Local – mas que até então não entrava na cabeça deles que compartilhar o conhecimento era melhor do que acumular para si próprio achando que isso era um diferencial competitivo.
3° dia, agora era a hora de começar a criar e rascunhar um móvel a partir do painel semântico, estimular a criatividade e o potencial de idealizar, de gerar ideias, seja por analogia, imaginação, ambientação ou por que não na pressão. Falei para eles que não se preocupassem com a qualidade do traço ou do desenho, para isso íamos ajudá-los, mas que produzissem ideias a partir da história que já estava de uma certa maneira tangibilizada no painel semântico.
Após várias ideias geradas, era a hora de avaliar quais eram as ideias com mais viabilidade e possibilidade de ser produzida, levando em consideração toda a experiência técnica de construção que eles dominavam. Lembrando que no grupo eram compartilhadas habilidades e experiências de cada um o que proporcionava uma nova maneira de resolver um problema, uma nova possibilidade e até desenvolver técnicas ainda não utilizadas.
4° dia, foi pedido a eles que trouxessem vários tipos de materiais, fita adesiva, cola, papelão, pedaços de madeira, fios, tecidos, espumas, etc. Essa era a nossa matéria prima para começar a construir o que chamo de porcotipo, isso mesmo, tangibilizar a ideia sem se preocupar ainda com a estética. Esse momento é importante porque dá a eles a possibilidade de ver, sentir, tocar, perceber coisas que no desenho não temos condições de avaliar.
Esse momento foi muito divertido, pareciam crianças brincando de Lego e impressionante como estavam comprometidos, eles estavam percebendo que podiam ser criativos, que poderiam levar esse conceito para dentro das suas empresas. Era nítido a energia daquele lugar, transbordava de alegria e parecia que não queriam que aquele tempo acabasse.
5° dia, enfim na primeira parte da noite terminamos de montar os “porcotipos”, e não era surpresa para mim que o material produzido estava encantador. Era totalmente percebido que eles estavam surpresos com o resultado, com capacidade de produzir algo que até então achavam impossível.
Os participantes puderam perceber o poder da colaboração, a conexão dos saberes e acima de tudo a união e respeito.
Com o painel semântico e as ideias desenvolvidas e tangibilizadas, minha proposta para cada grupo foi: Agora vocês terão alguns minutos para vender o produto de vocês, encantar as pessoas evidenciando os elementos que geram valor. Vamos treinar nossa fala? Se orgulhar das crenças e origens de vocês e atrair as pessoas pela autenticidade.
Foi animadíssimo, mas o melhor foi ver a evolução dos grupos na maneira que expressavam as ideias e evidenciavam os elementos de valor, sem contar com as experiências que tiveram no primeiro treinamento onde identificaram as melhores maneiras de relacionamento e confiança com o cliente e usuário.
E assim terminamos a capacitação, para mim uma felicidade que não cabia em mim, claro que os produtos apresentados foram relevantes, mas nada se compara a transformação das pessoas que estavam ali, era nítido que saíram melhores do que entraram, estavam mais autônomos e confiantes, valorizavam mais os seus saberes.
Reflexão: Durante meu envolvimento com o grupo, proporcionei a eles um olhar além dos acontecimentos visíveis, e sem que eles percebessem foram aplicadas técnicas complexas que permitia analisar em profundidade alguns problemas e barreiras que os impediam de gerar melhores resultados para a empresa e para eles, porém a maneira que apliquei e adaptei essas técnicas eram mais humanizadas, uma linguagem mais próxima do dia a dia de cada um, ou seja, era uma maneira de inserir ferramentas sem que os deixassem preocupados com a complexidade e que sempre acabava não sendo aplicável.
Eu mesmo já presenciei inúmeros treinamentos que são quase impossíveis de serem colocados em prática, por conta de não estarem adaptadas a linguagem de micro e pequenos empreendedores.
A SURPRESA
Em novembro do mesmo ano, dias após o término da capacitação que tiveram comigo, esse APL de Madeira e Móveis de Maceió e Região, foram convidados a participar de uma feira e exposição dos produtos comercializados por vários APLs de diversos setores e segmentos.
O espaço cedido a eles era pequeno, então, resolveram levar as pranchas dos painéis semânticos produzidos na minha capacitação.
O que chamou muito a atenção de todos que por ali passavam, e uma das pessoas que parou para ver os painéis e escutar a fala dos marceneiros/empreendedores foi o responsável pela primeira casa cor alagoas que seria inaugurada no início de 2014, essa pessoa ficou tão encantada que junto a superintendência do Sebrae AL resolveram ceder um espaço para a exposição dos móveis desenvolvidos na capacitação, desde que eles os marceneiros tivessem esses móveis prontos em fevereiro de 2014.
Com essa notícia, os membros desse APL ficaram tão empolgados e ao mesmo tempo preocupados, que no mesmo dia ligaram para mim, e com um pedido irrecusável pediram para que eu fosse para Maceió ajudá-los a materializar os móveis, com todos os detalhes para que não tirasse nada daquilo que transmitia exatamente a história contada.
Com o Sebrae e o sindicato sem o planejamento de orçamento para a minha ida, eu decidi ir com meu próprio recurso, e ainda levar o Eduardo Peroni que era meu especialista em projeto. Decidido isso consegui barganhar uma palestra minha com a prefeitura de Maceió para que colocasse essa verba nas passagens e o grupo fazendo uma vaquinha entre eles conseguiram verba para as estadias.
Essa turma era parte do meu propósito, eu tinha comigo a certeza de que esse projeto transformaria vidas, que seria uma validação do que eu acredito.
Sem contar que estar em Maceió com essa turma era uma delícia, eram meus amigos.
Já em Maceió eu e o Eduardo fomos a todas as marcenarias com cada grupo reunido para desenvolver o desenho construtivo, e toda a sua manufatura. Ficamos o dia inteiro com cada grupo, avaliando o porcotipo e detalhando todos os atributos e peças para o desenho final.
Ao final todos estavam com a tarefa de produzir os móveis e entregá-los na data certa para o lançamento da casa cor.
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Na mesma semana tive reuniões com o responsável pela casa cor, arquiteta responsável pelo espaço e com os dirigentes do sindicato e Sebrae.
E em uma das reuniões com a gestora de projeto Cléa Mascarenhas, o então vice-presidente do sindicato Nairon Monteiro e o gerente do Sebrae Everaldo, fiz um apelo, “Quero um evento pré-lançamento casa cor, se possível no prédio da associação comercial de Alagoas, uma construção belíssima e tombada, também que convidem arquitetos, designers, profissionais e estudantes, empreendimentos imobiliários, entre outras pessoas influentes no setor. Quero aquele auditório cheio e utilizando meu networking convidarei pessoas importantes do setor para palestrar juntamente comigo, quero atrair um público qualificado e gerar muita visibilidade ao projeto e ao grupo desse APL”
Meu pedido foi aceito, e hoje tenho uma enorme gratidão aos meus grandes amigos Nairon e Cléa, que acreditaram em mim, que compraram as minhas loucuras e confiaram na minha promessa de algo que parecia bem difícil.
A VIRADA
Já em São Paulo, eu entendi o poder do Network e o quanto nossa trajetória honesta é capaz de realizar coisas incríveis.
Liguei para minha amiga Mônica Barbosa, jornalista e referência no setor de design e arquitetura, naquele momento era também colunista da revista caras. Contei em detalhes qual era o propósito do projeto e ela achou fantástico, pedi então que ela palestrasse no evento de pré-lançamento da casa cor, abordando o tema Tendências do setor, mas não sabia se teria recurso financeiro, veja o que ela me respondeu: “Marcos, esse projeto é lindo vou utilizar os recursos da editora Abril e cobrir a casa cor e mais, escrever sobre esse projeto em minha coluna na revista caras.”
Em seguida também liguei para minha outra amiga, Cândida Cervieri – Diretora Executiva da Abimóvel, que também disparou elogios para a proposta do projeto e se que eu pedisse, falou que estava disponível para participar do evento e promover o projeto perante a instituição. Cândida apresentaria as oportunidades do setor moveleiro.
Também entrei em contato com várias mídias, especificadores e faculdades que de alguma maneira se relacionavam com o setor, e pela amizade e porque não dívidas de gratidão das pessoas que tinham por mim, percebi que o evento estava engajando a todos e tinha tudo para ser um grande sucesso.
Sem contar os esforços da Cléa, Nairon e os participantes do APL.
Enfim o grande dia chegou, estávamos todos ansiosos com o evento e qual seria a repercussão do evento e o ambiente casa cor.
O frio na barriga aumentava, e minutos antes de começar o evento o auditório estava com sua capacidade máxima lotada, eram 300 pessoas presentes no evento.
Iniciamos com apresentações formais das instituições, Sindicato e Sebrae e logo após as palestras de Cândida Cervieri, Mônica Barbosa e a minha. As palestras foram super relevantes para todos que estavam no evento.
A emoção: falando especificamente da minha palestra que abordou toda a nossa jornada, conteúdos e atividades realizadas que proporcionaram a tangibilização do nosso objetivo final.
Durante a palestra, a minha emoção tomou conta e se entrelaçou com as histórias e origens dos marceneiros, com os símbolos da região e toda uma cultura local. Sim, a emoção também contagiou o público, estávamos ali como mensageiros e embaixadores daquela cultura, apresentando algo que a partir da essência e vocação local poderíamos gerar mais valor e economia.
Mas nada foi tão especial e emocionante quando no final da minha apresentação eu coloquei a imagens de todos que participaram dessa capacitação e disse para que eles fossem ao palco e todas as palmas seriam para eles. Nesse momento eu vivi o tempo kairós, eu e meus amigos não queríamos que esse tempo acabasse, queríamos ficar ali curtindo esse momento.
Nem nos meus melhores sonhos e estratégias esse final seria assim, lembram dessa frase no meu primeiro dia de contato com eles: “Amigos escrevam aí no papel e depois guardem com carinho na pastinha de vocês: Eu os levarei ao palco”
Fiquei anos me perguntando, por que tinha dito isso a eles no primeiro dia de treinamento, só lembro que saiu sem pensar, algo que sai do coração. E como algo que já estava no roteiro da vida, a vida me presenteia com a oportunidade de levá-los ao palco.
Crescimento econômico depende de inovação, sustentabilidade, capacitação e conhecimento, mas o crescimento mesmo, vem da espiritualidade, da inclusão e do valor que damos para cada grão que cai da nossa ampulheta.
O evento terminou com chave de ouro, emoção e alegria, mas com muito mais responsabilidade a partir de agora, me reuni com todos do grupo e disse: “vamos curtir esse momento, vivenciem para que isso se eternize, mas lembrem se a chave virou na vida de vocês, o palco nos engrandece e da visibilidade, mas junto com isso aumenta nossa responsabilidade e crescer requer aprender, desaprender e reaprender todos os dias, já pensaram como vamos lidar com isso daqui para frente?”
E sobre a casa cor, foi a cereja do bolo. Além das matérias publicadas em revistas de grande circulação nacional como a Revista Caras, na coluna de Mônica Barbosa, estivemos também em revistas setoriais, programas de TV e rádio.
A casa cor também proporcionou mais e melhores relacionamentos com designers e arquitetos, assim como contatos com empreendimentos imobiliários, construtores e outros APLs.
O VALOR
Com toda a repercussão gerada no evento, casa cor e mídias, os resultados começaram a aparecer e oportunidades a surgir. Logo de cara forma convidados a expor esses móveis na Feira Formobile e na sequência no Design Week todos em São Paulo, os produtos também ficaram expostos no conjunto Nacional em São Paulo com a visita e olhares de milhares de pessoas.
Além da visibilidade, habilidades e competências que os marceneiros/empreendedores adquiriram pelas ações realizadas, eles também já estavam com uma outra mentalidade, já tinham uma visão mais ampla do que é empreender e crescer.
Para mim o verdadeiro valor veio por meio das transformações que percebi na vida deles, cito aqui alguns exemplos:
Alguns se matricularam em escolas e voltaram a estudar, começaram a se comunicar melhor, tiveram até alguns deles que por todas essas ações fizeram a primeira viagem fora de Alagoas e de avião, foi percebido também em muitos que estavam com sua autoestima bem abalada se empoderarem e recuperarem a esperança, se sentiram pertencidos e vistos por onde passavam, teve um que até arrumou os dentes por conta da motivação de retornar a acreditar em um futuro melhor para ele, tive depoimentos de alguns em estado depressivo e que durante as capacitações saíram desse estado, mudança no convívio com a família e principalmente o respeito pelo próximo, sem contar que dali saíram marceneiros que foram convidados para palestrar em grandes eventos do setor, exemplos de superação, entre outras coisas que as vezes ou muitas vezes não são indicadores importantes para a instituição.
E é sobre isso que comemoro junto com esse APL nossas conquistas, porque esses são os verdadeiros valores, as outras conquistas são resultadas e consequências desses valores.
Mas isso não parou por aí, viramos uma unidade em busca de evolução humana e de negócios, ficamos de 2013 a 2018 juntos em projetos brilhantes.
Sob minha consultoria e de meu fiel escudeiro Eduardo Peroni, desenvolvemos outros projetos e em um deles fomos selecionados para expor alguns produtos na principal feira de design e móveis de Milão em 2017.
Ambos os produtos fizeram parte da Linha de Móveis Quilombo dos Palmares, lançada no final do ano de 2016, por 12 empresários atendidos pelo APL Móveis Maceió e Entorno que desenvolveram uma coleção de móveis inspirada nas paisagens, crenças, cores e formas da histórica região dos Quilombos.
“É uma emoção muito grande fazer parte de uma mostra internacional de móveis. Estamos com grandes expectativas, sobretudo com relação à abertura para vendas no mercado externo”, afirmaram Neide e Luciano Andrade, proprietários da Letizia Planejados, uma das empresas atendidas pelo APL Móveis, onde foi desenvolvida a cadeira Zumbi dos Palmares.
Para que os móveis chegassem até o iSaloni em Milão, o Centro Internacional de Negócios de Alagoas (CIN/AL) intermediou o contato com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil S/A), organizadora da Mostra Be Brasil. Os móveis passaram por uma curadoria para serem selecionados e os produtores tiveram apoio do Governo de Alagoas, Sebrae/AL, Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) e do Sindicato das Indústrias de Marcenaria, Móveis e Esquadrias de Alagoas (Sindmarc).
Se em 2013 esse grupo com pouquíssimos marceneiros tiveram a oportunidade de estar em Milão como espectadores, em 2017 lá estavam como protagonistas.
Gratidão meus amigos!!!
DEPOIMENTOS
Meu nome é Nairon Monteiro, artesão e empresário do setor moveleiro.
Os grãos de areia que o vento separou, a sede por desenvolvimento e por inovação no seguimento moveleiro alagoano, tornou a reagrupar já na preparação da primeira missão empresarial do setor ao Salão de Móveis de Milão em abril de 2013.
Os primeiros contatos desta longeva parceria, aconteceram em novembro de 2012, no seminário de móveis na cidade de Arapiraca no agreste alagoano. Neste seminário produzido pelo Sebrae AL, estavam presentes empresários do APL de Móveis de Maceió e Entorno, associados do Sindimarc-AL (Sindicato da Indústria de Marcenaria e Esquadrias do Estado de Alagoas), e “casualmente” assistiram a palestra, do até então desconhecido por nós, o renomado Marcos Batista.
Passados alguns meses, assim quis o funil da ampulheta da vida, no saguão do hotel em Milão na Itália, um grupo de 12 desbravadores “grãos” voltassem a se encontrar com o já não tão desconhecido Marcos Batista. Ali sim, após uma longa conversa e reunião informal, foi chancelada de primeira uma grande parceria humana e profissional, estavam em busca de um grande nome internacional para um trabalho de repasse metodológico e voltaram com a contratação de um nome bem tropical.
Para mim a missão foi um marco divisor de águas e a concretização de sonhos. Não era possível mais ver nossa produção como antes, e mais do que nunca, o conhecimento e aplicação do design com estratégia agora eram prioridades. Então celebramos a contratação da consultoria do designer e visionário Marcos Batista, consultoria essa, que durou aproximadamente 06 anos e mais duas imersões ao mundo italiano do design moveleiro.
As participações nas missões ao SALONE DEL MOBILE MILANO, que aconteceram em 2015 e 2017, se deu graças ao profissionalismo, ética e entrega diferenciada do Marcos. As capacitações não eram apenas metodologias e ferramentas sobre design thinking, design estratégico, design de serviços, canvas, branding, storytelling e tantas outras, mas sim a capacitação humana, a mudança de mentalidade para que nós simples marceneiros pudéssemos por meio das capacitações utilizar melhor essas ferramentas para alavancaram o setor e nossas vidas.
O nosso desenvolvimento humano promovido pelas atividades e ações do Marcos, elevou nossas empresas para patamares inimagináveis. Com a ajuda dele, desbravamos fronteiras e mostramos a garra e potencial do empresário alagoano, expondo 02 móveis da Coleção “Quilombo dos Palmares”, a Cadeira Zumbi dos Palmares e a Luminária Berimbau, criados durante a capacitação do Marcos. Os móveis ficaram expostos na Exposição BE BRASIL 2017 em Milão.
A melhor parte desta história, é que ela ultrapassou literalmente a relação comercial, e hoje após mais de 11 anos, tenho a honra de chamá-lo de amigo MARCOS. Gratidão a ampulheta da vida por nos permitir esse grandioso encontro cheio de propósitos.
Meu nome é, Cléa Carvalho - CEO da empresa MDE Consultoria, Gestora de projetos, atuo como Consultora e Coordenadora do Programa Empreender pela Federação das Associações Comerciais (FEDERALAGOAS)
Conheci o Marcos Batista em uma missão técnica para o município de Arapiraca-AL, um evento voltado a empresa do setor moveleiro. Para que pudéssemos fazer uma transformação na vida dessas empresas, tivemos que investir em capacitação, pois só ela é capaz de provocar grandes transformações, e nesse evento, o Marcos Batista, conseguiu atrair a atenção do nosso grupo de empresários, pois abordou sobre um novo método organizacional com novas relações externas e mudanças no ambiente de trabalho, de uma forma fácil. A partir dessa data percebi que para promover mudanças no território, teria que mudar a mentalidade das pessoas, desta forma, o Marcos foi esse agente transformador em nosso território. Iniciamos com o curso de Design Thinking que trouxe uma forma inovadora de pensar e resolver problemas. O Marcos, trouxe ferramentas onde era possível gerar e organizar as ideias de forma criativa, assim como soluções para os problemas enfrentados pelas empresas. Os resultados que alcançamos com essa abordagem inovadora, levou as empresas do APL de Maceió a participar de três edições da Casa Cor Alagoas, com peças exclusivas inspiradas nas potencialidades do nosso estado. Também criamos uma segunda coleção de móveis inspirada no Quilombo dos Palmares. Foram esses resultados que levaram essas empresas a uma mudança de mentalidade a ponto de expor na maior e mais importante feira mundial de mobiliário, Salone del Mobile Milano.
Foi muito importante conhecer o Marcos, pois ele nos ensinou a trabalhar com propósito, e nos mostrou o quanto somos capazes de mudar e transformar a vida de outras pessoas através da Inovação. Perceber a mudança não só nas empresas, e no ambiente de negócios, mas também na mentalidade e comportamento dos empresários, me fez ver o quanto necessitamos de profissionais como o Marcos Batista, ele se entrega ao trabalho, pois coloca amor no que faz.
Gratidão Marcos, você não transformou só a vida de algumas pessoas, mas a realidade de um território.
Meu nome é Maria Cristina dos Santos, co-fundadora da ComplementtoD.
Graduada em jornalismo e pós-graduada em Marketing e Propaganda. sempre tive sede por conhecimento especialmente os que me ajudassem a definir meu propósito de vida. Ao participar do APL tive a grata oportunidade de conhecer o Marcos Batista e a partir de suas aulas e orientações comecei de fato a saber o que significa ter propósito de vida.
Seus conhecimentos sobre inovação, comportamento e visão de mundo aliados às experiências adquiridas foram compartilhadas conosco de forma incrível. A cada encontro, um mundo de ideias, conhecimentos e oportunidades se abriram para mim e comecei a ter maior compreensão sobre a minha empresa, minha missão e o sentido do meu trabalho.
O Marcos é dessas pessoas que se iluminam ao ensinar, a gente sente o quanto ele ama o que faz e o faz com muita sabedoria. Para nós de Maceió e para o APL ter tido o Marcos como instrutor, orientador e amigo foi um divisor de águas, não teríamos ido tão longe sem ele. Por tudo isso, contínuo o considerando meu orientador e um dos maiores profissionais da área. Obrigada Marcos por todas as dicas, conhecimentos compartilhados e pela nossa amizade.
Olá! Sou Manoel da Silva - CEO AKY estofados, de Maceió Alagoas
Inovação foi sempre algo que eu buscava para a cultura da minha empresa, mas por várias vezes muito distante e pontual. E foi exatamente em 2012, quando estive presente na palestra do Marcos Batista, em Arapiraca, que eu percebi que a inovação é para todos, ele abordou o tema de uma maneira tão humana e simples, que mudou para sempre meu olhar sobre inovação.
Em todas as capacitações com o Marcos, percebi a capacidade que ela adaptava ferramentas que eram complexas para que se tornassem fáceis para que eu colocasse em prática no meu dia a dia, me ensinou que a inovação pode estar no produto, no processo, no serviço, no comportamento, mas principalmente na cabeça do empresário. Já se passaram mais de 10 anos, e ainda hoje tenho o Marcos como um mentor e amigo, a evolução da minha empresa é parte de tudo que aprendi com ele. Hoje somos uma empresa que desenvolve produtos autorais, capitamos recursos de subvenções econômicas e geramos receitas através da inovação.
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Marcos Batista
Professor | HeadHunter | Engenheiro │ Mestre em História da Ciência e da Tecnologia
1 mPavle Duarte Junior
Executive Director ABIMOVEL
10 mParabéns, Marcos! Um excelente case!
Palestrante | Top Voice Inovação - Empreendedorismo - Design | TEDx Speaker | Autor dos livros: Inovação Humanizada e Metamorfose Empreendedora | Membro do Conselho Consultivo Brasil Digital
10 mGrande Mauricio Siqueira vc foi o grande responsável por me colocar no palco e seguir nessa missão. Uma jornada de amizade e muita aprendizagem ao seu lado. Gratidão
CEO CASACOR RIBEIRÃO PRETO e FOUNDER e CEO SIQ MARKETING, palestrante, board member e consultor estratégico.
10 mEsse case do meu amigo Marcos Batista é sensacional... acompanhei toda a trajetória, desde Milão no encontro no lobby do hotel até á.exppsição na Formobile no espaço do Design Forum.Móvel que organizei aquele ano e abrimos espaço para os empresários e empreendedores de Maceió, sob a tutela do Marcos, apresentassem seus produtos em uma feira pela primeira vez.... parabéns amigo, você continua colocando o coração e a alma no que faz, transformando a vida de muita gente!!! Me apoiou forte em muitas vezes... te desejo mais sucesso amigo