Cursar uma faculdade pública ou particular?

Cursar uma faculdade pública ou particular?

Muitos aqui já passaram por este momento na vida e cada um tomou sua decisão de acordo com a carreira pretendida, localização da moradia e condições financeiras (própria ou de sua família), correto?

Definido a carreira a estudar, pode se optar pelo ensino presencial ou à distância (EAD) sabendo que existem cursos onde o padrão de excelência é encontrado nas faculdades públicas e outras nas faculdades particulares dentro do Brasil. Gostaria de ver qual universidade é o mais indicado para o seu curso, de acordo com a região? Seguem abaixo dois links com rankings dentre dezenas que encontrei na rede:

* Ranking Universitário Folha 2018

* Ranking do MEC divulgado pela Catho

 Neste artigo não pretendo entrar no mérito das vantagens, renome ou qualidade de um curso específico nem desabonar quaisquer universidades, faculdades ou centros universitários particulares. Cito aqui 8 razões (do ponto de vista de um ex-universitário) para se optar por um curso em uma universidade pública, para quem está em busca da primeira (ou segunda, demais, etc.) graduação(ões) ou pós.

 1 – Preparação para o vestibular:

Os cursos de graduação (e algumas pós) oferecidos pelas faculdades públicas são gratuitas em sua maioria.

Para ingressar, o estudante deve passar por uma prova que ateste as condições mínimas de conhecimento acadêmico e técnico da área pretendida.

Eu, por exemplo, estudei por 1 ano em um cursinho pré-vestibular para ter condições mínimas de realizar as provas dos vestibulares pois os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental e médio em escolas públicas foram precários.

Posso afirmar que literalmente “aprendi” química, literatura, história e geografia neste curso, visto que não tive tais matérias no ensino médio técnico (sim, na época que cursei a ETE GV o curso de técnico em eletrônica não possuía tais matérias).

Neste período de estudos, fiz amigos no cursinho, aprendi muita coisa e adquiri disciplina para separar bem os momentos de trabalho, lazer e de estudos.

Após 1 ano de estudo intenso (em conjunto com o trabalho como técnico em eletrônica para pagar as contas do mês), passei nas 5 principais universidades públicas de São Paulo nos cursos que pretendia. É uma satisfação indescritível ver que todo o esforço de um ano de estudos deu resultados!

Não foi fácil, mas com uma boa dose de disciplina, dedicação e foco, qualquer estudante consegue ingressar em um bom curso numa faculdade pública.

2 – Da Gratuidade dos cursos

Nos últimos meses que precederam meu retorno ao Brasil (após 6 anos de trabalho no Japão), percebi que não teria condições de pagar para frequentar uma boa faculdade particular por longos anos.

Até então a possibilidade de ingressar em uma faculdade pública era remota para meus planos, já que ouvia de meus familiares e amigos que este sonho só era possível para estudantes que frequentaram boas escolas particulares e cursos preparatórios.

Decidi então que investiria todas as minhas fichas (e economias) pagando por um curso pré-vestibular para ingressar em uma universidade pública afim de obter gratuidade nas mensalidades. De fato, se fizer as contas contando com a matrícula anual e despesas com mensalidades ou parcelas, economizei pelo menos R$80 mil reais considerando as prestações de +ou- R$1.500/mês por um bom curso em uma faculdade (particular) mediana à época. Uma vez que o custo de se manter uma Universidade pública pela Nação/Estado/Município já está inserido nos impostos que pagamos, por quê não usufruir, concorda?

3 – Da formação “autodidata”

Nos 4 anos do curso de bacharelado em Sistemas de Informação, tive alguns excelentes professores e outros nem tanto no quesito didática e vocação para dar aulas.

Pode parecer absurdo, mas ouvi de alguns docentes que eles “só davam aulas na universidade pois eram obrigados", já que era a contrapartida para continuar exercendo suas atividades como pesquisadores.

Particularmente, sou fã de aulas onde o professor passava todo o seu conhecimento e conteúdo escrevendo fórmulas, passagens ou ensinamentos na lousa sem auxílio dos famigerados slides

Nestas aulas "old school", me esforçava para ouvir o professor, ler o que ele passava na lousa e copiar tudo o que era transmitido, com o intuito de aprender e me preparar para as provas da disciplina.

Já outros (a maioria) dos professores, apenas liam slides pré-definidos em aula. Muitos destes slides, por sua vez, tinham sido desenvolvidos por outros professores de matérias semelhantes, o que faz com que nem sempre tenha domínio do conteúdo ali apresentado.

Nestas disciplinas era necessário mudar a estratégia de aprendizado, obrigando-me a estudar por conta própria com auxílio de livros e outros materiais auxiliares para obter boas notas nas provas, pois o estudo somente com os slides apresentados eram insuficientes.

Bem ou mal, a presença de professores com didática questionável me forçava a expandir os conhecimentos na matéria através da leitura de livros, da realização de exercícios, formação de grupos de estudos e pesquisas na internet, o que de certa forma contribuiu com o protagonismo necessário para um aprendizado.

 4 – Da valorização dos alimentos nas refeições

Quem frequentou constantemente o “bandejão” de uma faculdade pública sabe dar valor a cada centavo “sobrevivente” na carteira de um estudante. Também, sabe o valor que cada grão de arroz ou pão no prato representou no sustento ao longo do dia.

Sobre a comida servida nestes refeitórios, não tenho do que reclamar (até pelo preço simbólico cobrado por eles): lá aprende-se a comer o que está disponível no dia sem a luxúria de escolher entre algo “mais caro e/ou mais saboroso”.

 5 – Do renome da faculdade

Certamente grande parte das empresas e recrutadores ainda valorizam uma boa faculdade pública em um currículo.

Por quê? Pois é um atestado de que a pessoa se preparou para ingressar no curso, venceu outros concorrentes e teve resiliência para concluir os estudos. Só quem passou por longos meses nas salas de aula sabe da dificuldade em se formar mesmo com as adversidades que vão surgindo ao longo do caminho.

6 – Do network inserido

Em uma faculdade pública você encontra estudantes de famílias com situações financeiras, de etnia, religião, ideologias, idades e locais de nascimentos diversos e heterogêneos.

É um local onde a pluralidade de pessoas e histórias se encontram e geram ideias disruptivas e inovadoras. Isso não quer dizer que em uma faculdade particular o mesmo não possa ocorrer, mas de certo não com a mesma intensidade.Explico:

em uma faculdade particular extremamente cara (e renomada), somente indivíduos com situação financeira privilegiada frequentarão suas aulas (sim, excluso casos em que o estudante adquire alguma bolsa-auxílio ou gratuidade). Do mesmo modo, faculdades mais acessíveis (e menos renomados no mercado) serão frequentados - em sua grande maioria – por pessoas mais humildes e sem muitas condições financeiras.

 7 – Da qualidade do corpo docente

Citei em (3) a existência de professores com didáticas “à desejar” para dar aulas. Isto não quer dizer que são maus profissionais, muito pelo contrário: todos eles passaram por concursos públicos e possuem boas graduações (também mestrados, doutorados, pós-doc, etc.), além de bons trabalhos publicados em artigos científicos, congressos e fóruns de pesquisa.

 São profissionais que em sua grande maioria, produzem conteúdos relevantes e reconhecidos pelas entidades de suas respectivas áreas de atuação, mas que não sabem ou não querem dar aulas - de maneira pura e simples.

 8 – Das festas e eventos diversos

Desde o dia da matrícula nestes cursos (e os trotes aplicados) até a data da formação, existem dezenas e dezenas de eventos como torneios, festas, festivais e encontros entre estudantes.

De todos os tipos, bolsos e gostos, estes eventos certamente serão marcados como um dos melhores momentos de suas vidas, e você e seus colegas lembrarão dos detalhes em um futuro de maneira saudosista e carinhosa.

Cuide apenas em balancear os momentos de lazer com os estudos para não degringolar nem sua vida acadêmica nem a social, pois o equilíbrio é o segredo tudo.

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