Desafios e tendências para o setor da saúde em 2024

Se o ano começa para valer após o Carnaval, este é o momento ideal para explorarmos as tendências que moldarão o cenário do setor de saúde nos próximos meses. Depois de um 2023 intenso, marcado por grandes mudanças no panorama macroeconômico global, entramos em 2024 com muita esperança, mais resilientes e menos afoitos - uma boa combinação para o sucesso. 

Atualmente, o ecossistema de saúde no Brasil enfrenta um cenário complexo. Por um lado, temos  a saúde suplementar que carece de sustentabilidade financeira, com prejuízos operacionais bilionários, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS . Por outro lado, temos pacientes que necessitam de acesso à assistência, pois ainda há uma disparidade enorme do alcance dos serviços, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Só conseguiremos fechar essa conta com soluções inovadoras que otimizem o atendimento e intensifiquem os cuidados preventivos. Com isso em vista, como principais tendências para a saúde em 2024, destacaria os seguintes itens:

• Avanço ainda maior da tecnologia como uma aliada aos serviços de atendimento

A criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital em 2023, vinculada ao Ministério da Saúde , mostra que a tecnologia aplicada à saúde é um pilar que está em foco e receberá muita atenção. Além disso, vimos que o uso da Inteligência Artificial (IA) em uma vasta gama de áreas do nosso setor foi destaque no ano passado e continuará se expandindo em 2024.

Há muito a explorar dentro desse tema, e o setor pode se beneficiar das tecnologias que otimizam processos, barateando custos operacionais ao mesmo tempo em que melhoram, cada vez mais, a experiência do paciente. Soluções como telessaúde e a utilização de machine learning para diagnósticos, por exemplo, tendem a ser alavancadas por todos os players.

• Open health 

Falei deste assunto, recentemente, neste post no LinkedIn. O conceito de open health consiste na concentração e armazenamento de todos os dados e informações de um paciente em um único local, garantindo que qualquer profissional de saúde (de organizações públicas ou particulares) possa ter acesso a esse histórico. Um ponto importante é que essas informações também passam a ser de posse do paciente, e não de uma instituição específica.

Além de trazer enormes benefícios à saúde do indivíduo, pois facilita a comunicação entre os profissionais envolvidos na jornada de cuidado, essa iniciativa garante uma visão mais abrangente e precisa do histórico clínico, além de uma rede de atendimento integrado que viabiliza diagnósticos mais assertivos. 

A aplicação do open health garante a otimização dos recursos financeiros do sistema de saúde como um todo, ao reduzir a repetição de exames e/ou tratamentos desnecessários, além de minimizar as chances de erros de diagnósticos. Tudo isso pode representar economias significativas e cruciais para os cofres públicos, o que, consequentemente, pode resultar em mais investimento em outras soluções.

• Prevenção

É necessário que ocorra a transição para um modelo de saúde focado em prevenir doenças e promover a saúde. E isso depende da coordenação efetiva entre os níveis de atendimento, evitando duplicidades e gastos desnecessários. A governança clínica emerge como um elemento essencial para garantir a consistência desses processos.

• Descentralização do cuidado

O paradigma do cuidado de saúde é redefinido quando o atendimento passa a ser realizado em locais diversos, desde a casa do paciente até via serviços de telemedicina e em farmácias, por exemplo. Essa integração entre os diferentes agentes do ecossistema é essencial para oferecer experiências mais eficientes e acessíveis.

Colaboração, tecnologia e prevenção emergem como elementos-chave para construir um sistema mais eficiente, inclusivo e preparado para enfrentar os desafios futuros. Será que me esqueci de algo? Abro este espaço para que você acrescente as tendências que avalia como promissoras para este ano.

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