A desconstrução é um caminho sem volta.
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A desconstrução é um caminho sem volta.

A desconstrução é um caminho sem volta.

Eu li essa frase na embalagem de uma camiseta de uma empreendedora que conheci em Fortaleza e nunca mais deixei de usar. A frase e a camiseta :)

A minha jornada de desconstrução envolve muitas frentes, e uma delas é construir uma vida equilibrada (se é que isso existe), sem a loucura de viver apenas para trabalhar.

Essa foi inclusive uma das premissas que usei quando decidi voltar da Suécia, escolher João Pessoa por conta da qualidade de vida. Não fazia sentido nenhum trocar Estocolmo por Rio ou São Paulo considerando o quesito vida equilibrada.

A desconstrução é um caminho sem volta, mas quando não estamos atentos é fácil seguir por caminhos antigos. E eu já tive que retomar esse caminho por dezenas de vezes. É muito fácil voltar para o padrão trabalhar 24/7. Principalmente quando se empreende. Principalmente quando se é mulher.

Eu voltei de férias essa semana, e assim como no ano passado, eu fiz alguns pactos comigo mesma para que eu consiga viver meu dia a dia com a qualidade que eu considero ideal para a minha saúde física e principalmente, mental.

Em 2022, eu decidi que, eu iria tirar quatro dias de folga seguidos a cada quatro/cinco semanas trabalhadas, e que eu iria ‘desligar’ meu WhatsApp business na sexta-feira às 18h, retornando na segunda-feira às 8h. 

Tirar quatro dias após quatro/cinco semanas trabalhadas não se mostrou tão simples quanto eu imaginava, mesmo planejando sempre tinha uma viagem, um evento. No entanto, eu consegui fazer isso umas duas ou três vezes no ano.

Já a segunda medida, de ‘desligar’ o WhatsApp business tem se mostrado bem efetiva, porém eu tive que abaixar outro aplicativo que bloqueia a internet do WhatsApp business, porque dessa forma, mesmo com o vício de abrir o aplicativo o tempo todo, as mensagens só são carregadas quando internet está ativa para ele.

Pois bem, para 2023 eu decidi fazer uma semana de 4 dias de trabalho, ou seja, não trabalhar nas sextas-feiras. Decisão tomada, conversei com a família, tudo certo.

A surpresa foi eu não querer comunicar a minha decisão para os meus times. Os pensamentos que passavam pela minha cabeça eram:

‘Como assim eu acabei de voltar de férias e já não vou trabalhar na sexta-feira’ ou ‘É muito privilégio trabalhar quatro dias na semana’, ou mesmo, ‘Eu não tenho que dar o exemplo?’

Foram pensamentos conflituosos. Mesmo para mim que já venho nessa busca há tanto tempo.

A gente vive em uma sociedade que exalta o cansaço, o ocupado, não ter tempo. E isso pesa.

Esse assunto pode parecer clichê, mas enquanto não falarmos o suficiente sobre isso, o tempo para descansar continuará sendo um tabu.

Eu sei que é um privilégio gigante trabalhar apenas quatro dias por semana, conseguir tirar férias ou mesmo não trabalhar nos fins de semanas. 

Sei também que isso não é possível para a maioria esmagadora das pessoas, principalmente mulheres.

Por isso, a única coisa que eu tenho para dizer para mim e para outras mulheres é: dentro da sua realidade, se permita descansar. Se permita não fazer nada.

E se alguém, por acaso, te questionar, nem que seja por brincadeira (como já fizeram muitas vezes comigo), responda:‘ é para quem pode’ e jamais se sinta culpada.

Um beijo e feliz 2023!

Gratidão por compartilhar. Reverbera em mim.

Gizelle Reis

Estrategista de marketing e entusiasta do papel social dos negócios.

1 a

Tenho pensado demais nisso nesse começo de ano. Como ter uma semana em que o saldo não seja apenas trabalho. Que decisões de vida preciso tomar para que eu não viva apenas para trabalhar e pagar contas. Decisão massa de trabalhar 4 dias por semana esse ano. 👏🏽👏🏽👏🏽

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