Dia da Consciência Negra
Consciência é perceber que algo existe. Consciência negra é reconhecer que a pessoa negra existe. Isso é mínimo em um país de pele majoritariamente negra como é o Brasil.
No Brasil, somos treinados a dizer que nosso país é fruto da diversidade de raças e culturas. Mas ao olharmos esta máxima por uma lente social mas honesta, percebemos que a afirmação atende a uma pequena parcela da população: a branca.
O discurso da diversidade tem sido construído por vozes brancas no Brasil. A voz negra, a voz do índio e tantas outras vozes são caladas em prol de uma paz que não existe.
No final das contas, não somos diversos. Somos um país de diversas cores e de uma única voz. Basta perceber que a nossa diversidade nunca foi exaltada pela população negra. Pelo contrário: destaca-se a violência e a discriminação racial.
Para retratar o que é o Brasil de verdade, é preciso ouvir as vozes negras que são abafadas e caladas. O que vem além disso, é pura demagogia. Quando se fala de Brasil, a única voz que se ouve é a branca. As outras vozes e cores nunca são ouvidas.
Somos um país com senzalas modernas e grilhões sociais tão fortes quanto as correntes que amarravam os negros nos navios.
O racismo não pode ser um tema tabu. Temos que falar sobre esta aberração que estrutura nossos costumes e direciona nosso olhar.
A importância da conscientização sobre as pessoas e vidas negras é que a partir do momento que temos consciência sobre algo, adquirimos responsabilidade no mesmo pacote. A mim, me priva o sono viver em um mundo racista.
Vamos lutar para trazer a consciência sobre as vidas negras e em seguida, dar voz a elas e lançar uma visão mais honesta do que realmente é feito nosso mundo e construir a mudança a partir disto.
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