A diferença está no brilho dos olhos
Fonte: iStock

A diferença está no brilho dos olhos

Atuei por muitas décadas como executivo em grandes empresas e atualmente atuo no Conselho de algumas companhias e ONGs. Entre as minhas atribuições, sempre esteve a de participar ou decidir sobre a contratação de executivos, um processo muito importante e que demanda muita responsabilidade. Imagino que seja interessante compartilhar aqui no LinkedIn algumas percepções básicas sobre como acontece, ou ao menos, a minha visão sobre esse processo.

Em geral a primeira seleção é pelo currículo. O que o(a) candidato(a) fez, por onde passou, outros interesses etc. Um currículo bem escrito, ajuda e diz muito sobre a pessoa. Normalmente, é mais difícil escrever uma peça concisa, do que descrever tudo que você já viveu. Parece um assunto de menor importância, mas invista seu tempo e esforço em trabalhá-lo, afinal essa é sua primeira forma de comunicação. Vale também todo o cuidado com a língua portuguesa. 

A segunda etapa é formada pela rodada de entrevistas. Ninguém gosta de ouvir respostas prontas, mas é importante ter em mente exemplos de situações e projetos que demonstrem o seu valor e os comportamentos que aquela organização está buscando. Tudo comunica e é observado. Referências são peças-chave, pois é muito difícil se acertar na escolha baseado apenas numa entrevista. Comentários de outras pessoas podem enriquecer o processo.

Para ter chegado até esse ponto de um processo de seleção é certo que a sua formação e experiência são importantes. Toda companhia busca um profissional que esteja atualizado sobre as tendências de mercado e que tenha iniciativa, criatividade, curiosidade e esteja afinado com os valores e a cultura da empresa. Mas na maioria dos casos, o verdadeiro critério de desempate é o que eu chamo de brilho nos olhos.

Quando me perguntam o que eu busco em um profissional, sempre digo que quero pessoas de “bem com a vida”, com “brilho nos olhos”.

No nosso cotidiano, todos nós enfrentamos problemas e situações desafiadoras, mas trabalhar com o que a gente gosta e tem perfil compatível torna esses momentos mais palatáveis. Ao expressar essa postura mais leve e positiva, o profissional contagia a equipe e ajuda a melhorar o clima da empresa.  

Ter brilho nos olhos não é forçar algo que você não sente, mas é demonstrar a tua conexão com aquela empresa, aquele mercado, aquela atividade. Não force uma postura ou uma crença que não seja da sua natureza, pois isso não se sustenta e a máscara logo cai, com prejuízo para ambos.

Há inúmeras opções de carreira e – mesmo num mercado difícil - certamente algumas delas têm a ver com você. Por isso, nesses momentos, é importante estar conectado com a sua essência e demonstrar a sua ligação com essa nova oportunidade que se apresenta com entusiasmo. Acreditar em você é o começo de tudo. 

Mauro Wainstock

TOP VOICE 3x | Colunista Exame | Comunicação Intergeracional, etarismo | 16º influenciador mundial em Diversidade e Inclusão | Diretor Associação de Profissionais RH e Instituto ESG | Palestrante, consultor, conselheiro

5 a

Artigo maravilhoso, Fábio Colletti Barbosa! Leia o artigo “Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?”, de minha autoria, publicado na revista "The Funnel": https://brasil.thefunnel.community/qual-seria-a-sua-idade-se-voce-nao-soubesse-quantos-anos-voce-tem/. No texto, cito uma declaração de Gina Pell, chefe de conteúdo da The What: “O mercado busca catalogar e homogeneizar nossos interesses, hábitos de consumo, até mesmo nossos valores e referências morais. Mas a realidade é que muitos de nós não se alinham com os rótulos que recebemos. Temos enorme capacidade de nos adaptar a mudanças, somos curiosos e estamos sempre florescendo. Enquanto estivermos com saúde, devemos continuar a crescer, aprender e explorar o que podemos fazer”.

Dannilo Ferreira Lopes Rodrigues

Especialista em Finanças e Mercado Financeiro | CPA-20 ✅| Cenário Econômico | Vendas | Atendimento e Suporte ao Cliente | Administrador e Músico

5 a

É muito importante isso para os dias atuais, pois muitas pessoas se sentem frágeis psicologicamente. Ter brilho nos olhos é estar preparado pra enfrentar qualquer desafio que aparecer, sabendo que de alguma forma algo bom virá, mesmo de situações ruins. É ver a vida de outra forma, com otimismo e determinação.

Ótimo artigo! 

Me arrisco a dizer que o "brilho nos olhos"  está sendo buscado como um dos primeiros requisitos/qualidades. É, sem dúvida, uma grande porta de entrada.

Ana Paula Dupont

Marketing Communications Director - Branding, Marketing & Communications - Marketing de Relacionamento

5 a

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Fábio Colletti Barbosa

  • Agenda 2022: É hora de incluir o ESG na estratégia dos negócios

    Agenda 2022: É hora de incluir o ESG na estratégia dos negócios

    É comum que muitas empresas façam seus orçamentos e revisem os planejamentos estratégicos neste período de final do…

    18 comentários
  • As diferentes faces do processo de avaliação

    As diferentes faces do processo de avaliação

    Nesse início de ano, é comum que as empresas façam os processos de avaliação de desempenho de seus funcionários. Como…

    25 comentários
  • Educação financeira para ter qualidade de vida

    Educação financeira para ter qualidade de vida

    Nesse início de ano, é comum ouvir sobre educação financeira principalmente do ponto de vista de planejamento. É um…

    54 comentários
  • Equilíbrio é a chave do sucesso

    Equilíbrio é a chave do sucesso

    Sou conselheiro de empresas de vários setores e de algumas organizações não-governamentais, nesses ambientes tão…

    104 comentários
  • Minha participação no G10 Favelas - Slum Summit do Canal Transformadores

    Minha participação no G10 Favelas - Slum Summit do Canal Transformadores

    No dia 23 de novembro, estive em Paraisópolis, no G10 Favelas - Slum Summit do Canal Transformadores, a convite do meu…

    26 comentários
  • O que eu vi na China

    O que eu vi na China

    Acabo de voltar de viagem da China, especificamente Xangai e Huangzhou, onde junto com um grupo de empreendedores…

    36 comentários
  • “Rápido e então de repente”

    “Rápido e então de repente”

    No último post, comentei sobre a cultura de empresa e disse que no próximo post falaria sobre como responder aos novos…

    19 comentários
  • “A cultura come a estratégia no café da manhã”

    “A cultura come a estratégia no café da manhã”

    Recentemente, em uma reunião, eu comentava com a executiva de uma ONG que eu participo sobre como a cultura e os…

    63 comentários
  • Como você decide?

    Como você decide?

    Você já parou para pensar em como você toma as suas decisões? O que você vai comer hoje? Ou qual o próximo livro que…

    15 comentários
  • A diferença faz a diferença

    A diferença faz a diferença

    Há pouco tempo, estive com a turma do banco BNP Paribas para falar sobre sustentabilidade e diversidade. Dois assuntos…

    64 comentários

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos