Diferentes abordagens sobre as Cidades
Lilian Ratto Neves – 9 de Agosto 2017
Acontece hoje em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o evento abaixo, onde certamente serão apresentadas e discutidas alternativas de alto desempenho tecnológico para o crescimento e desenvolvimento das áreas urbanas, e provavelmente novas ferramentas para planejar, implantar e monitorar o crescimento urbano e buscar melhores resultados para o desenvolvimento sustentável de nossas cidades.
Gostaria de ter participado, mas não foi possível, aguardarei notícias sobre o que foi discutido.
AGO9
CITIES | Congresso Internacional 9 e 10 de Agosto
9 de agosto - 10 de agosto · Granja Marileusa · Uberlândia, Minas Gerais
Quase ao mesmo tempo, em Recife – Pernambuco - a professora Lúcia Leitão tem coordenado em estudos e livros, uma discussão com visão diferente do tema das urbes, onde o pensamento arquitetônico está relacionado à teoria psicanalítica.
Como ela mesma explicou em recente matéria - Urbanidade Imediata – publicada na Revista da Livraria Cultura:
“O tema comum aos livros é a investigação sobre processos inconscientes na arquitetura, seja na casa, objeto basilar do fazer arquitetônico, seja na cidade, a grande casa humana.”
Uma das intenções desses estudos é demonstrar que muitas vezes a arquitetura assume dimensões imateriais, que só podem ser devidamente explicadas com análise com auxílio da psicanálise.
Complicado? Difícil de associar essas duas vertentes?
Para alguns, pode ser, mas para os pesquisadores que têm se debruçado sobre o tema, o valor inexplicável que alguns edifícios adquirem para os cidadãos, pode ser explicado pelas ligações de afeto que os mesmos adquirem com aquela edificação.
A cidade segundo Lévi-Strauss, é “coisa humana por excelência”, ela tem parte de várias histórias pessoais, e nisso, pode se transformar em parte de cada um, à medida que se vivencia um determinado espaço, uma praça, um parque, uma rua ou mesmo um bairro. Kevin Lynch enfatizou em seus trabalhos, como bairros, limites, pontos nodais e marcos podem ser representativos no desenvolvimento das cidades.
E, se temos essas abordagens distintas sobre o meio em que vivemos, poderemos em breve assistir outra vertente que tem sido amplamente praticada pelo mundo, o urban sketching (desenho urbano).
A cidade de São Paulo irá sediar no próximo mês – de 07 a 09 de setembro – o segundo encontro nacional de Urban Sketchers Brasil 2017. Locais como o Memorial da América Latina (projetado por Oscar Niemeyer), o Vale do Anhangabaú, bairro da Luz e o SESC Pompéia (projeto de Lina Bo Bardi) serão objetos de destaque para os desenhos de vários representantes do Brasil que fazem parte da comunidade global Urban Sketchers.
O professor e ilustrador alemão Felix Scheinberger que irá lançar durante o evento seu livro Sketchbook sem Limites, abordou da seguinte maneira essa tendência tão utilizada atualmente não apenas por ilustradores, designers e arquitetos, mas também por viajantes que gostam de desenhar e tem se apropriado de técnicas diversas para retratar cidades sob seu olhar.
“De maneira geral o desenho urbano possibilita uma verdadeira discussão sobre a vida. Quando desenhamos os assuntos, passamos mais tempo com eles. Damos atenção e tentamos entender o que estamos desenhando. Tudo isso proporciona relações mais amigáveis com o que nos cerca.”
Se você que chegou até aqui e se interessou pelo tema ao ver o primeiro modelo, deve estar pensando: mas por que não tirar uma foto do local com seu smartfone? Tão mais simples seria!
E outro leitor, cuja intelectualidade está mais voltada para o lado analítico poderá responder: e por que sempre temos que adotar a parte mais fácil?
Seja qual for a sua linha de pensamento, a sua escolha em como ver e vivenciar a cidade que habita, se entristecer pela falta de segurança com a qual temos nos deparado na maioria das cidades brasileiras, ou na curiosidade em descobrir uma nova cidade, talvez o maior questionamento que possamos ter em mente se nos aprofundarmos nessas distintas maneiras de percorrer uma cidade abordar o tema seria:
“Qual o lugar que a sua cidade ocupa dentro de si?”