Do desemprego ao desdém profissional
Por volta de 7 anos atrás contratei um colaborador onde apostávamos nele por sua empolgação por estar iniciando no mercado de trabalho, por ser muito jovem iniciava ali sua jornada. Todos fomos cativados por sua maneira de se relacionar bem, pela educação e prestimosidade. Pois muitas vezes, o passar do tempo nos revela talentos que nos surpreendem, ou, pessoas que nos fazem pasmar, e infelizmente assim foi. As suas faltas frequentes começaram a deixar a operação descoberta. Com o passar do tempo descobrimos que as ausências que geralmente aconteciam às segundas-feiras eram devidas a finais de semana de festas regadas aos "seus complementos". Conversando com ele, a justificativa era que ele tem direito de curtir seu final de semana como bem entender. E concordamos, desde que isso não prejudicasse seu rendimento profissional - lhe demos uma nova oportunidade, porém com o passar do tempo as faltas aumentaram, e infelizmente não pudemos mais seguir com ele.
Recentemente tenho buscado pessoas no mercado, buscávamos pessoas para novos desafios. Surpreendentemente, na última bateria de pessoas convidadas para as oportunidades, de 9 pessoas 5 simplesmente não entraram na reunião sem sequer dar qualquer satisfação. Entrando em contato por Whats App, duas das cinco nem se deram ao trabalho de responder a mensagem. Entendemos que imprevistos acontecem, mas o bom senso e respeito pedem que se comunique previamente ( ou posteriormente ) sobre não poder comparecer.
O ponto dos dois exemplos é, vivemos em um País com taxa de desemprego de aproximadamente 7% no segundo trimestre de 2024, que corresponde a cerca de 7,5 milhões de pessoas segundo o IBGE, e mesmo assim nos damos ao luxo de desdenhar de oportunidades.
Recomendados pelo LinkedIn
Vale sim considerar por que as pessoas podem desdenhar do trabalho: podem não se sentir realizadas ou satisfeitas com suas funções, resultando em desvalorizar o trabalho que fazem; podem comparar suas carreiras com as de outras pessoas, que parecem ter empregos mais interessantes ou bem pagos, podendo levar a sentimentos de inferioridade; podem estar desconectadas com a missão, quando não veem propósito ou valor no que fazem, o trabalho pode parecer trivial ou sem importância. Para os não contratados, a razão pode ser aceitar participar de um processo por conta do desespero momentâneo e se arrepender na sequência.
E por fim, vale a reflexão sobre nós mesmos, do que estamos transmitindo ao mundo e às pessoas ao nosso redor. Se não há interesse, deixe sua oportunidade para quem tenha ou precise muito, e busque seu real interesse.
Ocupar um espaço por ocupar, ou porque simplesmente temos os famosos boletos para pagar, pode ser prejudicial para si mesmo.
Com as necessidades pessoais que temos, o que precisamos entender é que elas somente serão corretamente supridas se você estiver naquele lugar que vai te completar, pois é um ciclo, um conjunto de coisas que fazem com que você prospere. Se sentir que não é seu lugar, nem inicie um bate papo, apenas busque o que te completa, e virá na hora certa, acredite.
Facilities Management at Continental
1 mCibele Verasto, FMP Parabéns pela abordagem e reflexão estamos vivendo uma nova realidade em um mundo em que metas e performance são secundários, o que deveria ser o básico de um bom profissional responsabilidade, engajamento e comprometimento ficam no caminho.
Engenheiro Civil | Project Manager | Pós-graduando em Gerenciamento de projetos na construção | Indústria, Ciência e Tecnologia
2 mExcelente, Cibele! Uma ótima reflexão.
Director - Portfolio Services at JLL
2 mBom artigo. É a nova realidade.
Coordenador de Expansão & Polos | Operações | Facilities | Gestão | Contratos | Administração
2 mMuito bom o artigo! É preciso pensar no que de fato vai nos trazer a realização, e não somente... estar por estar...
Analista de Dados & Analista de BI | SQL | Power BI | Looker | Excel | Python | ETL | Big Data
2 mCibele Verasto, FMP realmente um artigo muito necessário! Esse tipo de situação ilustra bem a importância de responsabilidade e comprometimento, tanto por parte dos profissionais quanto das empresas, além de prejudicar não apenas a carreira de quem o pratica, mas também desvalorizar oportunidades que poderiam beneficiar outros.