Do que é feita a confiança?

Do que é feita a confiança?

Há tempos gosto muito de uma definição sobre construção de vínculos de confiança trazida pela professora de tecnologia e gestão de operações da Harvard Business School, Frances Frei, que gostaria de dividir com vocês:


Segundo ela, para que exista confiança em sua potência máxima devemos ter 3 componentes que precisam estar, todos, bem identificados. Quais sejam:


  1. autenticidade
  2. lógica de pensamento
  3. empatia


Se alguém é autêntico comigo naturalmente tendo a ter uma primeira abertura de confiança com aquela pessoa pois, percebo que não é “fake”, que não tem um discurso pronto para me agradar, é o que é. 

Se a forma de passar o meu pensamento demonstra ser lógica e tenho uma boa capacidade de te passar a minha ideia, é mais fácil a você confiar em mim e, por último, se você percebe que a minha atenção está toda dedicada a você, é mais fácil criar um vínculo de confiança. 

Faz sentido né?

Vale aprofundarmos um pouquinho mais cada definição... mas de forma simples, para que você não se perca com a minha "lógica de pensamento" (rs).


Autenticidade é o simples “ser você”. Do seu jeito, da sua forma, sem procurar ser alguém só para agradar. As pessoas percebem quem faz “tipo”, quem “inventa um personagem” e isso, obviamente, abala a confiança.


A lógica de pensamento, segundo a professora Frances, tem duas vertentes: a qualidade da sua lógica (ou seja, a qualidade efetiva da sua ideia, da sua proposta) e a habilidade de comunicar a sua lógica, a sua ideia. Quando a qualidade da lógica é ruim, é difícil gerar confiança e, aqui, pouco a fazer mas, na habilidade de comunicar, existe "um mar" de possibilidades.

A professora indica que existem duas formas de comunicar a nossa lógica de pensamento:

1 - criamos antes uma enorme contexto, uma jornada, uma história, um enredo, com emoções, pausas, crises, até chegarmos ao efetivo ponto importante que queremos dizer; ou,

2 - de forma direta indicarmos primeiro o ponto central que queremos e usarmos o restante do tempo para embasar com dados e argumentos nosso ponto crucial.

Ambos modelos funcionam mas, obviamente, o segundo gera menos risco de você não conseguir apresentar sua lógica até o final ou de vê-la perdida no meio de tamanha narrativa e confusão.

Confesso que aqui, para mim, foi um super aprendizado pois sempre fui da escola do primeiro formato, cheio de narrativas e emoções e com o tempo você aprende que tem menos risco ir direto ao ponto, rs.


Quando falamos de empatia pode parecer simples mas o mundo de hoje, tão corrido e tão “multicanal”, nos leva a não focar efetivamente em uma coisa e a não canalizar nossa energia real no outro. 

Por definição empatia é a capacidade de se identificar com o outro, de sentir o que ela sente, de se colocar no lugar da outra pessoa.

Na prática, ser empático começa por dedicar integral atenção e tempo ao outro e procurar desviar das tentações e distrações (celulares, por exemplo), para focarmos na qualidade da interação.

A meu ver o mundo virtual pós pandemia foi um acelerador da “não-empatia”.

São centenas e centenas de reuniões online em que nitidamente quase a maioria das pessoas está vendo outra tela enquanto a reunião acontece. Um mundo de dispersão que, no fundo, não deixa de ser uma falta de empatia com o outro que está lá dedicado e, em consequência, pode não construir um ambiente de confiança verdadeira e sólida.

Faz sentido para você este olhar sobre construção de vínculo de “confiança” com base nesses 3 pilares?

Bora conversar? 

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