E agora? Onde estou? Para onde vou?

E agora? Onde estou? Para onde vou?

Estratégia com método

Muitas vezes, os gestores e empresários se perguntam o que podem fazer para melhorar e para crescer, mas num momento instável como esse e ainda com a correria do dia-a-dia, a visão de curto prazo passa a ser cada vez maior nas empresas. Pensar e principalmente agir assim poderá ser muito prejudicial.

Segundo alguns autores como John Mahon, professor de Harvard “a essência da gestão estratégica é o planejamento e a execução de estratégias que antecipem, enfrentem e alavanquem a mudança”.

Pensando assim, pode-se compreender porque o crescimento das maiores corporações norte-americanas estava ligado ao processo de escolher primeiro as alternativas, segundo recursos e competências, e depois criar um corpo organizacional que conduziria a empresa em direção ao futuro. Seu maior seguidor, o também professor de Harvard Michael Porter, aprofundou seus estudos. 

Dessa forma o planejamento estratégico pode ser compreendido como a habilidade de se conhecer a natureza do próprio negócio e as potencialidades dos mercados e da empresa e de procurar visualizar o futuro e se preparar para enfrentá-lo.


Contudo, os fatores mais importantes no desenvolvimento do Planejamento Estratégico são: aceitação e credibilidade na sua elaboração e apoio das lideranças da empresa ao seu desenvolvimento e manutenção. Assim, a concepção do plano de trabalho para execução do planejamento e o próprio planejamento devem ser adequados à realidade da empresa, tanto no sentido de respeitar e incorporar processos de decisão e formas de estruturação já existentes, quanto de atuar sobre estes mesmos pontos, corrigindo-os quando necessário.

Os principais fatores para o sucesso são:

·     obter aceitação e motivação interna para implementação do planejamento;

·     elaborar objetivos claros, alcançáveis, flexíveis e traduzidos em ações para a empresa desenvolver;

·     desenvolver um bom plano de trabalho;

·     fazer o acompanhamento e o controle periódico, visando alinhamentos e correções.

Vale reforçar que deve-se destinar atenção especial aos aspectos estratégicos, em detrimento de questões formais e de rotina. Isso deve ocorrer de forma separada da gestão do dia a dia.

A falta da gestão estratégica foi e é a maior consequência ao descrédito do planejamento estratégico, ou seja o erro não é planejar, mas sim de não se comprometer em buscar aquilo que foi compromissado ou de gerenciar periodicamente as ações e resultados.

A estratégia é necessária para alinhar o foco de todos os colaboradores, parceiros, sócios e empregados, buscando a concepção de objetivos comuns, de ações para mitigar a limitação de recursos (humanos, financeiros, logísticos, e outros), minimizar a atuação dos competidores e em especial desenvolver novas oportunidades.

Na Horizonte Soluções entendemos que o desenvolvimento do planejamento estratégico é sobretudo uma forma pragmática de transmissão de conhecimento, de aprendizado e de implementação de métodos e rotinas que devem ser simples e eficientes. Por exemplo:

Se uma empresa decide por iniciar um planejamento deve estar claro para ela os seguintes pontos:

1.   A motivação é o principal fator de sucesso de qualquer projeto, então o seus gestores devem saber que serão ouvidos, que farão parte e que serão recompensados por isso.

O Presidente mundial da Renault, o Brasileiro Carlos Ghosn, o homem que tirou a Nissan da falência e é considerado o Henry Ford do século 21 diz o seguinte: "A única coisa que faz a diferença é a motivação. Se você perder a motivação, aos poucos você perde tudo."

É importante compreender que uma empresa não quebra hoje, quebra cinco anos antes. Muitas vezes não se trata de falência financeira e sim de falência motivacional. Conheci empresas em seríssimas dificuldades que hoje estão bem, o que as fez permanecer, mesmo quando não havia luz alguma a ser alcançada? A motivação e o esforço dos donos e dos gestores que agindo como líderes conseguiram fazer com os funcionários acreditassem, motivando-os a alcançar objetivos as vezes “impossíveis”.

2.   Ouça os seus funcionários e gestores para desenhar o cenário interno, mapeando as deficiências, as necessidades e os pontos fortes.

3.   Compreenda o momento, ou seja analise o mercado, os concorrentes, os novos entrantes, o consumo de produtos ou serviços substitutos, a situação do pais e principalmente a influencia disso tudo no seu mercado.

4.   Estabeleça de forma clara a estratégia que se quer adotar, os objetivos a alcançar e as metas, dessa forma o funcionário compreenderá de que forma as ações que ele desenvolve ou participa contribuem para o resultado. Assim ações e iniciativas passam a ter sentido, tornando-se desafios claros, e não apenas linhas bem escritas de um caderno sem uso.

5.   Identifique cases de sucesso e benchmarks em seu segmento, dentro e fora do país, tendo por objetivo chegar ao maior número possível de opções de ações estratégicas.

6.   Avalie as iniciativas realizadas no ultimo ano, tanto as que deram certo quanto as que não atingiram os objetivos propostos. Esse aprendizado será útil para se evitar que esses erros novamente impeçam o seu crescimento e sucesso.

7.   Busque compreender a visão que os gestores têm sobre as oportunidades e ameaças. Neste sentido sempre pergunto, o que tira o seu sono? quais as oportunidades que estamos perdendo? o que pode e impedir o sucesso?

É importante nesse momento, avaliar essas informações antes de prosseguir, pois a visão de quem está no negócio pode impedir a visualização de riscos ou até vantagens competitivas. Sugiro portanto que se consulte com consultores ou pessoas externas e competentes que possam lhe ajudar a enxergar e criticar as impressões colhidas ate o momento.

8.   Avalie friamente a sua posição financeira, grau de endividamento, desenvolvimento das receitas, despesas e custos, necessidade de reinvestimento, fluxo de caixa projetado e outros indicadores padrão.

9.   Avalie sua carteira de clientes, tempo médio de recebimento (caixa), adimplência, comportamento das compras/demanda, necessidades não atendidas, satisfação, rentabilidade, etc.

10. Avalie seu portfólio quando ao giro/demanda, sua necessidade de estocagem e de reposição, rentabilidade de cada produto/serviço, percentual de participação nas receitas e nos custos.

11. Priorize suas ações de acordo com o resultado previsto em cada delas.

12. Projete suas metas e desafios para no mínimo três a cinco anos, mas tenha cuidado de não frustrar seus gestores e funcionários com metas impossíveis.

13. Projete o novo orçamento anual, levando em consideração todas as ações priorizadas, metas definidas e necessidade de investimentos e capital de giro.

14. Comunique, publicite, deixe seus colaboradores entenderem onde a empresa quer chegar.

15. Defina, uma agenda mensal, para avaliar os resultados e comparar com o que foi planejado, compreender o estagio de cada ação em desenvolvimento e avaliar ou reavaliar se todos os esforços são suficientes para o atingimento dos objetivos e metas definidos.

16. Defina planos de mitigação de riscos

17. Reveja as metas ao menos uma vez ao ano, se necessário repactue.

A formulação e a implementação de estratégias empresariais é um processo de gestão e não apenas uma ação, um momento. Assim, deve fazer parte da rotina dos gestores.

 A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão diretamente relacionados à sua capacidade de atender as necessidades de seus clientes, planejar suas metas, envolver seus funcionários e medir suas ações e resultados.

Rubem Soares de Oliveira Lima

Sócio e consultor da Horizonte Soluções

www.hs-df.com.df

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