Eleições americanas e a barganha cripto

Vimos nos últimos meses uma mudança significativa na postura da SEC (CVM americana) frente aos assuntos criptográficos.

Prova disso é a aprovação dos ETFs de Ethereum à vista que devem iniciar a negociação ainda nesta semana. Acompanhei de perto as duras falas do Gary Gensler (Presidente da SEC) contrárias aos ETFs de BTC e também do ETH.

Com a aproximação do período eleitoral e a constatação da fraca popularidade de Biden (vs Trump), a autarquia americana em nada seguiu os seus discursos - aprovou ambos os produtos financeiros - sob o endosso de figuras como Larry Fink (CEO Black Rock), Jamie Dimon (CEO JP Morgan Chase) e vários outro gigantes de Wall Street.

Além disso, Trump (que há pouco apresentava duros discursos anti-cripto), resolveu inverter o jogo e apoiar consistentemente a indústria - afinal, 55 milhões de americanos possuem criptoativos. Trump discursa ainda nessa semana (sábado - 27/07) na maior conferência cripto do mundo - a Bitcoin Conference - em Nashville, Tennessee.

Neste cenário, acredito que a nova candidata democrata Kamala Harris (substituta do Biden na corrida eleitoral) não terá condições de comprar essa briga nesta altura do campeonato. KH tem a rejeição de 51% dos americanos e a aprovação de 37%. Apesar de nas pesquisas de intenção de voto possuir melhor performance que Biden, a atual vice-presidente americana entra atrasada na disputa, e deve tentar diminuir os ruídos contra si.

A postura política de Harris demonstra ser pró inovação, com ampla ligação com o Vale do Silício (apesar de cautelosa com IA). Ela e seu marido não possuem criptoativos declarados, porém nunca se posicionaram na questão, seja contra ou a favor da temática.

Acredito que o partido democrata pode aproveitar a nova chance de angariar popularidade através do tema criptográfico, já que seu rival direto parece ter absorvido a agenda e a utilizado como importante arma eleitoral.

A ver.

Boa semana!

Thiago Rizzo, CFP®