Escolha hoje sua carreira de amanhã
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Escolha hoje sua carreira de amanhã


Em tempos difíceis de interpretar o presente, muito mais complexo ainda prever o futuro. No entanto, trata-se de inevitável esforço, dado que, como dito, em 2003, por William Gibson: “O futuro já chegou, somente não está igualmente distribuído”.


Os novos tempos, fortemente ancorados nas tecnologias digitais, promovem mudanças drásticas, em todos os setores da sociedade. No mundo específico da educação, entre outros impactos, nossa capacidade de antever as tarefas e as demandas a serem enfrentadas pelos futuros profissionais vai se tornando cada vez menos visível.


A mais breve descrição acerca da ruptura atual é a migração de uma aprendizagem especializada, baseada, principalmente, em memorizar informações, procedimentos e técnicas, em direção a priorizar a preparação para a aprendizagem permanente, calcada na capacidade de enfrentar desafios inéditos, normalmente trabalhando em equipe. De alguma forma refletindo em substituir os postulados cognitivos (ênfase no aprender conteúdo, em termos simples) por abordagens metacognitivas (prioridade para despertar para a capacidade de aprender a aprender, de forma contínua e ao longo de toda a vida).


Educar, neste contexto, não está ficando mais simples; ao contrário, é cada vez mais complexo. Mediados por novas ferramentas (ciência dos dados, analítica da aprendizagem etc.) e fantásticos ambientes virtuais de aprendizagem (simulações, realidades múltiplas, metaverso etc.), os papeis da escola, dos educadores e dos educandos, claramente, são cada vez mais desafiadores.


Sobre nossa realidade social, atualmente, o desemprego no Brasil é da ordem de 10%, correspondendo a 14 milhões de desempregados. O número de subutilizados também atingiu um máximo de 33 milhões, que podem ser acrescidos de mais 6 milhões daqueles que simplesmente desistiram de procurar empregos. Nesse cenário, parece inacreditável que haja um setor no qual não só há plena empregabilidade como é evidente o enorme déficit de profissionais.


Formamos algo em torno de 45 mil profissionais por ano nessa área, insuficientes para atender as mais de 70 mil novas vagas criadas anualmente, em ritmo sempre acelerado. Além das áreas tradicionais de tecnologias de informação, os destaques das novas ofertas de emprego estão associados à migração exponencial para computação em nuvem e um leque impressionante de aplicações inéditas de inteligência artificial.


Acoplados a esse quadro, agravado pelo advento da tecnologia 5G, abrem-se oportunidades incríveis em ciência de dados, particularmente em tratamento e análise de dados, bem como em cibersegurança, demandando profissionais que até há poucos anos eram em número mínimo e hoje, por mais que formemos, eles se mostram insuficientes.


Quanto às habilidades mais relevantes desejadas para os profissionais da área digital, os estudiosos da área sugerem, entre outras competências: capacidade de foco, habilidade para trabalhar em equipe, preparação para a aprendizagem permanente, familiaridade com novas linguagens e ferramentas de programação, domínio do método científico e do pensamento lógico e abstrato e, por fim, boa formação em matemática, português e inglês.


           Para quem está pensando sobre o seu futuro profissional, há que se saber ler o sinais evidentes do presente, mas, fundamentalmente, ter a sensibilidade de perceber o que nos aguarda neste futuro que, de alguma forma, já convive conosco.

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