Esta Equação funciona na sua empresa?

Esta Equação funciona na sua empresa?

Em uma pequena empresa, os proprietários lidam cotidianamente com as variáveis PREÇOGASTO e LUCRO.

Em uma empresa de porte elevado, existem áreas e profissionais dedicados perenemente neste mesmo evento.

A essência é a mesma, independentemente do tamanho e da complexidade de cada negócio. O que realmente muda é no final. Mas, mesmo em empresas bem estruturadas e com recursos disponíveis, raramente os processos de análises e de decisões seguem o raciocínio da equação PREÇO – LUCRO = GASTO.

Ao longo dos últimos 22 anos no Brasil, esta equação sofreu várias alterações importantes, conforme apresentado a seguir: 

No Brasil, antes de 1994, a adoção da primeira equação era comum (Gasto + Lucro = Preço), em função da inflação e da restrição mercadológica. Quem fazia o PREÇO era o empresário, ou seja, gastei 10 e quero ganhar 10. Portanto, cobrarei 20. A importância dada para a Contabilidade (Fiscal, Custos e societária) era estritamente legal. Orçamentos e Planejamento Financeiro eram “moscas brancas”. Ganhar dinheiro era mais fácil (para os poucos que podiam operar nos mercados).

Nos anos seguintes, os mercados sofreram ampliações de ofertas (sem a inflação hercúlea) e o PREÇO começou a ser definido pelo cliente. Ganhar dinheiro começou a ficar mais difícil, pois não dava mais para operar a variável PREÇO como antes (nem tampouco ganhar dinheiro no mercado financeiro). O LUCRO começou a ser uma resultante e o inferno de Dante começou a se materializar para muitos empresários que desdenhavam gestão empresarial.

Há vários anos que a equação PREÇO – LUCRO = GASTO é mandatória. Não mais operamos o PREÇO como antes, bem como os GASTOS precisam ser previamente quantificados e qualificados, senão a variável LUCRO fica sem a efetiva gestão.

E o pior é que presenciamos, ainda hoje, vários empresários (diversos portes) com a teimosia em tentar gerir negócios com a equação predominante até 1994.

A empresa de varejo Casas Bahia utilizava uma expressão interessante em seus comerciais: Quer pagar quanto?

Como empresários, precisamos questionar: Quero ganhar quanto?

Independentemente de posicionamento mercadológico, volume de vendas, crise econômica e outros aspectos empresariais do momento, se o PREÇO = 20 (mercado) e o meu desejo é ganhar 10, o GASTO não pode ser maior do que 10! Se for 12, ganharei 8. Simples e complexo. Simples no raciocínio e complexo para obter sucesso na gestão dos GASTOS e atingir o LUCRO almejado.

Mas, como gerir GASTOS com sucesso?

GASTOS sem Metas colocam a sua equação em perigo! (o “quero ganhar quanto?” não vai acontecer).

Seja indústria, prestação de serviço ou varejo, o empresário conhece o seu PREÇO médio de venda. Conhece também os valores envolvidos nos GASTOS, bem como consegue definir o que gostaria de ganhar. Porém, conseguir gerir GASTOS de forma profissional, dentro dos parâmetros que promovam o resultado desejado, torna-se o principal desafio.

Em termos práticos, a implantação da Gestão de Metas de GASTOS se inicia com o Sistema de Custeio.

Eu sei. Para muitos, já é difícil ter/entender um balancete contábil. Que dirá um Sistema de Custeio!

Mas, estamos em 2016 (e não em 1990), com o mercado cada vez mais exigente e competitivo. Em alguns segmentos econômicos, 1% de ganho (ou de perda) na rentabilidade final é um evento relevante!

Para gerir GASTOS de forma profissional, é preciso contemplar efetivo conhecimento sobre o tema, bem como a utilização de ferramentas adequadas, definidas através de verdadeiros Diagnósticos Empresariais de Desempenho, que envolvam atuação mercadológica, Tecnologia, Processos, Pessoas e Estrutura Orgânica.

É um evento multidisciplinar e não será substituído (ainda) por “Sites Milagrosos” ou “Ferramentas que pensam sozinhas”.

O reducionismo para facilitar um processo que é complexo e prover "resultados rapidinhos”, promove cegueira coletiva.  

Isto é um fato cada vez mais presente nas empresas, por incrível que pareça.

Para empresas de pequeno porte, não será preciso adquirir um Software caro ou um serviço WEB. Uma boa planilha Excel já atende plenamente o primeiro estágio de gestão. Porém, é imperioso o domínio do conceito de Sistema de Custeio para elaborar a referida planilha. Entendo que isto seja um ponto de restrição, mas não existe amadorismo, “contas de chegada”, ou soluções simplórias e rápidas para problemas complexos. 

Cada vez mais, ser empresário, significa dominar múltiplas competências!

Através do Sistema de Custeio, consolidamos valores de Materiais, Serviços, Pessoal, Equipamentos, Logística e outros. Obtemos informações oriundas de compras, produção, projetos, comercial e outras áreas importantes. Mesmo que seja uma empresa pequena, tais Processos Empresariais existem.

A partir da gestão das Metas de GASTOS, conseguiremos analisar e perceber o comportamento da RENTABILIDADE do negócio.

O principal objetivo desta publicação é prover reflexão sobre a equação PREÇO – LUCRO = GASTO, mas torna-se imperioso, principalmente para o pequeno empresário, o aprofundamento nos temas mencionados, bem como boas conversas com o Contador ou qualquer outro profissional da área financeira, caso sejam acessíveis para esta ação.

Mesmo em uma empresa de porte, com disponibilidade de profissionais (diretores, controller, contadores, pessoal da qualidade e produtividade, analistas e outros), estas análises e decisões ocorrem ainda é um ambiente meio confuso, com a utilização indevida de diversos modelos. Raras exceções.

Mesmo em uma empresa exponencial, com práticas funcionais inovadoras e elevado grau de tecnologia embarcada, tais análises e decisões também não deixam de ser imperiosas, pois continuamos a fabricar ou prestar serviços, vender e apurar rentabilidades. O LUCRO ainda não ficou obsoleto!

Uma breve análise sobre os principais Sistemas de Custeio.

O Sistema de Custeio Variável (Gastos Fixos e Variáveis) seria a minha sugestão, tanto para indústrias como serviços e varejo (âmbito geral).

É um sistema convencional “menos ruim” para o processo de Gestão de Metas de GASTOS e com implantação mais simplificada.

O Sistema de Custeio convencional mais conhecido é denominado de Absorção, que envolve custos Diretos e Indiretos. Cuidado, pois apesar de ser o mais usado, também é o mais obsoleto, com mais de 120 anos de existência (o Variável é mais novo, com 80 anos!). Muitos erros em análises e decisões são cometidos por este sistema.

O mais adequado seria o Sistema de Custeio por Atividades – ABC, mas este sistema demanda uma gama adicional de conceitos, práticas e cálculos.

Deixe para um estágio de maturidade subsequente, mas nunca se esqueça que este é o Sistema mais moderno e que se integra efetivamente com programas de qualidade e de produtividade (gestão de perdas, retrabalhos, objetos empresariais, marketing, logística, TI, RH e outras práticas modernas de gestão por objetos), facilitando o desafio de eliminar eventos que impactam negativamente na rentabilidade final.

O Sistema Padrão também é um sistema convencional clássico. É mais utilizado no âmbito industrial. Porém, o seu conceito funcional se aplica (de forma híbrida) em conjunto com os Sistemas de Custeio Variável e ABC (na prática, os bons Sistemas de Custeio são híbridos!).

O quadro a seguir resume a abrangência dos 4 tipos de Sistema de Custeio, em termos de atendimento aos principais Requisitos de Informações para Gestão de GASTOS e apuração de Rentabilidades. O intuito é chamar a atenção sobre a extensão e profundidade do tema: 

Enfim, tal como crescemos na vida por estágios de maturidade, Sistemas de Custeio também são classificados por estágios de maturidade empresarial, com impacto direto na qualidade da informação sobre rentabilidades.

Por último, o Sistema de Custeio é um elo fundamental na cadeia de informações gestoriais. Os Sistemas Orçamentários e Financeiros (Fluxo de Caixa e outros) também são imperiosos para uma gestão empresarial profissional. Todo devem funcionar de forma integrada (em simulações e em operações)!

Artigos recentemente publicados sobre a Verdadeira Rentabilidade:

Gestão Estratégica de Rentabilidade - Produtividade -Texto 1 de 2

Gestão Estratégica de Rentabilidade - Produtividade -Texto 2 de 2

Um Sistema de Custeio de 1.900. Em 2016? Pode?

Obrigado pela especial atenção!

João Ruiz

Advisory | Strategic Positioning | Knowledge and Process Management | Leadership | Cost Systems | MBA Professor

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