Estante da Sofia entrevista: Gabriela Breder

Estante da Sofia entrevista: Gabriela Breder

Olá, leitores!

Hoje é dia de mais um Estante da Sofia entrevista por aqui. E para essa sexta feira eu trouxe alguém MUITO especial. Além de ser minha prima e termos crescido juntas, a Gabi é uma pessoa que me inspira diariamente. Sempre dividimos paixões parecidas e uma delas é a literatura. Por esse motivo, ela acabou seguindo para a área da Biblioteconomia que eu admiro tanto!

Para que vocês conheçam mais sobre esse curso e profissão, hoje vamos bater um papo juntas! Bora lá?

Agora, me fale um pouco sobre você. Qual seu nome, sua idade e fala sobre um pouco sobre o seu curso de Biblioteconomia.

Meu nome é Gabriela Breder, tenho 22 anos e sou graduanda de Biblioteconomia na Universidade de Brasília.

O curso de biblioteconomia é pouco conhecido, mas bastante valorizado por quem o conhece. Ao longo do curso nós aprendemos todo o processo da gestão da informação, como sua organização, tratamento e disseminação, visando sempre o acesso à informação, uma vez que o bibliotecário tem o papel de mediador na busca do conhecimento a fim de suprir as necessidades informacionais do usuários das bibliotecas ou outras unidades de informação em que atua.

O curso dura em média 8 semestres. Muitas aulas são ocorrem em laboratórios de informática, onde somos capacitados a usar as tecnologias da informação enquanto ferramentas da atuação na gestão da informação, quebrando o estigma de que essa nossa área de atuação estaria ficando para trás pelo advento das inovações tecnológicas.

Existem muitas ofertas de estágio na área que contribuem bastante para a formação dos estudantes durante a graduação. Atualmente eu faço estágio na Biblioteca do Superior Tribunal de Justiça e a experiência tem sido muito enriquecedora na minha formação profissional.

Falando um pouco sobre livros, você sempre pensou em atuar/estudar na área da literatura?

Não, eu nunca tive algo definido sobre o que fazer depois da escola até conhecer o curso de biblioteconomia um pouco antes de me formar no ensino médio. Antes disso nunca se passou pela minha mente trabalhar com livros, acredito que por falta de informação e incentivo, já que as profissões desse nicho são pouco divulgadas e reconhecidas.

O que mais te encanta na área que você estuda hoje?

Me encanta conhecer profissionais apaixonados pelo que fazem e que exercem a profissão com amor, que sentem prazer em levar a informação, cultura e entretenimento todas as pessoas. Me encanta também ver cada usuário que se apaixona por livros por meio dos serviços das bibliotecas e a diferença que podemos fazer na vida das pessoas por meio do acesso democrático à informação.

Você pretende atuar em qual área do mercado? Fale um pouco sobre área de atuação do curso para os leitores conhecerem mais sobre esse curso tão importante.

Ainda não defini em que área atuar, pretendo ter experiência em várias áreas até me identificar fortemente em alguma.

As áreas de atuação do bibliotecário são diversas, sendo as mais conhecidas: os vários tipos de bibliotecas, como as bibliotecas públicas, bibliotecas escolares, bibliotecas especializadas, bibliotecas digitais, e etc. E também outros tipos de unidades de informação, como centros de documentação, empresas públicas e privadas, escritórios jurídicos, redes e sistemas de informação, e etc. Já que o bibliotecário está envolvido em todo o ciclo documental ou informacional, as possibilidades de atuação tendem a aumentar cada vez mais.

Se você pudesse dar uma dica para quem deseja fazer o curso de Biblioteconomia, qual seria?

Não se prenda aos comentários alheios sobre a biblioteconomia, pois muitas pessoas não conhecem o curso e a área de atuação, por isso ainda têm uma visão bastante tradicional sobre a profissão, o que não é a realidade. A biblioteconomia está se atualizando e ocupando seu espaço também na era digital, afinal, é a era da informação! Na era da informação e da (des)informação, o bibliotecário tem valor incalculável e um papel fundamental na disseminação da informação, promovendo a democratização da informação e o combate às fake news.

Você sente ou já sentiu vontade de escrever algum livro? Se sim, sobre o que ele seria?

Sim, já senti vontade de escrever um livro mas nunca pensei na real concretização disso, pois não acho que seria uma boa escritora, e nem que as pessoas se interessaram pelo assunto. O livro seria sobre a minha história, ou alguma personagem com história parecida. Sou bastante jovem, não tive uma vida digna de um best seller, mas eu gosto bastante de ler sobre a vida de outras mulheres e principalmente quando me identifico com elas, quando leio essas histórias sinto muita vontade de contar a minha também! Sinto que até as pequenas experiências de alguém podem ser bastante inspiradoras para as pessoas que não costumam se ver representadas nas mídias.

O Brasil é um país com uma taxa muito baixa de leitura por pessoa, o que você acha que poderia ser feito para mudar esse cenário?

Eu acredito bastante no potencial das bibliotecas públicas, infantis e escolares em formar uma comunidade leitora, e para isso, é necessário que sejam cobrados dos governantes boas estruturas nessas bibliotecas, a presença de um profissional bibliotecário e investimentos em projetos de incentivo à leitura.

Vale ressaltar que a A Lei nº 12.244/2010, Lei da Universalização das Bibliotecas Escolares, determina que até 25 de maio de 2020 todas as instituições de ensino do país, públicas e privadas, deverão ter bibliotecas e também a presença de bibliotecários, já que a lei 9.674, de 25 de junho de 1998 que determina que o exercício da profissão é privativo ao bacharel em biblioteconomia. Por isso, também podemos contribuir cobrando o cumprimento das leis que já existem e não estão sendo respeitadas. Biblioteca tem que ter bibliotecário!

Por último, gostaria de saber um livro que marcou a sua vida, que você recomendaria para os leitores do Estante e por que.

É muito difícil escolher um livro que tenha marcado minha vida, pois acho que a grande maioria marcou algum momento dela, e logo deu espaço para o próximo também fazer esse papel. Por isso escolhi um livro que me marcou por sua abordagem bem diferente de tudo o que eu tinha lido antes, por ser contada do ponto de vista dos animais. O livro é Só os animais salvam de Ceridwen Dovey. Nele os animais narram grandes conflitos humanos sob suas perspectivas, nos convidando a ver a história com olhos não humanos.

Primeiramente, eu gostaria de agradecer a Bibi por esse bate papo enriquecedor! Eu aprendo com você diariamente, você sabe disso <3

E vocês, leitores, espero que tenham aprendido com esse post tanto quanto eu! Como é necessário o estudo da Biblioteconomia e os seus profissionais para a conservação da nossa literatura e para a democratização da informação!

Sexta feira que vem temos mais bate papo por aqui. Espero vocês! : )

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