Estudo Avalia Vulnerabilidade do Setor Elétrico

Estudo Avalia Vulnerabilidade do Setor Elétrico

(Fonte: MMA - reprodução)

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou estudo feito em parceria com o Ban-co Mundial que classifica de “dramático” o potencial impacto da mudança do clima nas emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico brasileiro até 2030. Se nada for feito, diz a pesquisa, as emissões podem chegar a quatro vezes a dos níveis atuais, que são de 15 milhões de toneladas de gás carbônico por ano. 

O levantamento é pioneiro ao avaliar a vulnerabilidade da geração hidrelétrica no Brasil face a cenários de baixa hidrologia causados pela mudança do clima. Como re-sultado, poderia haver a necessidade de ampliar o uso de termoelétricas a combustíveis fósseis para compensar a perda. 

O secretário de Mudança do Clima e Florestas do MMA, Everton Lucero, avalia que “são dados críticos, interessantes e que terão impactos sobre a gestão hídrica e o plane-jamento do setor”. Lucero lembrou que as metas brasileiras sob o Acordo de Paris fo-ram propostas para o conjunto da economia, o que exige um olhar transversal e integra-do sobre a contribuição dos vários segmentos. “É preciso entender também como fon-tes alternativas, tais como a bioenergia, as eólicas e a geração distribuída fo-tovoltaica podem ser introduzidas para compensar a perda de oferta de origem hídrica” explicou.

As consequências sobre os níveis de emissões do setor elétrico foram levadas em conta na definição da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ao Acordo de Paris, que agora tem força de Lei no Brasil. O “Cenário de Baixa Hidrologia para o Se-tor elétrico Brasileiro (2016/2030)”, publicado agora, parte de dados históricos sobre o clima, coletados desde os anos de 1980 e sobre barragens desde 1955. 

O aumento na ocorrência de eventos extremos, como secas, e de dados do Sistema In-tegrado Nacional de energia elétrica permitiram a análise da vulnerabilidade do setor. “Olhando o passado, fazemos projeções de como poderá ser o futuro”, afirmou Christophe de Gouvello, um dos coordenadores do estudo.

Embora tenha como ponto de partida cenário de baixa hidrologia, com previsão de redução do estoque de água nas barragens geradoras, o estudo conclui que a baixa plu-viosidade não é o único fator com potencial para aumentar os níveis de emissão do se-tor. As atividades de uso do solo (agropecuária) e o desmatamento também estão entre os fatores que vão impactar nos níveis das barragens. A boa notícia é que o fato de o Brasil ter um sistema integrado acaba reduzindo impactos locais e regionais.

A redução na Energia Natural Afluente, medida da quantidade de eletricidade que pode ser produzida pela água disponível, pode chegar a 25%, o que implicaria na ligação de mais termoelétricas com queima de combustível fóssil e aumento de emissões. A mudança do clima pode impactar também os custos de geração, com conse-qüente aumento de preços na conta de luz de população.

O estudo foi também publicado em inglês, para que a experiência brasileira possa ser aproveitada em outros países que utilizem a fonte hídrica na geração de energia.

Aurelio Mayorca

Pesquisador Sênior na UDESC Joinville - Centro de Ciências Tecnológicas | CEO na Mayorca Machines and equipment - R&D

7 a

Dietmar Lilie

Carlos Sena

CFO of Energy Industry's Employers in Espirito Santo State at Espirito Santo State's Industry Federation

7 a

Exatamente, Adrianno. A geração distribuída oriunda dos investimentos individuais de centenas de milhares de consumidores conectados à baixa tensão de distribuição é que nos permitirá mitigar o impacto do despacho de usinas termelétricas no médio e longo prazos. Trata-se de uma mudança significativa no paradigma das relações institucionais do Setor Elétrico Brasileiro, com o empoderamento do consumidor de baixa tensão através da percepção deste de que a sustentabilidade econômica e energética de seu negócio e, até mesmo, de sua família não está mais nas mãos do Estado Brasileiro, mas de si próprio. Neste sentido, o Estado do Espírito Santo conta com uma iniciativa ainda única no cenário brasileiro, a implantação do primeiro parque de minigeração distribuída a partir de fonte solar, o SUN INVEST, destinado ao consumidor de baixa tensão, tanto pessoa física quanto jurídica, uma iniciativa da empresa ESSolar Empreendimentos em Energia Renovável. Saiba mais sobre esta iniciativa em: www. essolar.com.br

Adrianno Lorenzon

Natural Gas Director na ABRACE - Associação dos Grandes Consumidores de Energia

7 a

Os últimos 5 anos denotam que planejar a geração baseando-se em histórico de hidrologia já não faz mais sentido. Para mantermos os reservatórios sem aumentar geração térmica (e emissão de CO2), teremos de contar com participação mais significativa das renováveis.

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