"Eternidade por um fio"

"Eternidade por um fio"

A ficção, muitas vezes, ajuda a refletir sobre a realidade... o Conde Fitzhebert (Fitz), figura importante dos "tories" britânico, teve um relacionamento amoroso clandestino, no início do século XX, com sua governanta Ethel Leckwitt. Esta viria a se tornar mãe de um filho bastardo do conde, além de importante líder dos "labours" britânico. Diálogo fictício entre avô e neto (filho do filho bastardo do conde), ocorrido em meados dos anos 80, retirado do livro "Eternidade por um fio", da trilogia "O Século" de Ken Follett:

"Nós conservadores, estávamos certos em relação ao comunismo - falou Fitz. Dissemos que não daria certo, e não está dando. Mas estávamos errados em relação à social democracia. Quando Ethel falou que todo mundo deveria ter ensino, assistência médica gratuita e seguro desemprego, eu disse que ela estava vivendo em um mundo de sonho. Mas agora veja você: todas as coisas pelas quais ela lutou se tornaram realidade, e a Inglaterra continua sendo a Inglaterra".

Já postei em minha página do facebook, que a força das maiores democracias ocidentais é o respeito às regras, à vontade da maioria, o respeito aos derrotados e às minorias. Há um claro "desvio de formação democrática", quando grupos, seja lá de que lado estejam, se acham superiores aos outros. Se a democracia social ainda não deu os resultados que todos esperam, os responsáveis são as próprias pessoas que formam este país. Está na consciência coletiva do brasileiro levar vantagem sobre os outros que estão ao seu lado... isso gera a corrupção e o clima de desconfiança.

Não precisamos passar pelas guerras e expurgos que os países democráticos passaram. Podemos aprender com os erros e acertos dessas democracias ocidentais. Não vamos fazer um país melhor, "empurrando os contrários para o mar". Os filhos não devem ser iguais aos pais... devem ser melhores para corrigir os erros que cometemos até aqui... se forem iguais, nada vai mudar! Vamos deixar a vontade da maioria prevalecer... e respeitar os derrotados... os cenários mudam, às vezes em menos de uma geração.

De vez em quando, crie o hábito de ler grandes autores. Recomendo Ken Follett, em especial, a grande trilogia "O Século".

Rangel P.

Diretor Comercial e Executivo da Change Engenharia / Execução e Gerenciamento de Obras e Serviços

8 a

Excelente Haroldo!

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