Eu só tô aqui pra trocar uma ideia.
tu já vai entender o porquê dessa imagem

Eu só tô aqui pra trocar uma ideia.

Eu preciso confessar uma coisa pra vocês. Queria muito ter feito esse texto caça-clique. Só pra ver se ia funcionar mesmo… Tipo, “8 dicas pra ter conversas melhores”. Eu cheguei a escrever com esse título mas li o texto e vi que fica um lixo. Então meio que foda-se né. Vamos seguir do meu jeito.

Conversar é música. É mais do que ouvir e falar. É construir alguma coisa junto com as pessoas. É quase como dançar com alguém. Tipo, vai ter momentos de energia e momentos mais calmos. Momentos de protagonizar e outros momentos de coadjuvar (não faço ideia se ela palavra existe mas não tá sublinhado em vermelho então vou deixar).

A gente precisa aprender a apreciar essas nuances que as trocas de ideia têm.

Eu nem uso muito a palavra “conversa” porque acho que ela tá prostituída. Um dos meus slogans, como os publicitários gostam de chamar, é “eu só tô aqui pra trocar uma ideia”.

E esse conceito de “trocar ideia” é importante. Por trás dele tem o ideal de os dois lados saírem beneficiados dessa troca.

Deixa eu dar um exemplo bem bobo aqui, mas que vai fazer vocês entenderem todo o esquema.

Digamos que um amigo chega em ti e te mostra o trailer do Planet Earth II. Um baita vídeo. Esse aqui ó:

Aqui a gente tem um momento crucial nessa troca de ideia.

Vamos analisar juntos as opções de comentário que tu, o protagonista da história, tem.

Digamos que tu já viu o trailer, afinal saiu em Outubro do ano passado. O trailer é interessante, é legal de olhar mesmo que tu já tenha visto o vídeo. Nada de errado em teu brother te mostrar isso agora, então tu responde animado.

- Siiim. Eu vi isso aí, afudê né?

Parece ok, né?

Não.

Quer dizer, parece. Mas não é.

Na verdade tu quebrou o flow todo dessa troca de ideia. Óbvio que ele achou afudê. Óbvio que ele curtiu aquele trailer pra caralho. Ele se prestou a catar no YouTube pra te mostrar isso agora, né?

Tu tem outras opções.

- Como será que esses maluco filmaram essa merda?

Agora tu abriu um monte de portas nessa conversa.

Agora todo mundo pode especular.

-Pois é, cara. Eu tenho um brother que estuda biologia e ele tem câmeras com sensores de movimento pra fazer estudo de campo.

-Mas quanto custam essas câmeras aí?

-As do meu brother, uns mil pila.

-PUH. Imagina a produção da BBC pra fazer isso aqui. Quantas pessoas se envolveram nessa merda?

-Imagina, irmão. Esses programas de natureza são uma loucura. Eu li uma matéria que a NatGeo fez tipo um Earth Live esses dias.

-Como assim, mano?

-Tipo, eles tavam com câmeras espalhadas pelo mundo, na natureza, acompanhando ao vivo o que os bixos faziam e explicando tudo, ao vivo, pra tipo, 16 países.

E claro, já falei, vocês tem opções. Vocês podem especular de verdade como fazer a câmera.

-Será que tipo um negócio camuflado, que a câmera fica atrás, e tem um sensor de movimento pra lente “perseguir” os animais?

Vocês não precisam resolver os problemas do jeito que a BBC resolveu. Teu amigo trouxe uma pauta interessante pra roda. Tu valorizou o assunto do teu brother com uma provocação simples. Todo mundo aprende um pouco nessa troca de ideia aqui.

Todo mundo aprendeu que existem câmeras ativadas por movimento e que custaria uns mil reais caso alguém quisesse comprar. Todo mundo aprendeu que rolou um programa ao vivo sobre natureza, direto da natureza mesmo, pra algo em torno de 16 países, em tempo real.

Todo mundo sai um pouco mais informado.

Eu gosto de conversas que chegam em conclusões. Definam como a câmera da BBC funciona na cabeça de vocês e só depois então sigam pra Live do NatGeo. Sei lá. Essa parte é só um feeling meu.

Continuando.

A gente não fala pro outro. A gente fala com o outro. A conversa precisa construir.

Ouvir, comentar, provocar… Acho que o segredo é não se levar a sério demais. Mas isso é assunto pra outro texto. Acho que hoje eu queria falar só dessa história das conversas mesmo.

--

Se quiser realmente aprender sobre como conversar melhor, com base científica e tal, eu sou o cara pra te ajudar.

Não diretamente, óbvio, mas te dou as mortas.

Aqui tem uns links pra tu acessar:

E tem também esse texto aqui “Saving The Lost Art of Conversation” no The Atlantic.

Se quiser praticar, me chama. Eu gosto mesmo de trocar ideia (é real).

Pode me chamar em qualquer um dos meios aqui:

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Abraços mil.


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