Existe um mercado de conselheiros?
Neste ano decidi estudar para exercer a função de conselheira e hoje tive uma excelente aula ministrada pelo professor Eduardo Gomes sobre Governança Corporativa na Board Academy Br .
Gostaria de dividir aqui com vocês, neste artigo, minhas conclusões sobre o tema.
Você sabe qual é a importância da governança corporativa, seus princípios fundamentais e sua aplicação no contexto empresarial brasileiro?
A governança corporativa é um tema cada vez mais relevante no cenário empresarial global, sendo essencial para garantir a transparência, a integridade e a eficiência na gestão das organizações. Atualmente, em meio a um ambiente de negócios complexo e volátil, a governança corporativa se torna ainda mais crucial para as empresas se destacarem e garantirem a sustentabilidade a longo prazo.
Quando vemos este cenário no Brasil isso se torna ainda mais necessário, pois, falamos de leis arbitrárias, instabilidade política, política fiscal e tributária equivocada, ou seja, um cenário nada propício ao empreendedorismo.
Fundamentos da Governança Corporativa
Os fundamentos da governança corporativa incluem princípios como transparência, prestação de contas, equidade, responsabilidade corporativa e conformidade legal.
A transparência refere-se à divulgação clara e acessível das informações relevantes aos stakeholders, garantindo a confiança e a credibilidade da empresa. Já a prestação de contas implica em responsabilizar os gestores e administradores pelos resultados e decisões tomadas. A equidade assegura tratamento justo e igualitário a todos os acionistas e partes interessadas. Enquanto a responsabilidade corporativa envolve a consideração dos impactos sociais e ambientais das operações da empresa. E por último, a conformidade legal diz respeito ao cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis.
Governança Corporativa na realidade brasileira
No contexto brasileiro, a governança corporativa tem ganhado destaque nos últimos anos, impulsionada pela necessidade de combater a corrupção, promover a transparência e atrair investimentos. Empresas de todos os portes e setores têm buscado adotar boas práticas de governança para fortalecer sua reputação, mitigar riscos e melhorar seu desempenho financeiro e comercial.
A governança corporativa desempenha um papel fundamental no apoio aos CEO’s (Chief Executive Officer) nas tomadas de decisões, considerando especialmente a solidão e pressão associadas a este cargo de liderança. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a governança corporativa pode ajudar os CEOs nas tomadas de decisões:
1. Conselho de Administração: O conselho de administração é uma parte essencial da estrutura de governança corporativa e desempenha um papel crucial no apoio e aconselhamento dos CEO’s. O conselho é composto por membros independentes e experientes que podem oferecer insights, orientação e perspectivas externas nas decisões estratégicas da empresa. Ninguém consegue ter todas as habilidades muito bem desenvolvidas, ou ser técnico em tudo, nunca se esqueça de que a inteligência coletiva é soberana.
2. Transparência e Prestação de Contas: A governança corporativa promove a transparência e a prestação de contas, garantindo que os CEOs sejam responsáveis perante os acionistas, os investidores e outras partes interessadas. Isso ajuda a reduzir a pressão e a solidão do cargo, pois os CEOs podem contar com o apoio e a confiança de um sistema de governança sólido.
3. Melhores Práticas e Diretrizes: A governança corporativa estabelece diretrizes e melhores práticas para a gestão eficaz das empresas, incluindo processos de tomada de decisão, avaliação de riscos e conformidade legal. Essas diretrizes fornecem um quadro claro e consistente para os CEOs basearem suas decisões e garantem que as escolhas sejam feitas de forma ética, responsável e imparcial.
Em resumo, uma governança sólida e eficaz pode contribuir para que os CEOs tomem decisões informadas, éticas e responsáveis, contribuindo para o sucesso e sustentabilidade das empresas a longo prazo. Sabemos que a pressão deste cargo faz com que muitas vezes as decisões sejam de resultado rápido. O conselho faz o papel de resguardar a longevidade da empresa.
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Os desafios de um conselheiro são diversos, considerando especialmente a complexidade e a diversidade de cada empresa. De fato, não existe uma receita de bolo ou um modelo único que se aplique a todas as organizações, uma vez que cada empresa possui sua própria cultura, estrutura, desafios e metas específicas. Aqui estão alguns dos desafios comuns enfrentados pelos conselheiros em sua atuação:
1. Compreensão da empresa: Um dos desafios iniciais para um conselheiro é compreender profundamente a empresa na qual atua, incluindo sua missão, visão, valores, estratégia, operações e desafios específicos. Isso requer tempo e esforço para familiarizar-se com a organização de forma abrangente.
2. Diversidade de perspectivas: Os conselheiros precisam lidar com a diversidade de perspectivas e opiniões dentro do conselho de administração, considerando as diferentes experiências, conhecimentos e visões dos membros. Conciliar essas perspectivas pode ser um desafio, mas também é uma oportunidade para enriquecer as discussões e decisões.
3. Tomada de decisão estratégica: Os conselheiros são responsáveis por tomar decisões estratégicas que afetam o futuro e o desempenho da empresa. Essas decisões muitas vezes envolvem avaliação de riscos, análise de cenários, previsão de tendências e definição de metas de longo prazo, o que pode ser desafiador diante da incerteza e da complexidade do ambiente empresarial.
4. Conformidade e ética: Os conselheiros devem garantir a conformidade da empresa com as leis, regulamentos e padrões éticos, além de promover uma cultura organizacional baseada na integridade e na responsabilidade. Isso requer vigilância constante e ação proativa para evitar práticas inadequadas ou ilegais.
5. Adaptabilidade e aprendizado contínuo: Como cada empresa é única e está sujeita a mudanças constantes, os conselheiros precisam ser adaptáveis e estarem dispostos a aprender e se atualizar constantemente. Lidar com a evolução do mercado, novas tecnologias, tendências emergentes e desafios inesperados requer flexibilidade e capacidade de se ajustar rapidamente.
Os desafios de um conselheiro são diversos e exigem habilidades como: análise crítica, tomada de decisão, comunicação eficaz, liderança, ética e adaptabilidade.
Lidar com a complexidade e a diversidade de cada empresa requer um compromisso constante com a excelência e a busca pela melhoria contínua.
Por que escolhi me tornar conselheira?
Um ponto que me chama atenção é que hoje temos uma quantidade muito pequena de mulheres nos conselhos e foi exatamente por isso que resolvi fazer esse curso.
A diversidade traz diferentes perspectivas e experiências para as decisões do conselho. A diversidade de pensamento e a inclusão ajudam os CEO’s a considerarem uma variedade de opiniões e abordagens ao enfrentar desafios e oportunidades.
Outro ponto é que sou CEO de uma empresa e sei o valor desta função, além disso, dou treinamentos e palestras em muitas empresas deste país e já fui convidada a ingressar no conselho, mas não posso aceitar convites sem antes me preparar, estudar e me capacitar verdadeiramente para a função.
Estes dois pontos me incentivaram, mas o meu real propósito é: eu acredito que o que faz um país crescer são as empresas e sei que posso colaborar com a longevidade delas, visto que a mortalidade de empresas no Brasil é ainda muito alta.
Em suma, a governança corporativa é essencial para promover a transparência, a ética e a eficiência nas empresas, contribuindo para a construção de organizações sólidas e sustentáveis.
Atualmente, em que a confiança e a credibilidade são valores fundamentais, a adoção de boas práticas de governança é um diferencial competitivo para as empresas, tanto no cenário global quanto na realidade brasileira.
Investir em governança corporativa não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia inteligente para garantir o sucesso e a perenidade dos negócios.
Excelente, Érika!! 👏 👏 👏