Expectativas para 2017 e 2018: entre incerteza, complexidade e ambiguidade.
Já faz alguns dias que estou avaliando o cenário macroeconômico do Brasil para definir o cenário que teremos nos próximos meses no nosso mercado.
Confesso que em 17 anos morando no Brasil, nunca vi tanta incerteza e posso dizer mais ainda, incerteza generalizada.
Em 2002/2003, na época em que eu trabalhava na Embaixada da França para o Tesouro francês e o Clube de Paris, realmente a situação estava marcada por grandes incertezas, mas não se compara em nada com o que estamos atravessando neste momento.
O ambiente VUCA realmente chegou ao país auriverde e está marcando nosso cotidiano. É uma sigla que surgiu no vocabulário militar no final dos anos 90 para descrever um ambiente volátil, incerto, complexo e ambíguo.
O certo é que diante da situação atual vários cenários são possíveis.
É possível termos um cenário evoluindo para uma degradação da atividade e um agravamento da situação política e econômica que já está bem fragilizada.
Porém, a economia tem mostrado sinais de resistência, mesmo diante da piora da situação política, o que parece confortar o cenário de estabilidade. Uma grande conquista vem do controle da inflação que pode facilitar a volta ao crescimento da nação. Isso é apenas uma das variáveis em jogo indo no sentido de uma melhora generalizada nos indicadores, mas é bastante importante.
Ela abre por si só, para os próximos anos, a perspectiva de uma manutenção da inflação em patamares historicamente baixos.
O certo é que estamos entrando em um novo ciclo da economia brasileira, onde a inovação precisa ganhar um novo fôlego, para trazer ganhos de produtividade e competitividade, ganhos de poder aquisitivo, alavancando entre outros os resultados do bônus demográfico e o potencial da grande nação que é o Brasil.
Executivo de Controle e Finanças
7 aAlexandre, gostei muito de seu artigo! Como contribuição, gostaria de acrescentar que a inovação passa por revisar o Estado com cortes de privilégios nos três poderes, privatização de empresas públicas e unificação de bancos públicos (em particular CAIXA, Banco do Brasil e revisitar até mesmo o papel do BNDES...). Com isso teremos a almejada redução do tamanho do Estado e da transferencia de renda do setor público ao setor privado (notadamente setores privados escolhidos de forma discricionária - na maioria das vezes sem uma política pública que a justifique). Ou seja, falo o que tanto se fala, há vários anos, e não se faz. Reformas. É certo que a queda da inflação, em boa parte em consequência da recessão, e a redução dos juros colaboram para uma retomada, infelizmente porém, sem reformas e sem a retirada de alguns "direitos adquiridos" (que para alguns são privilégios) um novo ciclo ascendente da economia brasileira (com a produtividade, competitividade e ganhos de renda que voce cita), no meu ponto de vista, ainda demorará um pouco a surgir.