Feedback Unilateral – A Verdade que Todos Sentimos, mas Ninguém Quer Dizer
Olá, caros guerreiros do mundo corporativo!
Hoje vamos mergulhar num tema que, tenho a certeza, muitos por aqui já passaram por tal experiência: O FEEDBACK. Sim, esse momento que é suposto ser uma oportunidade de crescimento, mas que muitas vezes se transforma num cenário onde nos perguntamos se estamos num diálogo ou num monólogo disfarçado.
O Monólogo do Feedback
Quem nunca passou por aquele feedback unilateral? Entramos na reunião com a esperança de uma conversa aberta, mas rapidamente percebemos que estamos numa espécie de teatro onde o guião já está escrito e o protagonista não somos nós. É como estar numa peça de teatro onde a nossa única fala é: "Sim, compreendo perfeitamente".
Quando foi a última vez que alguém lhe perguntou genuinamente: "O que poderíamos fazer para o ajudar a atingir os seus objectivos?" Se a sua resposta é um silêncio constrangedor, não está sozinho.
O Teatro (Trágico) Corporativo
A Reunião de Feedback: Chega o convite para a reunião. A esperança é a última a morrer, certo? Mas assim que a porta se fecha (ou a chamada começa), percebe que está numa sessão de “apontar o dedo”. Os resultados não foram os esperados? Claro. Alguma menção às constantes mudanças de estratégia ou à falta de recursos? Nem pensar. É como se estivéssemos a remar contra a maré, mas a culpa de não chegar a tempo é nossa.
O "Feedback Sanduíche": Ah, essa delícia corporativa. Começa com um elogio vago ("É muito dedicado"), seguido por uma longa lista de críticas, e termina com um incentivo genérico ("Continue assim"). Sente-se motivado? Provavelmente não. É como receber um presente embrulhado numa caixa bonita, mas vazio por dentro.
O Elefante na Sala: Todos sentimos, mas ninguém menciona. A falta de comunicação clara, os objectivos que mudam como o vento, a sobrecarga de trabalho. Mas levantar estas questões? Arriscado demais. Então, acenamos com a cabeça e seguimos em frente.
O Que Todos Pensamos (Mas Calamos)
Sinceridade à Mesa: O feedback deveria ser uma via de dois sentidos, mas frequentemente é uma estrada de sentido único. A gestão raramente admite falhas na comunicação, na definição de objectivos ou na alocação de recursos. Afinal, por que complicar quando é mais fácil encontrar um culpado?
Quantos de nós não gostaríamos de dizer:
"Se tivéssemos objectivos claros desde o início, poderíamos evitar estes problemas."
"A falta de recursos tornou impossível cumprir os prazos."
"As constantes mudanças desorientam a equipa e afectam a nossa produtividade."
Mas, claro, expressar estas verdades pode ser visto como "não ser um jogador de equipa". Então, engolimos em seco e continuamos.
O Impacto na Moral e na Produtividade
Este tipo de ambiente afecta-nos a todos. Sentimo-nos desmotivados, menos produtivos e começamos a questionar o nosso lugar na empresa. A sensação de não sermos ouvidos pode levar ao burnout e à vontade de procurar novos horizontes.
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Não Está Sozinho!
Sabia que, segundo estudos recentes, mais de 70% dos profissionais sentem que o seu feedback não é valorizado pelas suas organizações? Não é apenas consigo. É um fenómeno global que precisa de ser abordado.
Boas Práticas (Que Todos Desejamos)
Há luz ao fundo do túnel. Algumas empresas perceberam que colaboradores motivados são a chave do sucesso. Algumas empresas já implementam o Feedback 360º, onde todos, desde o estagiário até ao CEO, participam num processo de avaliação mútua. Isso cria um ambiente de confiança e melhoria contínua.
Como Podemos Mudar Isto?
Implementar o Feedback 360º: Envolver todos no processo de feedback. Todos temos algo a aprender uns com os outros.
Criar um Ambiente de Confiança: Onde podemos expressar as nossas preocupações sem medo de retaliações.
Comunicação Clara e Objectiva: Definir objectivos realistas e fornecer os recursos necessários.
Formação Contínua: Investir no desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores.
Uma Reflexão Necessária
Imagine um local de trabalho onde o seu feedback é valorizado, onde as suas ideias são ouvidas e onde há um esforço genuíno para melhorar juntos. Parece um sonho? Não tem de ser.
Caros líderes, este é um apelo: vamos ouvir as vozes que movem a empresa. Afinal, o sucesso não é construído sozinho.
Partilhe a Sua Experiência!
Quero ouvir de si. Já passou por situações semelhantes? Como lida com o feedback unilateral? Partilhe a sua história aqui, quem sabe já alguém passou pelo mesmo, contornou com sucesso e pode aqui ser a sua luz.
Gostou desta edição? Partilhe com os seus colegas, amigos ou aquele líder que precisa de uma dica subtil. Vamos espalhar a mensagem e criar um movimento por um ambiente de trabalho mais saudável e colaborativo.
Na próxima edição de "Dramas e Tretas" Corporativas, vamos explorar "A Ilusão da Disponibilidade Constante" – quando estar sempre online se torna a nova norma e o caminho mais rápido para o burnout.
Até lá, lembre-se: a mudança começa em nós. Seja a voz que inspira outros a falar!
Provocações e a Tia Filó | BetaCodex Member
2 mSofia Amarcy Aboobakar, que tal isso: FEEDBACK. E SE... E se você finalmente perceber que o feedback nunca foi eficaz, pois detecta problemas e possíveis melhorias no endereço errado, o da pessoa individualmente? E se você entender que o feedback é uma ferramenta usada nas organizações para amenizar um problema que é ruim de nascença: o controle, a direção, a condução ou comando-e-controle? E se, na verdade, o feedback não for sobre desempenho e cooperação, mas sobre avaliar, julgar, culpar e controlar pessoas? E se, em vez do feedback, a empresa fosse organizada de forma que as pessoas possam tomar suas próprias decisões, como adultos, conforme o propósito de sua equipe, auto-organizada, com poder de tomar decisões junto ao mercado? E se, dessa forma, a comunicação e a interação entre as pessoas possam ser tão natural quanto um sorriso em retribuição a outro sorriso? Conclusão: Nada substitui uma boa conversa, enquanto se caminha juntos! #BetaCodex #Descentralização