Fidelização e Inclusão do Público 60+: Alguém está esquecendo oportunidade na mesa?

Atualmente, pesquisas revelam que 52% do público idoso não são fiéis a nenhuma marca. Esse dado, longe de indicar um desinteresse por parte dessa faixa etária, expõe a ausência de estratégias de marketing inclusivas e focadas na experiência do cliente 60+. Ao ignorar suas necessidades, preferências e jornada de consumo, as empresas perdem uma oportunidade valiosa de conquistar um segmento em crescimento, com grande poder aquisitivo e desejo por reconhecimento.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a população mundial de pessoas com mais de 60 anos deve atingir 2,1 bilhões até 2050, representando quase um quarto da população global. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que, até 2030, a quantidade de idosos ultrapassará a de jovens de até 14 anos, tornando-se um dos países mais envelhecidos do mundo. Com essa realidade, é imprescindível que as marcas ajustem suas estratégias para atender a esse público, que tem crescido em números e demanda por atenção.        

Dados como os citados acima mostram uma população de novos hábitos, necessidades e interesses, e isso já está acontecendo em todo o mundo.

Além de abrir um oceano de oportunidades ja nos sinalizam alguns possíveis problemas se assim podemos dizer , como: custo elevado de mão de obra, e aqui no Brasil problemas econômicos ( gastos com previdência e saúde).

A área de gestão de pessoas por exemplo, tem pela frente um desafio de estabelecer cultura de contratação de profissionais mais seniores e desenvolve-los dentro de uma organização com mindset " mais jovem", fazê-los produzir e terem competitividade. Já o segmento de educação começa a desenvolver metodologias direcionadas a este público para capacitação e aperfeiçoamento.

Diferente do que muitos pensam, o público 60+ é exigente, analítico e, quando bem atendido, torna-se um dos melhores promotores de marca. Sua jornada de consumo pode ser ampliada por estratégias que valorizem a experiência e a inclusão, criando laços afetivos com a marca.

Empresas de vestuário, por exemplo, podem investir em produtos ergonômicos e estilosos que considerem a autonomia e o conforto desse público. Já no setor alimentício, é possível criar campanhas que unam saudabilidade, sabor e praticidade, respeitando preferências nutricionais.

O turismo é outra área promissora, com viagens adaptadas, personalizadas e focadas em conforto e experiências culturais enriquecedoras. Estudos indicam que pessoas acima dos 60 anos estão entre os maiores consumidores do setor, com interesse crescente em roteiros de lazer acessíveis e que proporcionem segurança e bem-estar. Além disso, a adaptação de produtos e serviços pode transformar a relação com o cliente idoso, tornando-a mais acessível e conectada com suas reais necessidades.

O diferencial está em entender que o público 60+ busca mais do que produtos: eles desejam experiências significativas e humanizadas. Investir na fidelização desse público envolve empatia, personalização e um atendimento que os faça se sentir ouvidos e valorizados. Esse segmento tem formado uma comunidade unida e valiosa, que compartilha experiências e expectativas, tornando-se um ativo fundamental para profissionais de marketing e experiência do cliente.

Ao proporcionar uma experiência de qualidade, as empresas não só conquistam clientes fiéis, mas também ganham um público disposto a indicar a marca em suas redes de relacionamento, transformando-os em verdadeiros embaixadores.

Em um mundo em processo acelerado de envelhecimento, a inclusão do público 60+ não deve ser vista apenas como uma responsabilidade social, mas como uma estratégia econômica inteligente. Com adaptações nos produtos, na comunicação e na experiência do cliente, as empresas podem construir uma relação duradoura e lucrativa com esse segmento. O público idoso está pronto para ser ouvido e valorizado – cabe às marcas estarem preparadas para atendê-lo.

Complemento a este artigo: Recentemente participei do PodALê onde bati um papo bem legal sobre o impacto crescente do consumidor longevo no mercado.

Com o aumento da população 60+, as empresas precisam rever suas estratégias. Abordamos temas como a falta de empatia no atendimento, a comunicação digital com os mais velhos, e como as marcas podem incluir esse público nas suas ações.

Além disso, discutimos as melhores práticas para fidelizar o público sênior e como superar o estigma de que eles estão fora do universo digital.

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