No fio da navalha
Depois de mais de cem dias de isolamento, foi um alento ver a cidade voltar a ter vida.
No que antes mais parecia um cenário com um toque de Blade Runner, lojas abertas seguindo os protocolos de distanciamento. Ordem para entrar, número limitado de pessoas para evitar aglomeração e álcool gel na entrada e na saída.
Eis que, num simples passeio de carro, você vê bares com pessoas todas juntas, sem máscaras, praias cheias. Como se não houvesse amanhã. E, se continuar assim, o amanhã tem possibilidade de ser pior do que o hoje.
O Brasil iniciou a reabertura no fio da navalha.
Ainda não dá para assegurar, mas parece que há estabilidade da curva de mortes diárias. Mas o platô está num patamar alto.
Desde 3 de junho, numa média de mil óbitos por dia. Então, não dá para relaxar. O distanciamento com máscara é a única alternativa à volta do isolamento.
Exagero? O estado da Flórida abriu a economia e registrou recorde no número de casos neste fim de semana. Resultado? O condado de Miami-Dade, o maior do estado, decretou toque de recolher.
Não há poder de Estado que consiga fiscalizar a atitude de cada cidadão na reabertura. Ou há uma consciência da população ou todos vão pagar a conta.
((Esse artigo foi publicado originalmente no dia 06 de julho, no report diário que a FSB Comunicação faz abordando diversos aspectos da pandemia da Covid-19. Para acompanhar esse material clique aqui)