As fotos que não tiramos

As fotos que não tiramos

Você já teve a sensação de estar vivendo um momento especial que não está sendo registrado como deveria? Sem foto, sem boomerang, sem vídeo, e agora? Onde ficam guardados esses momentos e o que fazemos com eles depois que passam?

Eles se juntam às memórias já bordadas no lugar de afeto, criam histórias que depois contamos ou que, de tanto guardarmos só pra nós, ficam separadas em fragmentos de lembranças. “Uma história não contada é uma parte da vida ignorada, sem que ganhe a devida importância”.

Isso porque quando contamos uma história, seja ela qual for, a gente lembra de detalhes esquecidos, se dá conta de coisas que não havíamos pensado antes, e ressignificamos certas partes dela, ou melhor, de nós mesmos. É uma espécie de revelação. Quando a contamos, solidificamos a história na nossa cabeça e no nosso coração.

Nessa semana, comecei a separar as fotos do meu filho e de nós três por ano de vida dele pra que eu possa selecionar as fotos que vou imprimir em 4 grandes álbuns. Aí, me dei conta que existem tantas fotos que não tiramos… tantos momentos que não registramos!

Mas não fiquei triste, pelo contrário, fiquei feliz por me dar conta disso, que talvez os melhores momentos não são os que estão lá postados nas minhas redes sociais. Afinal de contas, eu não tirei foto dos milhões de beijos que troco com meu filhote, da careta que ele faz quando fala certas coisas, dos momentos felizes com meu marido, da sensação de pertencimento e bem-estar que sinto onde eu moro com meus amigos.

É tanta coisa que mora nas entrelinhas, nas palavras que ainda não escrevi, nas imagens que não imprimi, nos sonhos que estou realizando e nem me dei conta, de cada tudo que parece ser nada no vai e vem da vida corrida.

Ao invés de aflição, na próxima vez que me deparar com a sensação de que estou vivendo algo especial, vou sentir apenas vontade de aproveitar ao máximo esses momentos. Feliz por estar colecionando memórias de afeto.

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Olá, sou a Cinthia, publicitária, produtora de conteúdo e escritora. Já tenho o privilégio de viver da minha escrita, mas nutro o sonho de viver escrevendo livros. Sei dos desafios da profissão, mas meu sonho não está nem aí pra eles, a verdade é essa. Não sei ainda onde ele vai me levar, mas, como diz certa música: “a procura por si só já era o que eu queria achar…”

Compartilho aqui alguns dos meus aprendizados durante essa rica jornada. Vem comigo!

Ana Costa

Aide-soignante certifié na EMS Spécialisé en cécité et malvoyance

4 a

Há uns meses atrás, o meu filho do meio, participou numa prova de atletismo. Orgulhosa, fiz questão de filmar o momento, porque ainda por cima, ele chegou em primeiro lugar. Querem saber? Fiquei com a sensação de ter perdido o momento. E o vídeo nem ficou nada de jeito, porque com a emoção, ficou todo desfocado. Nesse dia aprendi a lição! Nem levo mais o telefone comigo😉. Guardo uma muito melhor lembrança, das provas seguintes que ele não ganhou, mas às quais eu ASSISTI. Concordo plenamente com o seu texto. Grata pela partilha.🙏

Maravilha. É isso mesmo. Já tive essa reflexão com relação a minha filha mas cheguei a conclusão de que viver intensamente o momento e deixar ele explodir em mim absolutamente mais válido que qualquer fotografia, muito embora elas possam sim serem tiradas e vistas depois. Mas é possível sim equilibrar isso e eliminar qualquer sensação dessa falta. Muito boa essa reflexão. 👏🏿👏🏿👏🏿

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