Genchi Genbutsu e a ultramaratona
Estava passando o meu último feriado entre os estudos e os treinos de corrida para a ultramaratona que pretendo na próxima semana. Então, me deparei com um ensinamento valioso na aula de compliance e governança corporativa, que não poderia ser mais assertivo no momento em que veio.
Além de ser apaixonada por palavras novas, os termos em japonês para descrever, mais que algo corriqueiro, uma ideologia, um sentimento ou uma ação, são fascinantes, desde meditações guiadas até compilados da Harvard Business Review: eles estão lá.
Genchi Genbutsu significa algo como ir e ver, ou estar presente onde as coisas acontecem e se materializam. Este conceito está dentro da literatura sobre a Toyota e outras grandes empresas com liderança em foco.
O fato é, antes de aprender sobre esse conceito, fiz um último treino de 6km em subida com um colete cheio de água e suplementos para a corrida oficial, que tem previsão de 9 horas, também utilizei a roupa prevista e o trajeto mais próximo de uma pequena amostra do que vou enfrentar.
Gosto muito de aventura, e acredito que todo empreendedor tem no sangue o gosto pela novidade, pelo percurso cheio de altos e baixo, senão, ou estou sendo iludida pela minha mente ou esta pessoa está no lugar errado. De algum modo, também quero ter boas previsões, ter uma meta clara e conscientemente partir para o risco.
Recomendados pelo LinkedIn
Pense bem, será que a ideia de genchi genbutsu tem mais a ver com a possibilidade de melhoria e visão de oportunidades no ambiente com a experiência local que simplesmente ir e ver? Se assim for, a expressão também me remete ao treinamento, sim, a jornada (ou processo) é importante. A excelência operacional está em vislumbrar como melhorar, reduzir desperdícios, treinar fluxos e canalizar energia para aquilo que realmente importa.
Me lembro também que estar presente é sobre ter empatia com o acontecimento, é acreditar que a mudança é possível. Na vida, nos negócios ou investimentos, é sempre bom estar com os olhos disponíveis, ou melhor dispostos. Muitas vezes, aquilo que enxergamos é uma foto do que antes já se consolidou ou que no futuro pode ruir ou brilhar. Treinar é ter em mente que cada passo é uma conquista, que cada dia é uma oportunidade. Meu treino me mostrou como posso me desenvolver melhor no desafio, como posso calcular minha alimentação, minhas pausas e como meu corpo reage a cada estímulo.
Com isto, sugiro que você lidere sempre com atenção aos detalhes, e isso é ir e ver, é participar e muitas vezes vestir a pele de quem ainda não viu a solução ao invés de o problema. Devemos estar abertos ao controle emocional tanto em momentos de otimismo ou fases nem tão boas, por isso, treine sempre.
A ultramaratona na minha vida está para que o equilibro entre a parte agitada de empreender e a disciplina da visita constante para dentro se desenvolvam. Posso ver a resiliência da natureza, a paciência das longas distâncias (o longo prazo) e o desafio do treinamento. Recomendo o esforço, porque, como disse Mandela, "eu nunca perco, ou eu ganho, ou aprendo".