HOSTILIDADE MODERNA

Neste ano de 2023, eu viajei bem menos.

Mas confesso que em todas as vezes que precisei utilizar um aeroporto, seja nacional ou internacional, notei uma exagerada e não velada hostilidade frente ao público. Isso mesmo, grosseria e hostilidade traduzem o que eu senti e pude comprovar em 2023 por todos os lados.

Posso começar a listar minhas observações com a própria compra da passagem. Hoje existem websites modernos, todos muito complexos e com prazo extremamente limitado para que uma decisão de compra seja tomada. Não podemos mais realizar reservas. Tudo mudou. Neste caso, as cias aéreas estão mais agressivas e hostis.

Sem mencionar que precisamos pagar pelo envio de uma bagagem extra, pagar por um lugar melhor no avião com 4 centímetros extras de espaço para nossas pernas.  Lembrando que tentar utilizar milhas economizadas por anos se tornou algo do passado. Esqueça tentar usar as milhas, não irão conseguir. Neste caso as cias aéreas estão mais agressivas e hostis também. Aposto que lucraram bastante com as dezenas de “empresas-compradoras-e-vendedoras-de-milhas” enquanto elas estavam vivas. Miopia total.

Antes da pandemia, eu tinha vários cartões de milhagem e sempre conseguia uma certa prioridade de boarding e de check-in. Pandemia veio, se foi e muitas pessoas perderam este status e voltaram para o final da fila. Falta de sensibilidade das cias aéreas a meu ver. Por que não cuidar daquele passageiro costumeiro que retomou a prática de voar com frequência? Neste caso as cias administradoras de programas de milhagens estão mais agressivas e hostis.

O atendimento dos funcionários das linhas de raio-x das bagagens também se tornou mais frio e mais hostil. Por que não sorrir e tratar bem os passageiros durante os 30 segundos de interação? Fazer cara feia é parte do treinamento? Um pouco mais de cordialidade poderia, até mesmo, acelerar as filas, eu garanto.

Pode um único pão de queijo custar R$ 12,00? Pode uma garrafinha de água custar R$ 9,50? Pode um café custar RF$ 7,95? Nos aeroportos do Brasil é algo completamente normal, além de sermos muito mal atendidos. Acostume-se, é o preço. Neste caso as administradoras de aeroportos estão aplicando taxas de aluguel abusivas e, por consequência, as lanchonetes precisam repassar aos clientes. Todos perdem.

Notei também que os comissários de bordo seguem em “ritmo de atendimento anestesiado” onde pouco se preocupam com os passageiros.  Tudo mudou, não existe mais cordialidade. No lugar de carinho e educação entraram regras e procedimentos modernos de segurança. Neste caso a agressividade é um pouco mais velada, mas existe.

Em resumo, espero que este elevado nível de hostilidade seja notado por mais pessoas. Se mais pessoas reclamarem podemos ter mudanças no futuro deste serviço. Viajar faz bem para a alma e a viagem começa muito antes de entrarmos dentro do avião. Fica a dica.