Imperfeição X Autocompaixão

Imperfeição X Autocompaixão

Com frequência usamos a frase; “Errar é humano” para consolar algum amigo ou colega triste por ter cometido algum erro. Mas como você reage quando os erros são seus?

Em alguns momentos, parece que é mais fácil consolar um amigo, mas quando se trata das palavras direcionadas a nós mesmos, elas chegam a ser cruéis e tirânicas, dando voz a uma auto cobrança exagerada.

A atual necessidade de ser sempre produtivo, de estar sempre superando barreiras, de buscar o sucesso e o reconhecimento constantes, pode ajudar a moldar um padrão de pensamento e comportamento chamado: Padrões Inflexíveis e autocrítica exagerada.

Como identificar esse padrão?

Os padrões inflexíveis te levam a acreditar que o que você faz “não é bom o suficiente”, que sempre é possível ser melhor, que você “deveria ter se esforçado mais”!

É muito comum ainda a comparação com pessoas que são mais bem-sucedidas mostrando que “você é um fracasso”.

Com esse padrão de auto exigência, aumentam a frequência dos pensamentos de autocrítica e esses pensamentos vêm acompanhados de sentimentos e comportamentos. Os pensamentos críticos geralmente vêm para aumentar nosso padrão de exigência de realizações ou lidar com a vergonha, culpa e outras emoções.

Isso que nos faz entrar em um grande ciclo, pois a lente da crítica está sempre dizendo que “não está bom o suficiente”, que “o erro é inaceitável”, que “você não faz nada direito” e várias outras coisas.

Sempre que erramos, sentimos algo; pode ser culpa, tristeza, raiva, remorso; também nos sentimos mal com o erro. Algumas vezes somos compreensivos com o erro dos outros, mas com os nossos próprios erros somos intolerantes e até mesmo, implacáveis.

 Como lidar com isso?

Uma das formas de lidar com este peso é exercitar a autocompaixão. Segundo Kristin Neff, “a autocompaixão oferece a mesma proteção contra a dura autocrítica, mas sem a necessidade de nos vermos perfeitos”.

Para exercitar a autocompaixão é importante considerar três pontos principais: 

1. A bondade consigo mesmo: Trata-se de compreender a si mesmo e não julgar negativamente.

 2. O reconhecimento da humanidade compartilhada: Isto é, entender que todos passam por momentos difíceis e fracassam em vários pontos. Afinal de contas, errar é natural do ser humano. 

3. Atenção plena : Devemos sim, dar atenção para a nossa dor vivenciada, contudo, é importante lembrar que não devemos exagerá-la ou aumentá-la.

Quando nossas vozes internas, ou seja, os pensamentos que direcionamos a nós mesmos, se tornam gentis e compreensivos, ficamos muito mais preparados para nos reerguer, aprendendo novas experiências a partir do fracasso. 

Andressa Nunes - Psicóloga Cognitiva Comportamental

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