A importância de contar uma história da maneira correta
O ato de contar e ouvir histórias muitas vezes é associado somente a infância. Porém é justo afirmar que histórias não encantam somente as crianças. Lembremos das pinturas rupestres e podemos então afirmar que desde o começo da humanidade estamos contando e ouvindo histórias e com as mais variadas narrativas.
Uma história pode ser contada seja através de um livro que é lido para uma criança antes que ela durma, ou então por meio de um filme e também não podemos esquecer das peças de teatro, músicas e videoclipes, fotografias e vídeo games e etc.
Eu tenho uma experiência, bem recente até, que posso citar sobre esse tema. Faz algum tempo que venho acompanhando a novela bíblica “Jesus” na Rede Record e preciso aqui contar minha experiência com ela. Não! Eu não vou falar sobre religião aqui. Estou apenas falando no contexto de como a maneira de contar esta história me chamou atenção para alguns detalhes que tem me despertado interesse.
Quem é cristão sabe que existem alguns “sensos comuns” (acho que podemos chamar assim), onde alguns conceitos são pré estabelecidos na nossa mente, por mais que a própria bíblia diga ao contrário - e até os que já leram acabam deixando passar. Muitos acham que os reis magos visitaram Jesus recém nascido, na mesma noite em que o mesmo nasceu, assim como fizeram os pastores e também, muitos acreditam que Maria Madalena é a prostituta que lavou os pés de Jesus com as lágrimas e ungiu com o perfume, mas estes conceitos estão errados e mesmo já tendo lido a bíblia duas vezes de capa a capa só consegui perceber isto assistindo a história ao invés de lê-la.
Outro ponto interessante é que em uma novela não se conta somente a história do protagonista, que neste caso é Jesus, ela mostra todo contexto cultural, social, visual e a própria vida de personagens que aparecem somente pontualmente na história de Jesus. Por exemplo: a prostituta que ungiu os pés de Jesus tem sua história retratada desde os primeiros capítulos, fazendo com que, quando a cena da passagem bíblica acontece de fato, tenha uma carga emocional muito mais significativa para o telespectador.
Enfim, meu objetivo aqui não é religioso, mas sim falar que a forma que esta história está sendo retratada está me impactando. E então eu consigo refletir que saber contar uma boa história não é o suficiente para transmitir uma mensagem ou conceito para qual seja o seu público alvo. Podemos afirmar que a maneira que contamos uma história é até mais importante do que a própria história de fato.
Reflita comigo! Você com certeza se lembra de algum comercial de Natal, e também dos livros e filmes da saga Harry Potter, e da música “Eduardo e Mônica” da Legião Urbana e porque não de algum ou alguns dos diversos meios de transmídia que a Marvel decidiu contar suas histórias de super-heróis? Todas estas histórias foram magnificamente retratadas de maneira que impactou multidões arrancando risos e até lágrimas de todos.
Mas Eduardo, você tem falado e falado sobre a importância de contar histórias da maneira correta, mas como de fato fazemos isso?
Bom, eu cresci rodeado de HQs e sempre fui fascinado por este mundo de quadrinhos, filmes e séries e hoje não podemos negar, que tudo isto faz muito sucesso e uma máquina de fazer dinheiro para as marcas. E este repertório posso afirmar que diversas marcas como a Disney e até a Marvel Studios possuem uma fórmula pronta para contar suas histórias e entendendo a importância de uma boa história, a Pixar nos deu, faz algum tempo já, 22 dicas de contar uma história de impacto e como não é todo mundo que as conhece, separei um vídeo publicado pelo pessoal do Omelete TV que explica estes conceito de storytelling.
Pense em alguma história que você goste muito. Consegue encaixá-la nessas “regras”? Eu consigo pensar em várias que seguem a risca estes conceitos.
Seja você um publicitário, médico, telefonista ou até mesmo criança. Um famoso escritor italiano, chamado Umberto Eco, tem uma conselho valioso para você:
“Para sobreviver, tens que contar histórias.”
Contar histórias pode mudar um mundo inteiro. - eu sei que essa frase parece muito clichê, mas o clichê só é clichê porque deu muito certo não é mesmo?