Isto é o  que aprendi com o livro “Antifrágil”

Isto é o que aprendi com o livro “Antifrágil”

“Algumas coisas se beneficiam com os impactos; elas prosperam e crescem quando são expostas à volatilidade, à aleatoriedade, à desordem e ao estresse, e adoram a aventura, o risco e a incerteza. Contudo, apesar da ubiquidade do fenômeno, não existe uma palavra para nomear o oposto exato de frágil. Vamos chamá-lo de antifrágil. A antifragilidade está além da resiliência ou da robustez. O resiliente resiste às colisões e permanece igual; o antifrágil fica cada vez melhor.” 

Esse é um dos primeiros trechos que abrem o livro “Antifrágil - Coisas que se beneficiam com o caos”, do autor @Nassim Nicholas Taleb. O  título dessa obra por si só já é bem explicativo, mas seguem alguns pontos que valem ser ressaltados para pensarmos um pouco sobre.

Embarcando no livro

Além de introduzir o conceito de antifragilidade, descrito como sistemas que realmente melhoram ou se fortalecem quando expostos a choques, volatilidade, falhas, erros, desordem e incertezas, ao invés de simplesmente resistir a eles. Taleb também traz a tríade: Fragilidade - Robustez - Antifragilidade.

  • Fragilidade: algo que quebra ou se prejudica quando exposto a estresse ou incerteza. É vulnerável a mudanças e pode se deteriorar facilmente.
  • Robustez: algo que é capaz de resistir ao estresse ou choques sem se quebrar, mantendo sua estrutura e desempenho, mas não necessariamente melhorando com eles.
  • Antifragilidade: algo que não só resiste ao estresse, mas também se beneficia e melhora com a exposição a choques e incertezas, tornando-se mais forte e adaptável.

A variação, por exemplo, também atua como um mecanismo antifragilidade. Incêndios florestais de pequena escala limpam periodicamente o sistema dos materiais mais inflamáveis, evitando o acúmulo. Prevenir sistematicamente os incêndios florestais para garantir segurança acaba agravando os incêndios de grande magnitude. 

Contudo, um método mais passivo pode proporcionar resultados expressivos. A procrastinação atua como um mecanismo de defesa inato, permitindo que as situações se resolvam por si mesmas, demonstrando a sua antifragilidade. Isso reflete uma sabedoria oriunda da natureza ou ecologia, e não precisa ser vista necessariamente como algo negativo.

Esses conceitos têm implicações importantes no campo dos negócios e da tomada de decisões. Por exemplo, Taleb cita um caso muito interessante que tem como pano de fundo a “Falácia da Madeira Verde”. Ele conta sobre Jim Paul (que escreveu o livro “What I Learned Losing a Million Dollars”), que era um trader de sucesso e, que após uma série de vitórias, começou a acreditar que poderia prever e controlar o mercado financeiro. Ele caiu na armadilha da falácia da "madeira verde", acreditando que suas vitórias anteriores eram garantias de sucesso contínuo. No entanto, Jim Paul sofreu uma grande perda financeira inesperada, o que o levou a perder uma grande quantidade de dinheiro.

Essa história ilustra como a falácia da "madeira verde" pode afetar as decisões financeiras e de risco de uma pessoa. A falácia da "madeira verde" é quando alguém tira conclusões precipitadas ou generalizações com base em exemplos passados limitados, ignorando a incerteza e os riscos futuros.

No caso de Jim Paul, ele acreditou que sua série de vitórias passadas garantiria sucesso futuro, ignorando os riscos e as possibilidades de eventos extremos. Isso demonstra a importância de ser antifrágil e entender que eventos imprevisíveis podem ocorrer, mesmo após uma série de sucessos aparentes.

Em resumo, o conceito de antifragilidade introduz uma nova perspectiva sobre como lidar com incertezas e riscos. Em vez de tentar prever o futuro, devemos nos posicionar de forma a aproveitar as opções e nos beneficiar das assimetrias favoráveis. A antifragilidade oferece uma abordagem alternativa para tomada de decisões, investimentos e gestão de riscos.

Essas e outras iniciativas são abordadas e de todas elas podem extrair um aprendizado.

10 lições aprendidas com “Antifrágil”

  • Redundância: ter capacidade ociosa ou uma margem de segurança para lidar com imprevistos e aproveitar oportunidades inesperadas;

  • Descentralização: distribuir recursos e responsabilidades para evitar pontos únicos de falha e aumentar a resiliência (já ouviram falar dos ovos e da cesta? 😉);

  • Colocar a cara a tapa: assumir riscos pessoais e responsabilidade pelas decisões tomadas na gestão de negócios;

  • Via negativa: buscar o sucesso reduzindo as desvantagens (um dos pontos centrais para se buscar a Antifragilidade) em vez de apenas maximizar as vantagens;

  • Eventos Cisne Negro: aproveitar os eventos imprevisíveis e extremos para se posicionar de forma favorável;

  • Aleatoriedade e caos: aceitar e explorar a aleatoriedade inerente aos mercados empresariais;

  • Evolução e adaptabilidade: se adaptar e evoluir para se manter competitivo em um ambiente de negócios em constante mudança.

  • Complexidade: compreender e aproveitar a complexidade dos mercados empresariais.

  • Fractais: identificar padrões repetitivos (dados, dados e mais dados!) para tomar decisões realmente embasadas;

  • Fragilidade vs. Antifragilidade: além de serem opostos, a fragilidade não só não se adapta ao caos como também piora e se deteriora com ele.

Como podem ver, a antifragilidade oferece uma abordagem poderosa para a gestão dos negócios em geral. Em vez de tentar prever e controlar o mercado (coisa que muitos buscam de forma incessante), que tal abraçarmos a imprevisibilidade e buscar oportunidades?

Por isso, a antifragilidade exige uma mudança de mentalidade e um treino diário, vendo o risco como uma oportunidade e se adaptando às circunstâncias em constante mudança. Não creio que deva ser uma regra a ser seguida em 100% do tempo, porém, sem dúvidas, incorporá-la em nossa rotina nos trará muitos ganhos!

E você já leu também o livro? Concorda com os pontos acima e/ou adicionaria outros que julga importantes?

Se você não leu ainda segue o link do livro

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