Liderança e as mudanças na Estrutura Organizacional

Liderança e as mudanças na Estrutura Organizacional

Artigo: Liderança e as mudanças na Estrutura Organizacional - Parte do PFCC - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br

O mundo corporativo está cada vez mais dinâmico, requer muita agilidade no processo decisório, clareza na comunicação para que alcancem os seus objetivos, e esta é a nova realidade os líderes precisam se adaptar.

Em cenários anteriores usualmente as organizações seguiam um modelo clássico de estrutura organizacional com posições como CEO, CFO, COO, CIO e posições de presidência e vice-presidente por departamentos, porém com as novas necessidades, demandas muito específicas hoje temos posições que exigem multifuncionalidades, visão estratégicas, escopo de inovação e transformação demandando altíssima capacidade de adaptação.

E neste cenário de extrema incerteza uma das características chave certamente é adaptabilidade das lideranças em se reposicionarem em suas funções e atribuições, como também a agilidade das organizações em antever as necessidades de mudanças na estrutura organizacional para que a organização tenha maior probabilidade de sucesso e consequente alcance de seus objetivos e resultados, como também para a continuidade da empresa em meio a um ambiente global de incerteza.

Sendo muito comum um profissional C-level atuar em um ano em uma determinada função e já no ano seguinte estar atuando em outra as vezes correlata ou até totalmente antagônica a posição anterior, mas que exigem habilidades e multifuncionalidade deste líder.

Temos como exemplos posições voltadas a escopos específicos e até a fase que organização se encontra. As empresas podem ter lideranças C-Level com atribuições exclusivas em: tecnologia (CTO), inovação (CTIO), transformação (CTO), compliance (CCO), experiência (CXO), dados (CDO), diversidade (CDO), sustentabilidade (CSO), conhecimento (CKO) entre outras que demandem da liderança conhecimento específico com a respectiva senioridade.

E neste cenário de mudança temos também impacto nas demandas do conselho, que anteriormente o papel principal era muito voltados para as áreas de estratégia e negócios, porém visto a necessidade de ter alta capacidade de adaptação, o conselho também pode ser ator principal nas relações sociais, de gestão de pessoas e no comportamento humano interagindo de forma estratégica com o CEO e toda estrutura de liderança, inclusive com estas novas estruturas C-level que pode variar de acordo com nível de maturidade de organização para organização.

A Liderança como fator de motivação, engajamento e retenção de talentos

Conforme abordamos com o dinamismo atual e respectiva necessidade multifuncionalidade que requer da liderança adaptabilidade se aplica também aos liderados, ficando mais crítico a responsabilidade e papel da liderança em estimular e desenvolver os liderados.

Promover a atração e retenção de talentos sempre foi um grande desafio para a liderança e recursos humanos, mas torna ainda mais desafiador em um ambiente de extrema incerteza e mudanças organizacionais. O aspecto emocional desencadeado pela pandemia COVID-19 propiciou uma mudança significativa nas empresas quanto equilíbrio das relações e conexões na organização e no ambiente familiar, teve-se um reforço nos vínculos familiares devido maior tempo com a família mesmo trabalhando em casa, colocando em xeque o balanceamento do aspecto pessoal com o profissional, pois da mesma forma que houve aumento das conexões familiares houve também distanciamento dos líderes e seus colaboradores, tornando uma grande preocupação e desafio nos tempos atuais.

Em linha com as modificações de estrutura organizacional e de pensamento (mindset changing), o estilo de liderança também teve adequação e adaptação para atender as mudanças atuais. Sendo fundamental repensar os aspectos da gestão de pessoas e cultura organizacional, equilibrando o lado profissional com o lado pessoal, e tendo a valorização da jornada de trabalho flexível e valorização da qualidade de vida de todas as pessoas na organização como umas das soluções para estes desafios do presente.

Cabe ao líder estar sempre próximo dos liderados, promover engajamento, motivação e trabalho em equipe. O contínuo desenvolvimento seja através de treinamento, orientação e até mentoria também são fatores importantíssimos para atração e principalmente retenção dos colaboradores. Soma-se aos aspectos mencionados como fatores emocionais e estímulo do engajamento, outros fatores como comunicação clara e transparente, meritocracia e respectivo reconhecimento.

O Papel do Líder e a integração com o Conselho

A participação do Conselho é estratégica e normalmente o Conselho tem uma recomendação a cada reunião de Conselho:

O líder é o modelo a ser seguido, através da figura do líder tem-se reflexo na organização de aspectos como valores e integridade tendo forte influência na cultura organizacional com estilos de liderança que servem de base para alcance dos resultados. Por outro lado, o CEO, seja o dono ou executivo é o líder  que tem o papel de direcionar a organização mantendo a equipe engajada e motivada através das boas práticas de governança corporativa. E fatores como integridade, visão, transparência, paixão, carisma, criatividade, julgamento, comunicação e conhecimento são características do líder que é modelo e educador na empresa.

O CEO em relação ao conselho deve estar aberto e ser transparente, sendo objetivo e suscinto em suas análises e proposições para serem entendidas pelo conselho. Deve escutar o conselho, e se necessário contra-argumentar com lógica e ponderação, e sempre buscar apoio do conselho, ter o conselho como parceiro. Em contrapartida o conselho tem que manter o bom relacionamento com o CEO e diretoria buscando na harmonia o bom, aplicar as boas práticas da governança e avaliar a liderança com base nas abordagens e posturas esperadas do CEO para a organização.

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