Mercado volta à atividade com NY e dados
Nova York volta do feriado e resgata liquidez dos mercados, que seguem atentos aos riscos @Imagelab

Mercado volta à atividade com NY e dados

Por Olívia Bulla 白维娅

As bolsas de Nova York voltam do fim de semana prolongado nesta terça-feira (5) e também das férias de verão (no hemisfério norte), o que tende a devolver a liquidez aos mercados globais. Ontem, o Ibovespa teve um pregão esvaziado, com a incerteza fiscal seguindo no foco dos investidores

Hoje, dados de atividade recheiam a agenda econômica, inclusive aqui no Brasil (9h). Após a surpresa positiva com o desempenho da indústria no trimestre passado, os dados de julho já devem apontar para uma desaceleração. Mas a bateria do dia começou na China, onde o índice dos gerentes de compras (PMI) do setor de serviços medido pelo Caixin caiu a 51,8 em agosto, de 54,1, porém seguiu em território de expansão. 

Ainda assim, os números acrescentam provas de que a recuperação econômica chinesa está perdendo força. Na zona do euro, o índice PMI composto caiu a 46,7 no mês passado, abaixo do esperado, ficando em terreno de contração pelo terceiro mês seguido e nos níveis mais baixos em quase três anos, o que sugere que a região pode voltar à recessão na segunda metade deste ano. 

Tratam-se de dois dos quatros ursos do mercado financeiro previstos pelo Rabobank, sendo o terceiro os Estados Unidos. Afinal, por mais que os mercados estejam convictos de que o Federal Reserve irá pular o aperto dos juros neste mês, nem todos estão convencidos quanto a um “pouso suave” da economia norte-americana até a virada para o próximo ano. 

Ainda que os indicadores dos EUA apontem para um crescimento moderado e um mercado de trabalho resiliente, há o risco de piora rápida e acentuada desses números após alcançar um ponto de inflexão. Até porque, em algum momento, a narrativa dos juros mais altos por mais tempo (higher for longer) terá impacto na economia real (e nos mercados). 

E o Brasil com isso?

E isso vale, inclusive, para o Brasil. Com a taxa dos Fed Funds nos EUA sendo mantida em nível elevado até o fim do ano - ou mais - e diante da inquietação do mercado com a questão fiscal, com a cena política em foco, o prêmio de risco local tende a subir. 

Ainda mais com o Comitê de Política Monetária (Copom) devendo promover um novo corte de 0,50 ponto porcentual (pp) na taxa Selic em setembro, horas após o anúncio da decisão do Fed. Ou seja, os ativos domésticos tendem a perder atratividade, ao oferecer menos ganhos com o diferencial dos juros, o que deve manter o dólar colado à marca de R$ 5,00.

Aliás, a saída dos investidores estrangeiros da bolsa brasileira em agosto evidenciou a perda de apetite pelo risco local, com os gringos promovendo o maior saque mensal no mercado secundário da renda variável nacional desde o início da pandemia (leia mais abaixo). É preciso, então, ter cuidado com o quarto urso, que pode surgir “do nada”... 

Pílulas do Dia 💊

Gringos vendem como nunca: Investidores estrangeiros vendem R$ 13,2 bi em ações em agosto, no maior saque desde o início da pandemia. Saiba mais.

FIIs: 20 fundos imobiliários para apostar em setembro, mês que promete nova queda da Selic, segundo o BTG. Confira

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h30:

EUA/Futuros: Dow Jones -0,05%; S&P 500 -0,13% e Nasdaq -0,24%;

NY: Ibovespa em dólar (EWZ) -0,76% no pré-mercado; ADRs da Vale -0,93%; ADRs da Petrobras -0,83%;

Europa: Stoxx 600 -0,22%; Frankfurt -0,26%; Paris -0,45%; Londres +0,04%;

Ásia/Fechamento: Nikkei 255 +0,30%; Xangai -0,71%;

Câmbio: DXY +0,37%, 104.62 pontos; euro -0,44%, a US$ 1,0749; libra -0,51%, a US$ 1,2563; dólar +0,52% ante o iene, a 147,25 ienes;

Treasuries: rendimento da T-note de dez anos em 4,219%, de 4,186% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,912%, de 4,870% mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro -0,50%, a US$ 1.957,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI -0,39%, a US$ 85,20 o barril; o do petróleo Brent -0,76%, a US$ 88,32 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (janeiro/24) fechou em alta de 0,12% em Dalian (China), a 852,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes. 

Quer saber mais?

Clique aqui e leia a Bula do Mercado.

Vânia Domurath

IT Business Partner, Administradora, Ageless, Geek 🧠

1 a

Excelente post, Olívia Bulla 白维娅! Ontem mesmo falei que adoro seus posts sobre mercado financeiro e hoje sou presenteada com um post novo. Você faz a diferença por aqui 😊🙏🏻

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