Mercados despencam com quedas das principais commodities mundiais

As bolsas internacionais recuam devido à queda das commodities, enquanto os rendimentos dos Treasuries se estabilizam após preocupações sobre a economia dos EUA. Os mercados aguardam o relatório de emprego na sexta-feira e podem reagir hoje a novos dados nos EUA, como o JOLTS, os pedidos às fábricas e os de bens duráveis. Em Wall Street, os índices futuros de Nova York operam em baixa nesta terça-feira, após o desempenho misto de ontem. Hoje, os traders aguardam dados de vagas de empregos e encomendas à indústria dos Estados Unidos.

As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta terça-feira, pressionadas pelas ações de petrolíferas, enquanto os investidores aguardam cautelosamente a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) desta semana. Um sentimento de aversão ao risco se intensifica na Europa antes do anúncio de política monetária do BCE, previsto para quinta-feira (06). Espera-se amplamente que o BCE reduza os juros básicos da zona do euro em 25 pontos-base, embora incertezas tenham surgido quanto a novas reduções, após a aceleração da inflação no bloco em maio.

Na Ásia, os principais índices de ações encerraram o dia sem direção única. Os índices chineses e o Hang Seng de Hong Kong registraram ganhos, impulsionados principalmente pelas ações do setor imobiliário. Segundo o banco suíço UBS, após uma série de medidas de estímulo, espera-se uma estabilização nas vendas de imóveis na China nos próximos dois trimestres. Em outras partes da Ásia, o índice japonês Nikkei caiu 0,2%, pressionado por ações dos setores financeiro e de energia.

No mercado cambial, o dólar avança ante o euro e a libra, mas perde terreno frente ao iene. Em relação às divisas emergentes, o sinal é majoritariamente positivo. Os rendimentos dos Treasuries operam em leve baixa, ampliando as perdas das três últimas sessões, após uma série de dados recentes apoiarem expectativas de que o Fed poderá começar a reduzir seus juros básicos em setembro.

O euro está atualmente cotado a $1,089, próximo de uma alta de dez semanas, à medida que crescem as expectativas de uma maior convergência na política monetária entre os EUA e a Europa. Espera-se que o BCE anuncie um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na quinta-feira, juntamente com previsões trimestrais. Os mercados preveem dois cortes de juros este ano, após um aumento surpreendente na inflação núcleo da zona do euro em maio. Nos EUA, os dados econômicos sugerem que a economia está se tornando mais suscetível às taxas de juros mais altas, reforçando o argumento para múltiplos cortes de taxas pelo Fed este ano.

Os preços dos carregamentos de minério de ferro com 62% de teor de ferro caíram para $110 por tonelada em junho, após terem se mantido próximos de $117 desde o início de maio, em meio a crescentes expectativas de baixa demanda por metais ferrosos no principal consumidor, a China. As medidas históricas de Pequim para sustentar seu mercado imobiliário têm se concentrado em desestocar os elevados níveis de habitações vazias, interrompendo a queda de preços que impediu os consumidores chineses de comprar imóveis. Isso contrariou as esperanças de que o governo chinês apoiaria desenvolvedores imobiliários em dificuldades, parte essencial da economia chinesa e um dos maiores consumidores mundiais de metais ferrosos, limitando as perspectivas de atividade de construção e desencadeando forte pressão de venda nos contratos de aço e minério de ferro. A pressão baixista também foi intensificada pelas ameaças de tarifas mais altas de governos estrangeiros contra o dumping de aço das siderúrgicas chinesas, cortando uma importante fonte de demanda para os fabricantes.

No setor energético, os contratos futuros de petróleo operam em baixa de mais de 2% na sessão de hoje, ampliando as robustas perdas registradas ontem e atingindo os menores níveis em quatro meses. Esse movimento indica que a recente decisão da Opep+ sobre a política de produção, anunciada no fim de semana, decepcionou os mercados. O retorno gradual de 2,2 milhões de barris diários de oferta de petróleo entre outubro de 2024 e setembro de 2025 gera o risco de um excesso de oferta no próximo ano.

Agenda Brasil

09:00 – Brasil – PIB T/T (1T); Proj: 0,7% (Anterior: 0,0%)

09:00 – Brasil – PIB A/A (1T); Proj: 2,3% (Anterior: 2,1%)

11:30 – Brasil – Leilão de NTN-B e LFT

Agenda Internacional

04:55 – Alemanha – Taxa de seguro-desemprego SA (Mai); Proj: 5,9% (Anterior: 5,9%)

11:00 – EUA – Ofertas de emprego JOLTS (Abr); Proj: 8.350k (Anterior: 8.488k)

11:00 – EUA – Pedidos de bens duráveis (Abr F); Proj: 0,7% (Anterior: 0,7%)

21:30 – Japão – PMI Composite Jibun Bank Japão (Mai F) – (Anterior: 52,4)

21:30 – Japão – PMI Serviços Jibun Bank Japão (Mai F) – (Anterior: 53,6)

22:45 – China – Caixin China PMI Composto (Mai) – (Anterior: 52,8)

22:45 – China – Caixin China PMI Serviços (Mai); Proj: 52,5 (Anterior: 52,5)