METODOLOGIA PARA CONTROLE DE QUALIDADE DE MINÉRIO E DESTINAÇÃO DO MATERIAL DETONADO  PARA ALIMENTAÇÃO DA USINA

METODOLOGIA PARA CONTROLE DE QUALIDADE DE MINÉRIO E DESTINAÇÃO DO MATERIAL DETONADO PARA ALIMENTAÇÃO DA USINA

                         CONTROLE DE QUALIDADE

 METODOLOGIA PARA CONTROLE DE QUALIDADE DE MINÉRIO E DESTINAÇÃO DO MATERIAL DETONADO  PARA ALIMENTAÇÃO DA USIN|A 

O mercado mundial de bens minerais vive um momento de extraordinário crescimento. A atratividade dos preços das commodities e a expansão da economia de diversos países emergentes redundaram em forte aporte de investimentos na indústria de mineração. Observa-se a aplicação de investimentos voltados à exploração mineral na busca de novos depósitos minerais e em projetos de empreendimentos mineiros produtivos, em vários países, entre eles o Brasil, que passa por momentos, ora de baixa, ora de altos investimentos. Os grandes produtores de bens minerais como Estados Unidos, Canadá, Austrália, China, Brasil, Rússia, Índia, Chile e África do Sul, são os maiores beneficiados por essa expansão, sendo que em longo prazo essa tendência deve persistir. A mineração no exterior, de um modo geral, foi desenvolvida de forma mais homogênea que no Brasil, ocorrendo uma transição entre os métodos manuais, semimecanizados e mecanizados de lavra, com a introdução paulatina das novas tecnologias. Nessa transição, foram desenvolvidos os diferentes métodos de lavra a céu aberto e em subsolo que hoje determinam as operações e os equipamentos que integram as principais atividades de lavra, incluindo as operações de limpeza, preparação, perfuração, desmonte, carregamento e transporte do minério. Novas tecnologias de avaliação de reservas e planejamento de lavra foram desenvolvidas a partir do advento da computação.

A teoria geoestatística passou a ser reconhecida como atributo primordial na avaliação de recursos e reservas. Diversos softwares de planejamento de lavra e avaliação de depósitos incorporam a geoestatística e algoritmos, que facilitam e melhoram o desenho das cavas, além da visualização em três dimensões, que tornou mais fácil o planejamento e a compreensão do comportamento dos depósitos minerais. No entanto, em muitos casos, estas tecnologias não estão ao alcance de pequenas e médias empresas mineradoras, às vezes por questões financeiras, outras vezes por falta de conhecimento técnico.

Não só a conscientização ambiental e os órgãos de fiscalização, mas também os investidores exigem das empresas mineradoras cada vez mais exatidão nos seus métodos e controle de  processos. Na maioria dos casos, a maior ou menor lucratividade está relacionada com pequenos detalhes, seja nas operações de lavra ou nas de beneficiamento. Neste sentido, uma das questões principais é determinar com maior precisão, a qualidade do material que está sendo enviado para o beneficiamento, bem como daquele que está sendo depositado nas pilhas de estéril, fatores que colaboram diretamente nas questões ambientais e na diminuição dos custos de produção e, consequentemente, aumento da lucratividade, ocorre que, em diversas situações, visualmente não há como corretamente definir blocos como minério ou estéril e esta incorreta destinação provoca perdas econômicas e ambientais. Desta forma, o uso de metodologias e/ou tecnologias, poderá facilitar a tomada de decisões com relação ao aumento de produtividade, porém, à medida que forem realizados novos estudos possivelmente se evidenciarão a necessidade da introdução de uma  metodologia customizada para operação atual .                          

             CONTROLE DE PROCESSO                   

   AMOSTRAGEM E RASTREABILIDADE

A amostragem é um processo importantíssimo para vários tipos de atividades na indústria mineral , porém como é de nosso costume, aqui vamos tratar sobre a amostragem  na mineração de cobre .

A importância da qualidade no   trabalho de rastreabilidade e controle de processo para facilitar o nosso trabalho e quais são os impactos que trazemos para o processo como um todo desde a modelagem do corpo mineralizado até a alimentação da usina e o produto final expedido  . A amostragem é um excelente exemplo desse controle de processo  e conseguimos aprender mais com a oportunidade que temos com a base de dados que operamos e o resultado do nosso esforço  

A importância da amostragem é ressaltada, principalmente, quando entram em jogo a avaliação de depósitos minerais, o controle de processos em laboratório , a recuperação em massa da usina, e a comercialização de produtos final .

“Uma amostragem mal conduzida pode resultar em prejuízos vultosos ou em distorções dos resultados, de consequências técnicas imprevisíveis.”

 Conceitos:

  • Amostra: é uma quantidade representativa do universo que se deseja amostrar. O método de retirada da amostra deve garantir que ela seja representativa desse universo, no que diz respeito ao(s) parâmetro(s) de interesse. Normalmente uma amostra deve ser composta pelo maior número possível de incrementos. Sua extração deve ser equiprobabilística. Ou seja representar o lote amostrado estatisticamente
  • Amostragem: consiste na retirada de quantidades moduladas de material (incrementos) de um todo que se deseja amostrar, para a composição da amostra primária ou global, de tal forma que essa seja representativa do todo amostrado.
  • Incremento: grupo de fragmentos extraídos de uma grande quantidade em um único dispositivo de amostragem. Um amostra é muitas vezes a reunião de vários incrementos e parâmetros do corpo amostrado .
  • Lote: quantidade finita de um determinado material separada para uma utilização específica.

A amostragem consiste na coleta de material  em uma mina  seja ela a céu aberto ou subterrânea , visando a correta descrição pelos técnicos de controle de processo , engenheiros ,  Geólogos e posterior envio destes materiais em volume embalados em saco plásticos identificados com  amostras primarias   para quarteamento, homogeneização e análise do laboratório, lá serão criadas amostras e consequentemente lotes, obtendo assim informações detalhadas sobre a área de interesse.

Assim, a ideia central da amostragem é ter controle sobre a operação da mina , garantir a alimentação da usina para obter a recuperaobter informações sobre o todo analisando apenas uma parte.

Alguns passos: Metodologia e procedimento

  • Planejamento;
  • Coleta;
  • Quarteamento, homogeneização e análises;

1. No planejamento de amostragem, algumas situações devem ser observadas para uma maior eficiência, são elas:

  • Quais técnicas serão utilizadas;
  • Quais equipamentos serão usados;
  • Volume da amostra global;
  • Pontos de amostragem de incrementos para elaboração da amostra global;
  • Peso/massa da amostra final;

2. Coleta

A coleta de incrementos para elaboração da amostra primária deve seguir os passos preestabelecidos na etapa de planejamento. Deve ser questionado:

  • Qual o intervalo de amostragem de incrementos?
  • Qual a quantidade de incrementos?
  • Já deverão estar respondidas na etapa de planejamento, tornando eficiente a coletas dos incrementos.

3. Quarteamento, homogeneização e análises

Com a amostra global coletada, o próximo passo será homogeneizá-la para obtenção da amostra final através do quarteamento.

Quarteamento é uma técnica que visa à redução de massa das amostras – divisão da amostra global em alíquotas com massa menor, para obtenção da amostra final de acordo com o planejamento inicial.

 Os métodos de quarteamento dividem em vários tipos, desde manuais a mecânicos (pilha cônica, pilha longitudinal e quarteadores), o tamanho/peso da amostra global ou primária irá influenciar no método de quarteamento.

 Porém durante esses processos podem ocorrer alguns erros. Sendo eles:

1. Erros de amostragem

  • Erro de ponderação: resultante da não uniformidade da densidade ou da vazão do material amostrado;
  • Erro de integração: resultante do grau de heterogeneidade de distribuição do material amostrado;
  • Erro de periodicidade: resultante de variações periódicas da qualidade do material amostrado;
  • Erro fundamental: resultante da heterogeneidade do material amostrado. Depende fundamentalmente da massa da amostra e, em menor instância, do material amostrado. É o erro que se comete quando a amostragem é realizada em condições ideais;
  • Erro de segregação: resultante da heterogeneidade de distribuição localizada do material amostrado;
  • Erro de delimitação: resultante da configuração incorreta da delimitação da dimensão dos incrementos;
  • Erro de extração: resultante da extração efetiva dos incrementos.

2. Erros na preparação

  • Perda de partículas pertencentes à amostra;
  • Contaminação da amostra por material estranho;
  • Alteração do parâmetro de interesse a ser medido na amostra final;
  • Erros não intencionais do operador (como a mistura de subamostras provenientes de diferentes amostras);
  • Alteração intencional do parâmetro de interesse a ser medido na amostra final.

A escolha do sistema de amostragem baseia-se em vários fatores como: tamanho das partículas, umidade, massa específica entre outros.

Mesmo que todos os cuidados ao realizar a amostragem sejam tomados, sabemos que quando se trata de Geologia é complicado falar em homogeneidade. Um depósito é heterogêneo e para isso deve haver um plano de amostragem adequado e procedimentos a serem seguidos.

No início deste texto, falamos sobre como uma amostragem efetuada de forma errada pode impactar em um empreendimento minerário, talvez agora possamos ter um melhor entendimento do que isso significa.

A amostragem é o início de várias etapas, através dela serão obtidos os resultados que podem conduzir ao investimento em um depósito ou até mesmo ao fechamento de uma mina. Através dela teremos resultados de teor e ao erro fundamental de cada depósito, a partir destes dados serão feitos procedimentos de QAQC, serão criados modelos geológicos e assim poderão ser estudados os melhores métodos para o planejamento de lavra, por exemplo.

Este é um assunto muito complexo e aqui abordamos de forma breve e objetiva.

 CONSIDERAÇÕES

Os grupos de amostras do deposito do Osmar passou por estudos metalúrgicos  preliminares, realizados na Base Metallurgical Laboratories Ltd ( Basemet ) em Kamloops , BC ( Projecto nNo. BLO247). Os testes incluíram  mineralogia , comunuição , concentração gravimétrica  , e flotação  rougher , Cleanear .

O objetivo do programa foi desenvolver um fluxograma de recuperação metalúrgica  preliminar para uma produção de concentrado de cobre comercializável . Foram feitos três agrupamentos de amostras , representando as zonas mineralizadas de Óxidos , Transição e de Sulfetos . Os testes possibilitaram a criação de um fluxograma com inclusão de concentração gravimétrica para remover o cobre nativo seguido de uma flotação rougher

A rota por gravimetria e a flotação rougher produziu resultados aceitáveis tanto para os grupos de sulfetos , quanto para os grupos de transição .

Blends da transição com sulfetos e Óxido com sulfetos produziram resultados próximos das recuperações calculadas O material oxidado usando a rota gravimetria e flotação não produziu um concentrado comercializável

A mineralogia  verificou que o cobre é ligado a materiais argilosos e a flotação não é uma opção eficiente . Por este motivo trabalhos adicionais serão exigidos para determinar uma rota de processo para recuperação metálica do minério oxidado. 

Vamos em frente !

WJN

Parabéns pelo material e foco na amostragem! Trabalhei com perfuração por muitos anos e sei muito bem quando um minerador se esquece de fazer a caracterização tecnológica das rochas da jazida e depois se surpreende com os resultados operacionais abaixo do esperado na lavra e beneficiamento. E no cobre, isso é fatal!

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