Mudam-se os tempos, transformam-se as lideranças

Mudam-se os tempos, transformam-se as lideranças

Os tempos que atravessamos são de transição: alguns de nós estão de volta às rotinas pré-pandemia e, depois de deixarem as crianças na escola, atravessam a cidade para irem até ao escritório; outros continuam a poder tomar o café na sua secretária, ao lado do sofá da sala, e fazem das reuniões remotas uma realidade de todos os dias.

Nesta lógica do trabalho à distância, há ainda quem decida pôr a mochila às costas e, fazendo bom uso da tecnologia, opte por estar do outro lado do mundo. Por fim, há o caso daqueles que consideram que o sistema híbrido é o mais produtivo e vão alternando as idas ao escritório, uma ou duas vezes por semana, com as tarefas feitas a partir de casa.

Tempos de transição exigem capacidade de adaptação: os líderes devem estar cada vez mais atentos às suas equipas. É importante que um líder pergunte às pessoas com quem colabora todos os dias se consideram que o método de trabalho está a funcionar, se a comunicação dentro da organização está a fluir bem e se os procedimentos implementadas dão resposta às necessidades.

Estes novos tempos exigem uma liderança mais humana, mais próxima, sensível aos problemas reais. Foram suprimidas as idas ao café e as “pausas para cigarro” – momentos onde por excelência se conversa e se estabelecem laços. Houve inevitavelmente uma reorganização das empresas que tem de ser acompanhada por uma evolução daqueles que as dirigem. Mudam-se os tempos, transformam-se as lideranças.

E como influenciar positivamente e motivar outros? Quando penso em pessoas influentes, aquelas que têm uma vontade inabalável de deixar a sua marca no mundo, encontro nelas uma característica: a vontade de ouvir. São pessoas que dedicam o seu tempo a escutar, a sentir o outro, não se pondo em destaque a qualquer custo na conversa. Podemos cair na tentação de achar que a capacidade de influência se mede pela quantidade de vezes que falamos, mas não é verdade. É quando ouvimos que recolhemos a informação necessária para este processo, percebendo as motivações das pessoas que desejamos influenciar. Para que as suas conversas sejam cada vez mais produtivas e eficazes, deixo-lhe algumas técnicas ligadas a esta capacidade:

  1. Faça a sua interpretação do que está a ser dito: quando alguém fala consigo, é importante colocar o que está a ser dito em contexto. Tenha em conta o que querem as palavras dizer, o objetivo da conversa, as motivações da pessoa e as conversas passadas. Use aquilo que sabe, mas faça sempre todas as perguntas necessárias para obter mais informação e clarificar a questão;
  2. Confirme se o que entendeu está correto: não se esqueça de clarificar e parafrasear – estas técnicas podem evitar mal-entendidos e conflitos. Não assuma que percebeu à primeira, confirme as suas suspeitas;
  3. Readapte o seu ponto de vista, se necessário: esta é a etapa que tantas vezes é inexistente. O maior obstáculo a uma escuta ativa é a vontade de querer injetar o nosso ponto de vista na conversa a todo o custo, sem considerarmos que a conversa pode mudar a nossa perspetiva em relação ao assunto. Permita que o seu ponto de vista se molde em função do que lhe foi dito.

A capacidade de escuta é uma das muitas estratégias que pode treinar na Academia Fale Menos Influencie Mais. A nova edição arranca já no próximo dia 18 de outubro. É líder da sua empresa e quer saber como pode comunicar de forma mais influente, cativante e mobilizadora? Sabemos que a resposta é sim. O que é que lhe falta para se inscrever? https://bit.ly/AcademiaFMIM








José Paraíso

Managing Director Portugal @ Kalam Portugal | Experts in Building Rehabilitation, Heritage Restoration

3 a

Muito bem escrito e fundamentado 👏🏻

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