Não permita que a tecnologia limite a sua coragem para enfrentar problemas novos
Painel da Apollo 11.

Não permita que a tecnologia limite a sua coragem para enfrentar problemas novos

Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin pisavam na Lua, enquanto Michael Collins ficou orbitando o satélite, a bordo da Apollo 11. Até hoje, é inegável que foi um feito incrível. Não é para menos: o desafio consistia em viajar de um ponto A até um ponto B, ambos em movimento e distantes mais de 484 mil quilômetros um do outro.

Como se apenas a enorme distância não bastasse, somente a partida do ponto A, por sí só, exigia uma energia absurda. Seria algo como você consumir 20 tanques de combustível apenas para sair da sua garagem. Pois é, nada prático e econômico!

Superado o desafio da partida, foi necessário fazer complexas manobras na órbita da Terra antes de acelerar, a uma velocidade inicial de 38.946 Km/h, em direção à Lua. Imagine você dando voltas cada vez mais rápidas em seu quarteirão enquanto ajusta o seu carro em movimento para pegar uma rodovia, meio sem volta e quase desconhecida, por onde viajaria durante 3 dias.

Mas isso não era tudo. Ao se aproximar da Lua, que era literalmente um "alvo em movimento", os astronautas tiveram que desacelerar, nem mais nem menos do que o necessário para que a nave entrasse suavemente em órbita lunar. Seria como se você tivesse que desacelerar o seu carro na rodovia e entrar por uma ponte estreita a uma velocidade bastante específica, sob pena de bater na própria ponte ou passar reto por ela.

Por fim, para pousar na Lua, foi necessário desacoplar o módulo lunar da nave principal e desce-lo até a superfície seguindo um plano nunca antes tentado na prática e sem nenhuma margem de erro. Para você, seria o equivalente a entrar com o seu carro em uma rua desconhecida e sem saída, e ter que, obrigatoriamente, encontrar uma vaga para estacionar. Mais com um detalhe: se não achasse a vaga, morreria.

Apesar do desafio, como sabemos, a missão Apollo 11 foi um sucesso. Até hoje, com um pouco de criatividade, podemos tirar muitas lições desse grande feito. Uma dessas lições é referente ao papel que damos atualmente para algumas tecnologias no nosso dia a dia.

Se você é daqueles que liga o Waze para voltar para casa, mesmo que conheça super bem o caminho, tudo bem! De verdade, não tem problema ser assim. Mas, te convido para refletir sobre o nível de dependência que você tem desenvolvido. Até que ponto você está deixando que a tecnologia delimite o alcance da sua capacidade de realização, ou da sua coragem?

Os astronautas da Apollo 11 realizaram uma missão histórica e serão lembrados eternamente por isso. O curioso é que, para chegar na Lua, eles contaram com um (até então) considerado "avançado" computador de bordo chamado AGC (Apollo Guidance Computer). Basicamente, um bom smartphone de hoje em dia tem 7 milhões de vezes mais memória ROM e 100 mil vezes mais capacidade de processamento do que tinha o AGC.

Portanto, não foi o AGC que determinou a capacidade do homem de chegar na Lua. Hoje, mesmo portando o seu super iPhone 11 Pro, você sabe que não tem capacidade de repetir o feito da Apollo 11. O homem chegou e pousou na Lua graças a sua determinação e coragem. E por ter tal determinação, construiu as ferramentas necessárias, entre elas, o AGC.

Nunca se esqueça disso: seja em casa ou na empresa, o que define os seus limites é você, e não a tecnologia disponível. Sim, tecnologia é fundamental, mas ela precisa ser mantida no lugar de criatura, e não de criador. De forma prática, isso significa que a falta de uma ferramenta tecnológica não deve impedir que você tente fazer algo. É uma questão de mentalidade.

Tecnologia é meio. É instrumento. É ferramenta. Quem desenvolve excesso de dependência da tecnologia acaba, gradualmente, perdendo a sua determinação para resolver problemas novos, para os quais ainda não existe um método ou técnica.

Pense nisso na próxima ocasião que o seu Waze travar. Respire fundo, e siga em frente com coragem! Eu tenho certeza de que você vai sobreviver.

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Notas:

Caso você se interesse, separei 2 livros sobre assuntos relacionados ao artigo.

Nenhum sonho está longe demais: Lições de vida de um homem que andou na lua. Autor: Buzz Aldrin.

Rocket Billionaires: Elon Musk, Jeff Bezos, and the New Space Race. Autor: Tim Fernholz


Walter Sales

Governança Corporativa | Auditoria Interna | Gestão de Riscos | Controles Internos | Compliance Ético e Ambiental

4 a

Existem teorias sobre o Neil Armstrong ser o primeiro a pisar na lua. Independentemente do que tenha acontecido, ele estava no grupo dos 29 astronautas treinados para missão Apollo, anunciado no final em janeiro de 1969 e ponto. Muito boa esta sua chamada para assumirmos o protagonismo da nossa vida e da nossa carreira, independentemente das tecnologias existentes e/ou disponíveis, Fernando. Parabéns e um abraço. Gratidão pela "provocação". Atingiu o objetivo!!

Frederico Silva Morais

Comercial | Vendas | Key Account | Desenvolvimento de Negócios | Prospecção de Novos Clientes | Atendimento ao Cliente | Estratégia de Vendas | Experiência do Cliente | Gerenciamento de Contas |

4 a

Que post profundo meu caro Fernando Cosenza Araujo. Tecnologia é fundamental nos dias de hoje, mas ela não pode tirar nossa capacidade mágica de ser criativos e de resolver problemas. Concordo plenamente com você que a tecnologia é o meio e nós que estamos no comando, na pilotagem! Obrigado por compartilhar esse artigo tão reflexivo!

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