Negócios e Tecnologia da Informação

Há alguns anos escrevi e publiquei na Internet um artigo exatamente com este título, segue abaixo o mesmo.

Negócios e Tecnologia da Informação

Nos dias de hoje existe uma grande movimentação na economia, inclusive através do desenvolvimento tecnológico e na medida em que novas tecnologias tornam- se acessíveis, as empresas buscam apropriar-se destas facilidades visando obter uma vantagem competitiva, fazendo com que haja um ciclo permanente na busca de novos modelos operacionais.

Processo idêntico ocorre com a Tecnologia da Informação. Basta verificar nos períodos recentes a quantidade de conceitos que originam modelos operacionais, sendo o ASP – Application Service Provider ou Provedor de Serviço de Aplicação, a de nosso interesse neste texto.

Enquanto a tecnologia avança de forma rápida, surpreendendo uma série de conceitos, os modelos de processamento se voltam há 20 ou 30 anos, onde tínhamos os biros de processamento – importantes pois possibilitaram a redução dos altos custos, em virtude da grande infra-estrutura necessária, predial e equipamentos, para abrigá-los. Para melhor entender o processo veja a progressão:

• grandes CPD's com mainframes poderosos e somente terminais na ponta (usuário);
• implantação de redes locais e sistemas departamentais;
• interligação das redes locais e sistemas cliente-servidor com compartilhamento de dados entre departamentos;
• grandes servidores com uso por toda a rede e Internet, na ponta ao invés de “terminais burros” usam-se máquinas com capacidade de processamento (microcomputadores);
• Outsourcing

1. desenvolvimento da tecnologia,a relação entre custos e capacidade de - processamento dobra a cada 18 meses;
2. globalização da economia, exigindo cada vez mais foco das empresas em seu negócio principal;
3. desenvolvimento de grandes provedores de serviços de terceirização;

• Provedores de Serviço de Aplicação – ASP, parcerias firmadas entre empresas especializadas em Data Center e desenvolvimento de software.

Atualmente o cenário que se apresenta é o resultado de todas as etapas anteriores, porém de forma mais aprimorada, e incorporando várias especificidades de modelos, tais como:

1 – Especialização e foco das empresas no desenvolvimento de aplicativos voltados à processos de negócios e com grande parametrização;

2 – As empresas realizam negócios hoje, baseadas nos processos de gestão ou seja:

• Foco no negócio;
• Especialização no core-business;
• Verticalização na cadeia de fornecedores;
• Redução do número de fornecedores;
• Diminuição dos custos da operação;
• Entendimento do comportamento do consumidor;

3 – As inúmeras ofertas de serviços de comunicação, reduzindo as distâncias entre empresas, consumidores e fornecedores;
4 – A evolução da Tecnologia da Informação, viabilizando modelos de arquiteturas de três (3) camadas, interface gráfica e alta conectividade, eliminando as dispersões dos modelos distribuídos.

Mesmo que alguns destes modelos ainda não estejam prontos e possam ser considerados recursos de fácil utilização, o atual estágio mostra um caminho irreversível. Sendo assim, ASP vêm a ser um serviço de aplicação através do qual tornasse disponível o gerenciamento e processamento de soluções de mercado, a partir de um Data Center, atendendo usuários de diversas empresas via Internet ou linhas dedicadas.

Neste mercado o principal foco passam a ser as aplicações ERP – Enterprise Resource Planning ou Sistemas de Gestão Empresarial, e o novo conceito de CRM – Customer Resource Management. Uma verdadeira corrida entre fornecedores de software e serviços está se estabelecendo, afinal os grandes mercados já estão preenchidos, e com uma aplicação central acessada por rede – Internet – o cliente médio e pequeno pagará uma taxa mensal e poderá usufruir dos benefícios dos Sistemas de Gestão.

As empresas usuárias deste serviço tem uma excelente opção financeira para tentar obter o equilíbrio das despesas, utilizando tecnologia da informação de ponta e com baixo custo. O modelo não requer capital inicial alto, diminui sensivelmente os problemas de implementação bem como, os gastos mensais de manutenção e up-grade de software.

Passaram-se 15 anos e vivenciamos o mesmo paradigma, apenas com mudanças de nomenclaturas, novos players no mercado, tecnologia mais sofisticada e fácil de ser utilizada, entrada forte dos smartphones no mercado corporativo, diversidade de serviços como PAAS, IAAS ou SAAS, que em muito lembram o que era o antigo ASP - Provedor de Serviços de Aplicação.

A partir disto acredito que os ciclos serão cada vez menores e assim teremos em no máximo 3 anos outro players no mercado de Cloud, voltados ao mundo corporativo com foco em oferecer Plataforma e Software como serviço em volumes muito maiores do que temos hoje. Hoje os grandes players ainda tem o foco em Infraestrutura como serviço e atingem principalmente ao varejo. 

Já estamos vivendo a mudança e muito ainda há por vir, mas uma coisa que sempre penso e verifico ainda como verdade é que a tecnologia de infraestrutura (Hardware ou Cloud) cresce sempre de forma mais veloz que os modelos de desenvolvimento de sistemas/aplicações. Talvez a revolução também esteja para acontecer com a Metodologia Ágil (Scrum).

O modelo de Cloud Computing nos remete ao que faziam há 40 anos em termos de processamento, centralizado e com acesso através de rede, lógico que respeitados os grandes avanços tecnológicos de hoje com Internet, servidores extremamente rápidos, notebooks com grande capacidade e assim por diante.

Assim a única certeza é de que estamos em permanente mudança e apenas no início de uma nova onda. Será?