#Newsletter5 - A que se propõe o trabalho da psicanálise?
Fala Querido Assinante! Tudo bem por aí?
É véspera de Carnaval que fala, não?!
Por aqui, estou contando os dias para dormir até mais tarde, retomar a leitura de dois livros que estão parados, assistir um curso gravado, escrever um artigo e quem sabe encontrar amigos para uma partida de tênis (esporte que não jogo há dez anos, por sinal).
Como você bem sabe, essa aqui é a minha Newsletter Quinzenal no Linkedin e devo confessar que Carnaval só me parece interessante pelos adereços e pelos acessórios. Alguns anos atrás dedicava parte do meu interesse escolhendo alguns acessórios de cabeça, como chapéu, tiaras e outros adornos que só eram utilizados uma única vez e que ocupam grande espaço no meu guarda-roupa. Hoje tiro esse tempo e o feriado prologando para descansar a mente ou ainda para estudar um assunto que normalmente não consigo dedicar tempo no dia a dia. São escolhas!
E também por escolha que dedicarei o espaço dessa semana para responder alguns questionamentos que recebi recentemente: Quem sou eu, O que faço, Como faço e A que se destina o trabalho da psicanálise.
É o famoso meme, Qual é? Qual foi? E porque que tu tá nessa?... rs
Adianto que eu poderia escrever um livro para responder estas perguntas. Creio que um dia, eu o farei. Por aqui, prometo que serei mais breve.
Humm...
Será?! Bom, a missão está dada!
Após quase duas décadas de análise pessoal, algumas formações e especializações, uma prática clínica e muita pesquisa de campo - vivendo e fazendo intercâmbio com os múltiplos aspectos e afetos da minha vida -, posso me descrever como alguém que hoje ao envelhecer se reconhece melhor do que há 20 anos, com uma história nem sempre retilínea ou linear, porém alegre, divertida e surpreendente.
Sou alguém que faz laço com a vida da mesma forma que faz laços com pessoas. Faço de um jeito único. Sorrindo e gargalhando como uma gralha. Porém mais do que tudo, olhando e procurando enxergar vários pontos de vista também. Que preza pela espontaneidade, pela expressão e pelo autêntico. Que gosta do autoral da vida.
Sou uma psicanalista que tem como uma atuação, seguir ouvindo e escutando de uma diferença que é ímpar. Que tem o trabalho de pontuar, desbancando as certezas do sujeito que se propõe atravessar o percurso de análise, tendo a minha companhia como escolha, como vínculo e como transferência.
Como nos diz a psicanalista Melaine Klein, meu trabalho é escutar desse alguém que esteja disposto a perder algum tipo de paraíso (ou perder a certeza, ou lugar de vítima ou lugar de impotência ou ainda de renunciar à um lugar de super potencia) buscando a possibilidade de se encontrar em outros lugares diferentes ainda não conhecidos.
Sou também alguém que trabalha com o que se escolheu. E não com aquilo em que se viu, como escolhida. Que trabalha por amor e pela dor.
Ouvindo os sentimentos tão ambivantes e tão humanos. Que acolhe e direciona através dos atravessamentos em grupos.
O que eu faço?
O fato é que só se sabe o que é e como é, quem faz análise. A descrição deste percurso será particular e haverão inúmeras formas verdadeiras para descreve-lo. Vou listar algumas.
O percurso é individual e não replicável. Mesmo que duas pessoas que se conheçam e que façam análise com o mesmo analista, cada um, terá uma experiência distinta e bastante particular. Esse percurso subjetivo já dirá muito de sua própria história e não o contrário.
A regra inicial será: Fale o que lhe vier à cabeça.
Isso pode ser mais fácil para alguns, enquanto mais difícil para outros.
Mas não se preocupe! É trabalho do analista direcionar o tratamento durante a sessão para que você percorra esse caminho falando tudo aquilo que você não imaginou falar. Essa é a mais pura verdade. Você entra em uma sessão até imaginando o que falará, mas no fim, falou muito mais do que gostaria ter dito.
O analisante paga para renunciar ao sintoma que o levou ao sofrimento e à procura do tratamento. Em outra medida, o analista recebe para emprestar o seu corpo, o esvaziamento de sua escuta e para ocupar a função analista cedendo assim à ética da psicanálise.
O percurso de uma análise não será fácil, posso afirmar. É terrivelmente constrangedor quando nos deparamos que somos ao mesmo tempo os algozes e as vítimas auto impostas de nossa própria história. Porém nos perceber incoerentes pode ser também libertador.
O analista enquanto função estará com uma mão sacudindo e balançando, direcionando o tratamento para a reconstrução de sentidos, enquanto com a outra acolherá suas incertezas e seus vazios. O caminho percebido é este.
De uma montanha russa muitas vezes.
Em qual medida a psicanálise auxilia no desenvolvimento pessoal e social?
Como possibilidade de tratamento, a psicanálise desbanca as certezas enraizadas daquele sujeito, colocando-o numa posição de dúvida. A pergunta movimenta e faz a pessoa caminhar.
É se questionando e se pondo à pensar sobre seus dilemas, sofrimentos, sobre suas relações, seus medos, seus receios, seus amores e o jeito que faz laço com o outro, que esse sujeito do inconsciente - essa pessoa -, poderá sair da estagnação e do jeito já conhecido de se conhecer, para se perguntar por exemplo:
Posso fazer diferente do que já fiz?
O que daquela relação que sinto como desconfortável, o que isso diz sobre mim?
Ou como disse Freud, qual a minha responsabilidade na desordem da qual me queixo?
Quem procura a psicanálise como alternativa, o faz muito geralmente porque já tentou outras abordagens que deram pouco ou nenhum resultado.
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Então...
Esse comprometimento de ir, procurar e iniciar o tratamento, se dá muito provavelmente, por um sofrimento continuado e que não cessa por outras vias.
Quando recebo alguém para uma entrevista e para o primeiro atendimento sempre pergunto o motivo de ter "escolhido" aquele determinado dia para o contato. Quase sempre a resposta e a procura, antecedente um acontecimento que já diz muito sobre aquela história ou daquele sintoma.
Permanecer em tratamento é desafio constante e compromisso que deve ser reafirmado de tempos em tempos através da transferência e do vínculo terapêutico que se forma durante o trabalho de análise. E por fim...
Acredito que para a psicanálise é necessário um certo tipo de terreno propicio. Um terreno onde o jogo...
"Em vez de culpar o paciente por incorreções na forma de conduzir sua vida, o psicanalista cria uma escuta implicada, em que as regras do jogo são os valores, os princípios e as opiniões do analisante. Ele joga o jogo no qual a regra primeira, e que é genérica para o bom escutador, é de que a linguagem que vale é a linguagem do paciente, e não a sua. Na análise, a moeda soberana é a do analisante, por isso assumimos que seus valores, suas crenças e disposições são nosso ponto de partida e com relação a estes nós estaremos implicados. Sai a culpa e entra a implicação."
É isso por hoje. Espero que tenha esclarecido suas dúvidas sobre o meu trabalho e a atuação da psicanálise.
Aproveite o Carnaval com parcimônia, descanse e festeje. Nos vemos daqui duas semanas no dia 02 de Março, ok?
Até lá compartilho contigo, o que tem rolado do lado de cá e o que ainda está por vir!
E se tivéssemos um espaço para falar do estigma e do preconceito que ronda o cuidado mental sem ressalvas e sem a censura que temos nos canais das mídias sociais?
E se além desse lugar de segurança, ainda tivéssemos acesso aos benefícios exclusivos, destinado somente aos membros, como por exemplo, descontos em ingressos, temas exclusivos escolhidos pelos membros e prioridade na participação em eventos? Pois bem, aguenta mais um pouquinho que falaremos desse espaço no nosso próximo encontro, ok?
Além disso, em Abril, organizo um evento que acontecerá em São Paulo e com transmissão simultânea para o resto do mundo (porque não?!).
"Como melhoras suas relações no trabalho, se destacar e não adoecer trabalhando", abordará com profundidade o que acredito ser uma realidade cada vez mais perceptível. Não adoecemos do trabalho em si, mas sim das relações, dos afetos e da ambiência que experienciamos no trabalho.
Todas as informações, a pauta do evento, o ingresso presencial e online estão disponíveis no links acima. Ainda não acabou, meu caro.
Disponibilizei para você um presente!
Usando o cupom Linkedin10, você compra o ingresso, tanto presencial quanto a versão de participação online com 10% de desconto na compra no primeiro lote. Sucesso hem?!
Por fim, para você que por ventura é novo por aqui e ainda se chegou por aqui por acaso ou por obra do destino - ops dos algoritmos -, fica aqui o meu convite para assinar a #Newsletter. Fique por dentro de tudo que rola nesse espaço. Fica vai! :)
Te vejo na próxima quinzena!
Abraços e Até mais...
Denise
Mas afinal, quem está falando?
Minha atuação profissional tem sido estabelecer a prática clínica como psicanalista, porém também intermediando pesquisas como especialista em saúde mental, para o bem estar psíquico nas empresas, pensando na relação que cada um de nós tem com o trabalho, bem como em as suas intervenções sócio culturais.
Como podemos trabalhar juntos?
Meu mantra é que você não precisa sofrer em silencio esperando por alguma ajuda e que esta não venha carregada de estigma ou pré julgamentos. A psicanálise não tem como finalidade a procura de um jeito saudável para se viver, mas poderá dar um jeito para que você viva melhor do jeito que achar que deve ou que possa ser. Para atendimentos clínicos, faça o agendamento clicando aqui!
Pautada no tempo dinâmico que o trabalho exigem das nossas relações, a melhor forma que encontramos para te ajudar com isso, foi através das palestras, cursos, workshops, treinamentos e jornadas de curto, médio e longo prazo que se aplicadas continuamente, melhorarão significamente, como os líderes, o time, a equipe e as pessoas vivenciam as relações no trabalho, minimizando assim crises e aproximando o desejo de caminharem juntos. Se você quer a minha ajuda e para saber como individualizar e personalizar o melhor percurso para sua equipe ou liderança procurando resolver os problemas específicos da sua empresa, clique aqui para conhecer nossa metodologia de trabalho.
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