📱 Nomofobia
Hoje em dia é fácil entender que o cigarro é um vilão para a saúde, mas te convido para um exercício de empatia anacrônica: será que os médicos da década de 50 do século passado pensavam da mesma forma?
‘’E ai, brother, qual o ponto? Cadê a inovação?’’
Na época, fumar era elegante, bonito e respaldado pelas maiores autoridades sociais que, em tese, deveriam ser contra — os médicos por exemplo.
A questão é que a consciência em torno da problemática precisou de anos até o ponto que se tornou irreversível e só vem se adaptando com novos dispositivos (vape e cia).
Agora, chegamos juntos ao ponto: já parou para pensar que nossos celulares, especialmente as redes sociais, podem ser nossos ‘’cigarros modernos’’?
Concorda que, assim como no século passado, podemos estar maravilhados, trilhando uma silenciosa epidemia de distúrbios psiquiátricos que afetam a produtividade global e nossas vidas?
A síndrome da dependência digital
Em pleno Setembro Amarelo, essas indagações não só são pertinentes, como relevantes. E tem nomenclatura científica: nomofobia. Criada na Inglaterra, o termo é uma abreviação da expressão no-mobile-phone-phobia e visa indicar a angústia ou o desconforto relatado por pacientes causados pelo medo de ficar off-line.
O ‘’medo de desconectar’’ é mais comum do que parece não é mesmo? Sabe aquela viagem em família que não tem wi-fi e você surta? Se recorda do quanto você anda ansiosa e parece que quanto mais você fica no celular, mais aumenta sua angústia ? Percebe que a sua vontade de socializar pode ter diminuído e até sido prejudicada?
O uso não consciente da Tecnologia
Desde que me deparei com o termo há 8 anos, sigo cada vez mais assustado assustada sobre o quanto não abordamos a temática com seriedade. Se liga nisso:
‘’Sou viciada em celular e daí?”
Realmente, porque se pensa ‘’e daí’’ é porque você pode estar pensando ‘’paro quando quero’’, ‘’não tem mal algum’’, um discurso típico de adicto, confere?
Para além disso, existem prejuízos na funcionalidade de vários indivíduos que ainda não estão associando o celular como fonte ou agravante. Dependência, transtornos de ansiedade, transtorno de pânico, transtornos de controle de impulso, fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão e até nomofrenia, quando a ansiedade vira psicose.
A lista é gigantesca e a pergunta que temos que fazer é, ‘’estou ciente do vício’’? ‘’Estou ciente dos impactos que podem estar destruindo minha produtividade, minha responsabilidade, meus relacionamentos, por fim, minha saúde mental’’?
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Vamos atualizar juntos nossa visão médica de mundo?
Você deve levar desta abordagem que a tecnologia veio para ficar, deve ser usada, mas ela é uma caixa de pandora.
É ingênuo pensar que algo que tem tanto impacto em nossos mecanismos de recompensa, neurotransmissores, ciclo circadiano e tudo mais, não traga prejuízos funcionais. Se lembre que o cigarro era super legal e cool e o resto é história - principalmente no seu consultório.
Você nunca vai esquecer dessa edição e lembre-se: está acontecendo diante de nós.
Empresas como Calm, Headspace e Talkspace têm se destacado no mercado ao oferecer aplicativos e serviços que prometem ajudar as pessoas a relaxar, meditar e encontrar apoio emocional. Cientistas até inventam artefatos para a ansiedade, mas o buraco é mais embaixo..
Cada vez mais seremos prescritores de tecnologia, portanto, temos de usa-la, testa-la e domina-la antes de prescreve-la ou recomendar hábitos, como o uso de um app, ao paciente. Ao vivenciar desafios, como manter uma relação funcional com o celular, você poderá cobrar do crush, dos familiares, colegas, colaboradores e pacientes com autoridade.
Com certeza essa é uma onda de inovação e transformação unidirecional.
Tanto para pacientes, quanto para sua carreira.
Lembre-se desta edição para fazer as suas escolhas e surfar (ou se proteger) dessa tendência :)
Já conhece a família inteira?
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4 mImportante detectar a tiempo la #nomofobia