Nova metodologia para projetos de cursos a distância: contextos e desafios brasileiros
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Nova metodologia para projetos de cursos a distância: contextos e desafios brasileiros


Os legados e desafios positivos da pandemia, a complexidade de conflitos internacionais com impacto direto na sociedade brasileira, a globalização de cartéis na indústria e nos serviços, o avanço da adesão a cursos a distância, a chegada da IA Generativa e suas ferramentas, o envelhecimento da população brasileira, a atenção diferenciada aos aspectos psicológicos da aprendizagem (ambientação, atitudes e emoções), a negação às IES brasileiras demonstrada no excesso de vagas em processos de admissão, da graduação ao mestrado e doutorado,  e a competição acirrada entre IES tradicionais e as BIG Techs Escolas, serão os observatórios para o surgimento de uma nova técnica de desenvolvimento de projeto de cursos a distância.

Nessa perspectiva, espera-se que o propósito, a abordagem, os componentes da aprendizagem e do sistema de avaliação dessa nova proposta sejam de grande aderência a essa pluralidade de contextos em um modelo dinâmico, não sequencial nem instrucional, com a organização de currículos em microcertificações em módulos e períodos letivos trimestrais. Currículos com aderência à pesquisa aplicada e à empregabilidade devem ganhar espaço, mas para isso será preciso uma revisão criteriosa da missão e do planejamento estratégico da IES, de modo a torná-la interessante, diferenciada e competitiva para o estudante e para a sociedade ávida por profissionais capazes de assumir os desafios dos novos conflitos globais e locais. Será preciso mudar a perspectiva atual da maioria das IES brasileiras de “diplomática”, aquela que entrega diploma, para a IES que entrega o egresso preparado para o mundo do trabalho e para a vida. Será preciso preparar as instituições de ensino superior para um novo modelo de sobrevivência em uma sociedade cada dia mais competitiva, com escassez de mão de obra e ameaças da influência negativa de um Estado paternalista gerador de dependentes de benefícios sociais.   

Nesse novo modelo de planejamento de oferta de cursos a distância, de gestão de ensino e de sustentabilidade acadêmica, espera-se que o propósito, a eficiência, a implantação e a gestão de resultados não sejam pela entrega instrucional de conteúdo e de processos burocráticos, mas pela entrega que corresponda ou aproxime a instituição de ensino da expectativa do estudante e da sociedade onde este atua, considerando seus dados demográficos, suas dores, sua experiência, suas realidades e contextos de atuação. Sua capacidade de intervenção dentro e fora das salas de aula.  Que seja pela qualidade integral da entrega de formação.

Hoje os estudantes brasileiros, dependentes da oferta baseada no design instrucional, são reféns de “cartilhas de aprendizagem”, em sua maioria, e como egressos dessa instrução que formata pensamentos, limita a criatividade e o raciocínio não conseguem vencer as barreiras da empregabilidade e esbarram em dificuldades, de toda ordem, no empreendedorismo.

Nesse cenário, pensar uma EaD mais efetiva, do ponto de vista da integração estudante-formação e sociedade, deve ser uma das poucas alternativas para a virada de mesa no estresse provocado pelas últimas ações do governo de negação das contribuições e do impacto direto da EaD no desenvolvimento do país, especialmente longe dos grandes centros, lugares com mais carência de desenvolvimento econômico e social, onde a EaD pode levar inúmeras oportunidades de formação de mão de obra, de pesquisa aplicada e de geração de empregos.

Vagner Molina

Educador I Professor I Desenv. Lideranças | Mentor | Treinamentos I Mudança Organizacional I IA na Educação e Negócios l Prompt Engineering and Generative AI I Combina experiência prática com profunda pesquisa acadêmica.

8 m

Mestre Enilton Ferreira Rocha! Extremamente pertinente as suas palavras. Grato por compartilhar.👏🏻👏🏻🤜🤛

Deus é na sua vida . 🙏

Sérgio L. S. Figueira

Engenheiro Civil - Professor Universitário e Pesquisador

8 m

Prezado Professor Enilton, Observo seu trabalho como incansável mesmo sabendo que o ensino em nosso país vem se mantendo defasado e desqualificado para as mais recentes gerações. Ingressei na Docência em IES em 2000 após perceber o que estava ocorrendo nos 10 anos finais do século passado. Procurei deixar alguma contribuição (modesta) tendo do alunado reconhecimento contínuo e muita satisfação pois não fui professor-raiz como é natural. Mas quero parabenizá-lo pela dedicação e perseverança no que acredita e propõe através das publicações "aqui no In" que procuro acompanhar. Mas nunca tivemos "Projetos de Estado" para determinadas (relevantes) politicas públicas com os sucessivos governos mantendo o "como está" sem assumirem compromissos e responsabilidades que todos gestores de serviços públicos deveriam ter. O governo não reeleito procurou introduzir algumas mudanças que me pareceram dignas de crédito mas tudo voltou ao "normal" piorando o que observo nos últimos bastante anos. Forte abraço. 🤝

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