Novo ano, relacionamento novo
E se sua resolução para o ano novo fosse melhorar seus relacionamentos?
Quais? Todos.
A proximidade do final do ano traz as mais diversas reflexões. O início de cada ano é um marco. Uma nova chance para se realizar, ser feliz, mudar. Uma segunda chance para conquistar o lugar mais alto do podium, descobrir o seu lugar no mundo, encontrar o seu lugar ao sol.
Novo ano, nova chance, ideias surgindo e revolucionando os ideais. Bagunçando os pensamentos, criando perspectivas, renovando as esperanças.
O importante é que alguma coisa mude. Por isso muita gente prepara suas resoluções. Ah, as resoluções de ano novo! Tão simples e tão complicadas. Tudo é possível, pois esse ano promete. Esse ano será melhor. Tudo irá se realizar no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.
E os relacionamentos? Para os solteiros, sorte no amor? Para os casados nenhuma briga?
A música é realmente contagiante e até mesmo um ritual, como tantos outros que se faz durante as doze badaladas da meia-noite, por superstição ou pura diversão. Não importa.
Porém, quando deixa de ser apenas uma música inofensiva, é preciso analisar mais detalhadamente nossos desejos.
Sorte no amor? Isso não existe. O amor é construção, a sorte é o encontro do desejo com a oportunidade.
Nenhuma briga? Casais que nunca brigam não avançam, não saem do lugar, toleram-se sem o fogo da paixão nem a chama da mais íntima amizade.
Relacionamentos são construídos, tijolo a tijolo, pedra a pedra. Sejam eles entre amigos, amorosos, familiares ou profissionais, o que os diferencia é a quantidade de esforço e afeto que se deseja investir.
Colegas de trabalho precisam de um relacionamento baseado em confiança e respeito. Para os amigos, acrescentam-se as confidências, o afeto. Para a família, entram, também, as preocupações com o bem-estar, o amor, a generosidade, a compreensão. Já os relacionamentos amorosos deveriam incluir também o espaço para que o outro seja livre, sem cobranças, sem exigências, um companheirismo onde a felicidade de um só é completa com a felicidade do outro.
Utopia? Talvez. O fato é que de todos os relacionamentos, o mais difícil de prevalecer é exatamente o amoroso, devido a uma variável que desestrutura toda essa torre: a posse.
Casais acreditam na posse. Ela é minha. Ele é meu. Se eu possuo, nunca vou perder. Se nunca vou perder, não preciso cuidar. Respeito, confiança, compreensão, espaço, generosidade, confidências, tudo vai por água abaixo.
Ela é minha. Ele é meu. Agora somos nós. Não há mais individualidade, vontade própria, liberdade. O Eu, agora, é egoísmo. Não se pode mais ser feliz individualmente. A felicidade só existe para os dois. Ou para nenhum.
Não importa. Mesmo os relacionamentos mais simples podem causar inúmeros transtornos e virar nossa vida de cabeça para baixo.
Como, então, melhorar os nossos relacionamentos?
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A má notícia é que não é tão fácil. Não basta uma varinha de condão, não bastam livros de autoajuda, não basta apenas desejar. É difícil e trabalhoso.
A boa notícia é que depende única e exclusivamente de nós. Sim, nós somos a única variável, o único fator da equação.
Tudo começa em você.
Você quer que os outros te amem? Ame-se primeiro.
Você quer que os outros te respeitem? Respeite-se.
Você quer que os outros te compreendam? Descubra quem você realmente é e se mostre para o mundo, sem máscaras, sem filtros, sem esperar confetes nem pedras. Simplesmente seja.
Você quer viver cercado de amigos? Aprenda a viver sozinho e gostar de sua companhia. Se você gostar de sua própria companhia, é muito provável que os outros também gostem. E se não gostarem, quem se importa? Você gosta.
Você quer que os outros vejam o seu valor, te admirem? Descubra qual é o seu valor, descubra os motivos que te fazem alvo de admiração e explore esses pontos. Não os deixe escondidos, liberte-os.
Você gostaria de ser mais sociável, mais amigável, mais simpático? Comece por você. Seja sociável com você, seja simpático com você, converse amigavelmente com você. Ria com você. Cante para você. Divirta-se com você.
Você quer ser perdoado pelas gafes que sempre comete? Perdoe-se.
Você quer ser aceito? Aceite-se.
Estou simplesmente falando o óbvio, mas mesmo o óbvio é deixado de lado quando percebemos o quão difícil será fazer exatamente o óbvio.
Se você não consegue ter um relacionamento verdadeiro, maravilhoso e enriquecedor com você mesmo, como espera ter com os outros?
Assim, proponho um desafio para esse novo ano. A cada dia, reserve um tempo e espaço só para você. Para ficar absolutamente sozinho com você. Para conversar em voz alta com você. A cada dia, descubra alguma coisa nova sobre você. Tente fazer coisas que nunca fez e veja como se sai. A cada dia, procure alguma qualidade, algum aspecto do qual você se orgulha. A cada dia procure aspectos que você rejeita e tome uma decisão a respeito deles: aceite-os ou se proponha a mudá-los. Apenas se proponha, não se cobre nem exija prazos. A cada dia, divirta-se com você. Fazendo qualquer coisa que você goste. Mesmo que seja apenas com você.
Nesse novo ano, faça uma nova amizade. Cultive um novo amigo. Conheça uma nova pessoa. Apaixone-se por alguém muito especial.
VOCÊ!