Novos consumidores podem não ser exatamente novos

Novos consumidores podem não ser exatamente novos

Em 1960, a expectativa de vida no Brasil era de 54,6 anos; em 2014, este número subiu para 74,9 anos, ou seja, o brasileiro vive em média 20 anos a mais do que vivia há 54 anos, de acordo com dados do IBGE. Observando-se esta crescente constante, o potencial de consumo dos idosos pode ser considerado um mercado em ascensão que merece ser analisado e explorado.

O aumento da expectativa de vida é acompanhado dos planos para aproveitar a aposentadoria e da expansão da inclusão digital, o que cria um cenário favorável para empreendedores que enxerguem este mercado e resolvam investir seus esforços em atender a chamada 3ª idade.

Além dos estereotipados mercados de saúde e turismo, os idosos podem ser consumidores em todos os segmentos de negócios, sendo que já existem empreendedores que adaptam seus produtos ou serviços para atenderem as oportunidades atreladas aos idosos.

Startups e empreendimentos com base tecnológica também têm oportunidades neste mercado, já que o número de pessoas acima dos 55 anos que acessam a internet para se comunicar, ler e comprar subiu de 1 milhão em 2009 para 3 milhões em 2013, segundo o Ibope. 

Aquele senhor de pijamas aproveitando o tempo livre em casa ou aquela senhora tricotando no sofá são representações obsoletas da 3ª idade. A realidade é bem mais ativa e muitos senhores e senhoras trabalham após a aposentadoria, gostam de viajar, estudar e sair com os amigos.

Vale lembrar que o idoso não se limita a posição de consumidor, apesar do texto ressaltar este lado da moeda, há uma parcela da população acima dos 60 anos que é empreendedora, homens e mulheres que transformam o momento de descanso da aposentadoria em negócio próprio.

Segundo o IBGE, o Brasil tem mais de 23 milhões de idosos (pessoas acima dos 60 anos); e até 2050, a projeção é que este número triplique. A oportunidade é clara e a inclusão dos idosos na análise de públicos é capaz de ampliar o espectro de consumidores para as empresas que se disponham a entender e atender os novos consumidores sessentões.

Conteúdo originalmente publicado no blog da Triple Seven Accelerator.

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